Plantio solidário pretende doar seis toneladas de alimentos em Minas Gerais
O combate à insegurança alimentar ganhou um importante aliado em Minas Gerais. O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) inaugurou o sistema de plantio solidário na zona da mata mineira, que tem o objetivo de doar seis toneladas de alimentos para pessoas em situação de fome.
O trabalho pretende reduzir os impactos da pandemia da covid-19 sobre a região por meio de mutirões voluntários de famílias ligadas ao movimento.
De acordo com a coordenação do MST em Minas Gerais, em uma relação entre o campo e a cidade, mais de quatro toneladas de alimentos já foram doadas nos anos de 2020 e 2021, nos municípios de Chácara, Goianá, Visconde do Rio Branco, Rio Novo e Juiz de Fora. No entanto, todo esse trabalho ainda foi insuficiente para atender à demanda atual.
O movimento sentiu que seria possível fazer ainda mais. Inspirado nos Roçados Solidários, em dezembro de 2021 foi lançado o projeto Plantio Solidário, que tem como objetivo seguir combatendo a fome no Brasil; devolver para a população brasileira o resultado da reforma agrária popular; e mostrar que outro modelo de produção no campo é possível, sustentável.
Bolsões de pobreza
Coordenador do MST Minas, Bruno Rodrigo Silva explica que, na zona da mata mineira, se observa um aumento vertiginoso de bolsões de pobreza, principalmente nos grandes centros. Segundo ele, o desemprego e a carestia estão presentes nessa região como há muito tempo não se via.
"A pandemia intensificou esse cenário. A inflação e a perda do poder de compra do salário, principalmente para os itens alimentícios, se verificam intensamente na região. Estruturas públicas de apoio como banco de alimentos e restaurantes populares são limitadíssimos em uma microrregião cada vez com mais características urbanas", disse.
Silva ressalta que a experiência dos trabalhos comunitários realizados pelas organizações que compõem a iniciativa atesta a fome e a insegurança alimentar em bairros de Juiz de fora, Goianá, Chácara e Visconde do Rio Branco.
Michelle Capuchinho também integra a coordenação do trabalho. A Ecoa, ela conta que a troca de experiências é um dos pontos altos do projeto, uma vez que há o conhecimento da produção de alimentos saudáveis e agroecológicos das famílias Sem Terra.
"Nossa proposta é essa troca de conhecimento e integração entre o campo e a cidade. Estamos nesse processo junto com mais de 15 organizações, sendo que estamos escrevendo e enviamos o projeto para algumas organizações que podem nos ajudar no financiamento, apresentando a proposta para mandatos parlamentares, mas ainda estamos mesmo contando com a iniciativa popular", explicou.
Mutirões vão atender 100 famílias
Por meio dos mutirões voluntários, o objetivo é plantar, colher e doar seis toneladas de alimentos ao longo de seis meses para 100 famílias em situação de fome e insegurança alimentar. Para alcançar esse objetivo, o projeto precisa de braços voluntários e colaboração financeira. A meta é arrecadar R$ 30 mil em doações para ajudar nas despesas.
"Ter que admitir viver em um país que tem fome é muito triste. Um país que tem hoje 19 milhões de brasileiros e brasileiras passando fome, enquanto o agronegócio bate recordes de exportação de alimentos e outros produtos da agricultura. É um absurdo. Alimento não pode ser uma mercadoria, é uma necessidade humana de primeira ordem", argumentou a coordenadora.
Ainda segundo o MST, desde o início da pandemia do novo coronavírus, o movimento doou mais de seis mil toneladas de alimentos e 1,150 milhão de marmitas para pessoas e famílias inteiras em situação de fome e insegurança alimentar em todas as grandes regiões do país.
O projeto Plantio Solidário aceita doações em dinheiro via PIX: plantiosolidariozm@gmail.com (chave-e-mail).
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