Onças-pintadas Maiara e Maraísa fazem visitas a parque dobrar: 'sucesso'
Duas filhotes de onça-pintada viraram a atração principal do Parque Ambiental Chico Mendes, em Rio Branco (AC), e fizeram o número de visitas dobrar desde domingo, segundo a direção do local. É a primeira semana em que as fêmeas de sete meses são expostas ao público, após serem resgatadas e batizadas com o nome da dupla sertaneja Maiara e Maraísa e ganharam fama nas redes sociais.
"São um sucesso, todo mundo querendo ver elas", contou a diretora do parque, a bióloga Joseline Guimarães. Segundo ela, o número de visitantes nesta semana chegou a quatro mil. Em média, no mesmo período, o espaço recebia cerca de dois mil visitantes. "A expectativa é ainda aumentar. Aqui a gente está no período de inverno, então chove bastante. Estamos começando o verão agora".
Os felinos foram resgatados pelo Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente dos Recursos Naturais) em Sena Madureira, no interior do Acre, em dezembro do ano passado.
O resgate ocorreu após uma denúncia de que a mãe havia morrido e as onças estavam sendo vendidas ilegalmente. Elas ficaram em um período de observação no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama e chegaram ao parque ambiental na semana passada.
As patroas
Nas redes sociais, internautas fizeram montagens com as fotos das espécies e da dupla sertaneja. Até a cantora Maraísa chegou a brincar com o assunto. "Igualzinho", publicou ela.
O nome atribuído às onças foi uma homenagem feita pelos funcionários que atenderam os animais, explicou Cláudio Andrade, veterinário do parque. Segundo ele, a ideia surgiu quando as filhotes estavam no Cetas, onde há uma onça batizada como Marília - em homenagem à cantora Marília Mendonça, que morreu em um acidente aéreo em novembro do ano passado.
"Quando essas duas chegaram a gente falou 'olha aí, chegou a Maiara e Maraísa agora para formar o trio, as patroas'. E nessa brincadeira acabou ficando. Quando elas foram para o parque o pessoal manteve os nomes. É toda uma homenagem às cantoras", disse o veterinário.
Ele afirmou ser difícil identificar as onças por conta da semelhança entre elas. As duas, relatou o veterinário, são inseparáveis. "Elas brincam muito. Capaz de ficarem até sem comer se ficarem longe uma da outra".
Com a perda da mãe, as onças devem permanecer em cativeiro por não terem as habilidades para caçar e fugir, necessárias para a reinserção na natureza, ressaltou Andrade.
"Elas comem aproximadamente três vezes ao dia. Estão se alimentando super bem com carne sem osso. Há também uma suplementação com comprimidos de cálcio. (...) sem a mãe delas não há como ter essa readaptação [na floresta]".
Segundo a diretora do parque, não existe um plano de reabilitação para soltura de felinos, mas um projeto de melhoria do ambiente em que vivem pensando o bem-estar dos animais.
Laboratório vivo
O parque ambiental abriga 273 animais silvestres de 33 espécies amazônicas, como o gavião-real e o roedor pacarana. Para a diretora, o aumento do número de visitantes ajuda na divulgação de projetos de educação ambiental na região.
"Temos várias iniciativas. Trilhas, como a 'Trilha da Vida'. As pessoas entram na trilha e identificam a diferença de temperatura em relação à cidade, depois apresentamos sons de animais para que os visitantes tentem identificar. E também explicamos aspectos históricos e ecológicos", disse Guimarães.
Ela classifica as visitas ao parque como "importantes para dar vivacidade" à fauna e à flora, ampliando estudos relacionados à floresta amazônica. "Temos vários trabalhos de doutorado feitos aqui e temos agora um grupo de estudantes de zootecnia fazendo estágios com a gente. Então é um laboratório vivo".
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