Grupo entrega café da manhã, barracas e ajuda pessoas a tirarem documentos
Todos os domingos, há quase três anos, uma fila de cerca de 150 pessoas em situação de rua se forma na região das estações do Metrô Praça da Árvore, São Judas e Saúde, na zona sul de São Paulo. A espera é pela distribuição de alimentos para café da manhã e itens de higiene feita por Gisela Vendramini, 58 anos, jornalista, que junto com um grupo de amigos começou a ação 'Pão a Quem Tem Fome'.
"Nós nos reunimos todos os domingos, e não faltamos em nenhum desde que começou, na cozinha da Paróquia Santa Rita de Cássia em Mirandópolis [que é cedida para a montagem dos kits]", conta Vendramini.
Ela fazia parte de outra ação social antes, mas que com a chegada da pandemia de covid-19 foi descontinuada. "Fiquei inconformada, pois a fome não espera. Resgatamos o mínimo de dignidade, ouvindo-os sempre que querem falar, entendo suas reais necessidades e ajudando naquilo de mais imediato que precisam: às vezes um remédio, um curativo adesivo, chinelos e cobertores", lembra.
Atualmente com um grupo de oito pessoas, a ação distribui 600 refeições mensais, com lanches, frutas, sucos, bolos, achocolatados e água. Uma vez por mês também levam um kit de higiene com absorventes, sabonetes, preservativos e outros itens.
Em épocas de inverno, o grupo arrecada cobertores, roupas de frio e doa barracas para quem precisa. "A Prefeitura faz um trabalho de recolher pertences dessas pessoas em situação de vulnerabilidade. Então eles pedem nosso auxílio quando isso acontece ou quando fortes chuvas encharcam suas roupas e cobertores", explica ela.
Resgate da identidade e dignidade
Gisela lembra que todo tipo de ajuda é bem-vinda para quem está em situação de rua. E entre as ações e orientações que o grupo provê está o auxílio para a recuperação ou renovação de documentos, um passo importante para o acesso aos direitos básicos.
Entre os numerosos casos, um pedido em comum chamou a atenção da idealizadora do projeto. Um homem pedia o auxílio para renovar sua habilitação e poder retomar a sua profissão.
"Ele me disse que precisava renovar a habilitação, pois era motorista profissional e queria voltar para a cidade dele, no Espírito Santo. Nós o ajudamos, conversamos com a assistente social. Depois de algum tempo ele conseguiu."
O empresário Antonio Carlos Pereira, 58 anos, esposo de Gisela, também participa das ações e diz que essa atividade é uma forma de alimentar a compaixão por pessoas que estão em condições de vulnerabilidade.
"É importante ver o outro lado de uma vida que não vivemos, conhecer os motivos pelos quais essas pessoas vivem nas ruas e nos doarmos um pouco. Com esse trabalho aprendemos a cada domingo a ter compaixão pelo outro", comenta.
O projeto se mantém com doações de valores em dinheiro e outros itens. As contribuições podem ser feitas pelo pix (chave celular): 11947956484. Para outras formas de colaborar, é possível entrar em contato com o grupo por meio do perfil do grupo 'Pão a Quem Tem Fome' no Instagram.
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