Ambev impulsiona voluntariado corporativo com mentoria de gestão para ONGs
Em Bayeux, município com cerca de 100 mil habitantes na região metropolitana de João Pessoa (PB), uma ONG tem impactado milhares de famílias com o oferecimento de atividades socioeducativas, qualificação profissional e ações emergenciais durante a pandemia. A Aliança Bayeux Franco Brasileira (ABFB) foi fundada em 2014 pela psicóloga baienense Célia Dantas com a missão de ajudar crianças e jovens em vulnerabilidade social.
Situada entre a capital João Pessoa e o município de Santa Rita, Bayeux é circundada por rios e tem um contingente importante de população ribeirinha vivendo em comunidades pobres. A Aliança tem sua sede entre três dessas comunidades: São Severino, São Lourenço e Porto do Moinho. Nos últimos dois anos, a ONG expandiu sua atuação para a comunidade de São Geraldo, em João Pessoa, e outros oito municípios da Paraíba por meio de ações emergenciais relacionadas à covid-19.
Em 2020 e 2021, conseguiram alcançar mais de 36 mil famílias com distribuição de alimentos, kits de higiene e máscaras. Outras 7.854 pessoas foram impactadas diretamente pelas atividades da ONG entre 2019 e 2021. Esse número representou um crescimento de 252% na quantidade de beneficiários em relação aos três anos anteriores e coincide com a participação da Aliança Bayeux no VOA, o programa de mentoria para ONGs da Ambev que já ajudou mais de 400 organizações.
Além de ajudar a Aliança a alcançar seu objetivo principal de atingir mais pessoas, a mentoria levou a ONG a implementar uma série de melhorias na gestão, que tiveram resultados na captação de recursos (indo de cerca de R$ 22 mil para R$ 44 mil ao mês), na presença nas redes sociais e no reconhecimento externo. Em 2021, a ABFB recebeu o prêmio #WeAreTogether do Fórum Internacional de Participação Civil pelo conjunto de ações emergenciais realizadas na pandemia.
"Eu vim da iniciativa privada, não tinha experiência em gestão no terceiro setor", disse a idealizadora da ABFB, Célia Dantas, a Ecoa. "Quando chegamos em Moscou [para o prêmio] e a nossa organização estava lá com os números de impacto e indicadores ao lado de várias outras do mundo, me deu uma sensação de gratidão muito grande ao VOA, que foi quem nos ensinou a fazer isso".
30 mil horas doadas a ONGs
As primeiras parcerias da Ambev com ONGs começaram em 2017 com mentorias para a Gerando Falcões, presente em mais de 700 favelas no país, e o Instituto Pró-Saber, de Paraisópolis. Com base nessa experiência, o VOA foi lançado em 2018 como um programa de voluntariado corporativo: funcionários da Ambev doam horas de trabalho para capacitar ONGs de todo o país em gestão de projetos, orçamento e pessoas, ajudando-as a "alçar voos mais altos".
Entre 2018 e 2021, cerca de mil funcionários já foram voluntários do programa, atingindo um total de 30 mil horas doadas. Levando em conta o público das mais de 400 ONGs que já passaram pelo VOA, a Ambev estima ter impactado indiretamente 10 milhões de pessoas ao longo desses anos.
O programa tem dois anos de duração: no primeiro, as ONGs têm acesso à mentoria e às aulas de gestão; no segundo, colocam em prática o que aprenderam, ainda com o acompanhamento dos mentores. No caso da ABFB, o primeiro mentor que tiveram não está mais no VOA, mas segue prestando assessoria à ONG.
Incentivos
Segundo Carla Crippa, vice-presidente de relações com a sociedade da companhia, lideranças também são voluntárias do programa, dando o exemplo. Há outros incentivos, como reconhecimento dos voluntários em reuniões de resultados e o suporte de uma plataforma com conteúdos online, além de poder contribuir dentro do horário de trabalho.
"Dar essas ferramentas facilita e incentiva que a pessoa faça [o voluntariado], porque ela entende que isso vai ser valorizado dentro da empresa. É uma questão das mensagens passadas [pela empresa] em relação a isso", diz Crippa a Ecoa.
Ainda assim, de acordo com a vice-presidente, a principal motivação é ver o impacto positivo na sociedade. Segundo ela, é comum que os voluntários se envolvam com a causa para além da mentoria, participando de ações desenvolvidas pelas ONGs.
Embora o foco do programa seja a doação de tempo e conhecimento de pessoas capacitadas em gestão, os voluntários também aprendem com o contato com as ONGs.
"Também já fui voluntária e a gente aprende sobre empatia, sobre realidades diferentes, sobre como resolver problemas com escassez de recursos. E isso ajuda inclusive nas atividades que realizamos na própria empresa", diz Crippa.
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