Professora transforma lixo em brinquedos pedagógicos no Rio Grande do Norte
Uma professora do Rio Grande do Norte inconformada com a falta de materiais que a auxiliassem na alfabetização de seus alunos decidiu transformar lixo em materiais didáticos para ajudá-los na aprendizagem e ainda despertar a consciência ambiental dos estudantes. Ela criou mais de 70 brinquedos a partir de papéis, plásticos, papelões e tampinhas de garrafas PET, entre outros itens que seriam descartados.
"Através do que se joga no lixo podemos mudar realidades educacionais e conscientizar as crianças da importância de cuidar do meio ambiente a partir de ações simples. Uma tampinha que seria descartada e que poderia entupir um bueiro vira a letra 'A' e contribui para o processo de leitura e de escrita", diz Taziana Pessôa, 48 anos, professora do 4º ano do ensino fundamental em uma escola municipal na zona rural do estado e do curso de pedagogia da Universidade Potiguar (UnP).
A educadora conta que a ideia de usar materiais recicláveis para criar caixas decoradas, abecedários, fatias de pizza e cartões ilustrados, por exemplo, surgiu com a necessidade de mostrar aos alunos do curso de pedagogia da Universidade Potiguar (UnP) que os professores podem utilizar elementos lúdicos para ensinar qualquer componente curricular.
Na universidade, Taziana apresenta à turma a ideia de que mudar os processos educacionais se inicia na sala de aula, na sala em que eles fazem estágios ou são professores.
"Mostro que os jogos pedagógicos feitos com materiais reciclados são um caminho para a progressão da aprendizagem do aluno da educação básica, pois um brinquedo pensado para ensinar adição amanhã pode ser modificado ao substituirmos algumas peças, por exemplo, e ele ensina multiplicação. Esse processo ajuda a conscientizar também sobre a questão do descarte, do descartável e que temáticas como sustentabilidade passam a ser ensinados a partir de uma vivência", diz.
Tudo pode ser transformado a partir do olhar do professor e de seu planejamento, acredita a docente. No projeto, são utilizados papelão, caixa de ovo, gargalos e tampinhas de garrafas PET, encartes de supermercado, pedaços de madeira, sobras de EVAs e cartolinas, caixas de sapatos, CDs, potes de doces para armazenar quebra-cabeças, pratinhos de papelão e copos de plástico de festa.
"Nesse caso específico, os acadêmicos vivenciaram na prática o que é ser um professor inovoativo, como costumo nomear. Aprenderam que devem ser o professor que o aluno precisa para aprender; que o simples traz um resultado incrível para os processos de ensinar e de aprender. Para os alunos da educação básica, no caso dos beneficiados por essa ação, se aprende de várias maneiras e uma delas é brincando", continua.
Os brinquedos pedagógicos são doados aos alunos do ensino infantil e fundamental (1º ao 5º ano) da Escola Municipal Dep. Djalma Aranha Marinho, na zona Rural de São Gonçalo do Amarante (RN).
"Tenho como máxima profissional que o meu objetivo é fazer com que o aluno perceba que esse conteúdo vai conversar com outro, mas principalmente que utilize esses saberes em sua vida cotidiana", completa Taziana.
A estudante Rebeca Costa, 20 anos, está no 7º período de pedagogia e participou da produção dos brinquedos. Para ela o trabalho foi empolgante e inovador.
"Nosso jogo confeccionado com materiais reciclados é uma extensão de tudo o que aprendemos e colocamos em prática da disciplina de Projeto Integrador: Prática em Educação Ambiental. Saber que aquilo que aparentemente não teria utilidade alguma e que seria jogado no lixo, no ato de conscientização ambiental, será reciclado para a criação de jogos pedagógicos para auxiliar crianças em processo de alfabetização é indescritível", diz.
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