Projeto usa ação ambiental para ajudar animais a serem adotados em SP
Um projeto de Bauru, São Paulo, uniu o amor pelos animais à conscientização ambiental e já evitou que 50 toneladas de tampinhas plásticas fossem jogadas no lixo ou acabassem poluindo rios e entupindo canaletas. O Eco Patinhas recolhe o material, vende e reverte o valor arrecadado em castrações e cuidados veterinários com animais resgatados da rua. Após serem acolhidos e cuidados, esses animais são colocados para adoção e encontram uma nova família.
O Eco Patinhas nasceu em julho de 2019, quando a comerciante Fabiana Gonzalez conheceu um projeto parecido no Rio Grande do Sul. A Ecoa, a idealizadora contou que é apaixonada por animais, e sempre quis ajudar de alguma forma os bichos carentes.
"Mas o maior problema sempre foi dinheiro. Um dia conheci um projeto que arrecadava tampinhas para ajudar animais de rua e fui atrás para conhecer melhor, ver como funcionava. Fiquei apaixonada pela ideia, pois envolve duas paixões: animais e meio ambiente. Aí, nasceu a ideia de criar o Eco Patinhas", explicou Fabiana.
A comerciante conta que no começo dos trabalhos alguns acharam loucura arrecadar tampinhas, mas ela manteve a determinação e divulgou em redes sociais. O resultado foi a chegada de outras pessoas que também tinham o desejo de ajudar.
"Assim conheci a Graziele Justina e a Maria Damasceno, que são as duas coordenadoras que me ajudam. O projeto ajuda os animais através da castração, pois é a única forma de diminuir o problema de abandono e sofrimento nas ruas, e cuida de doenças. Infelizmente, não tem lar para todos os animais que nascem, e muitos acabam morrendo sem ter a chance de ter uma família", ressaltou.
Para além dos cuidados com os animais, continua Fabiana, o projeto Eco Patinhas busca conscientizar as pessoas sobre a importância da reciclagem. Segundo a idealizadora, muitos não se dão conta de como uma simples tampinha plástica pode causar grande prejuízo ao meio ambiente.
Ela alerta que cada tampinha leva em torno de 400 anos para se decompor. Além disso, quando descartada no meio ambiente, pode servir de criadouro para o mosquito da dengue.
"Imagina milhares de tampinhas plásticas jogadas de forma incorreta, o estrago que faz no nosso meio ambiente. Nós descobrimos no lixo reciclável a forma de levantar dinheiro para ajudar animais e ajudar o nosso meio ambiente. O projeto é bem simples: as pessoas juntam as tampinhas plásticas e quando têm uma quantidade boa levam a um dos nossos 150 pontos de coleta espalhados pela cidade de Bauru. Nossas voluntárias passam nesses pontos para recolher, fazem uma separação e levam ao local onde pagamos as castrações", disse.
Em 2 anos e 9 meses de projeto, foram arrecadadas 50 toneladas de tampinhas, que são vendidas para uma empresa que as tritura e vende para empresas que fabricam objetos como baldes, bacias, lixeiras etc. É esse recurso que mantém os cuidados com os bichos.
Todo animal que vai castrar precisa fazer um hemograma antes para identificar se estão com erliquiose (doença do carrapato). Caso estejam, eles primeiro passam por tratamento para depois serem castrados.
"Nos casos de resgate, além da doença do carrapato, tivemos casos de cinomose, TVT (uma doença que é transmitida quando o animal cruza com um animal doente) e rinotraqueíte, entre outros. Infelizmente, nem sempre conseguimos salvar", destacou Fabiana Gonzalez.
Adoção
Para ser beneficiado pelo projeto, o protetor preenche um cadastro e, se for aprovado, entra em uma lista de espera. Quando chega a sua vez de ter acesso aos pets, o projeto entra em contato e marca o encontro em clínicas parceiras.
O Eco Patinhas não tem local próprio para abrigar animais. Eles são levados a lares temporários e, quando não há essa possibilidade, ficam em um hotel. Para arcar com as despesas até o momento da adoção, o projeto também realiza rifas e bazares.
"Nós já conseguimos ajudar uns 20 animais a encontrar uma família, hoje estamos com seis cães e quatro gatos para adoção. Hoje não temos como assumir mais nenhum resgate, pois as despesas com eles estão altas. Precisamos encontrar uma família para eles antes de poder ajudar outros", destacou.
A influenciadora digital Barbara Belai conhece bem o projeto e ajudou os pais a adotarem um cão, o Billy. Ela ajuda a divulgar o projeto em suas redes sociais para conseguir novas famílias a esses animais.
"O dia que eu vi o post sobre o Billy, vi que que era um casal se separando e que colocaria o cachorro na rua. Mostrei a história ao meu pai e disse: 'Como assim vão colocar na rua?'. Conversei com a Fabiana do Eco Patinhas e disse que meus pais queriam o cachorro, se todos se adaptassem. Billy chegou bem medroso, com cicatrizes, acho que pode ter sofrido algum maltrato. Mas hoje está bem melhor. Billy e o Boris (um boxer que já havia na casa) estão se dando super bem", contou.
Para conhecer formas de ajudar, siga o projeto no Instagram ou acesse este link.
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