Juliana Paes: 'Passar aqueles meses no Pantanal abriu minha cabeça'
Desde o fim de março, a nova versão da novela "Pantanal" tem levado a paisagem do bioma brasileiro para dentro da casa de espectadores de norte a sul do país.
No papel de Maria Marruá, mãe de Juma, a atriz Juliana Paes participou do início da novela. Ela também acabou se envolvendo com o ecossistema pantaneiro: durante as gravações, conheceu os projetos do Instituto Arara Azul, que promove há décadas a conservação das araras azuis em seu ambiente natural, e aceitou o convite de ser embaixadora da ONG.
"Fiquei fascinada pelo trabalho de preservação das araras e outras causas ambientais que eles exercem na região. Existe uma equipe muito competente e profissional por trás da ONG, que acredita e se dedica integralmente ao que faz", diz Paes a Ecoa.
Sua função como embaixadora é utilizar a visibilidade que tem em prol do ecossistema do qual, ressalta, também fazemos parte, além de buscar entender melhor o tema da conservação ambiental e fomentar diálogos sobre a causa.
Segundo a atriz, os meses passados no Pantanal lhe trouxeram um "entendimento novo" a respeito do meio ambiente.
"Abriu um mundo na minha cabeça. [Trouxe] a certeza de que por menor que seja nosso alcance para agir, sempre dá para fazer um pouco pela causa ambiental. Cada um de nós pode fazer um pouquinho, pode divulgar, ajudar na conscientização. Mas tem que ser logo."
Juliana Paes, atriz
Nesse processo de aprendizado sobre a conexão humana com o meio ambiente e a responsabilidade em preservá-lo, ela conta um episódio marcante. Ao ver uma árvore grande que havia sofrido com os incêndios que atingiram o bioma nos últimos anos, disseram a ela que a família de pássaros que antes ficava ali não voltaria tão cedo, e que com isso todo o entorno empobreceria.
A cena a fez perceber como a preocupação com espécies animais, como a arara azul, se liga à preservação de todo o ecossistema e às gerações futuras.
Sobre a contribuição de "Pantanal" para conscientizar os brasileiros sobre a preservação do bioma, Paes acredita que a novela tem cumprido esse papel com excelência.
"A teledramaturgia tem o poder mágico de conectar e tocar as pessoas pelo afeto, pela emoção, pela identificação. Fico feliz de ter feito parte de um projeto que não só embeleza a tela dos brasileiros, mas traz reflexão e um desejo pelo contato com a natureza que nos permite pensar sobre como é necessário preservar. Essa conversa é urgente!", diz.
Trabalho de preservação tem mais de 30 anos
Fundado em 2003 em Campo Grande (MS), O Instituto Arara Azul nasceu para dar respaldo jurídico ao Projeto Arara-Azul, que há 31 anos estuda a arara-azul-grande, promove a conservação e realiza o manejo dessa espécie em seu ambiente natural, o Pantanal.
Esse trabalho consiste no acompanhamento das araras na natureza e o monitoramento de ninhos naturais e artificiais numa área de mais de 400 mil hectares, em conjunto com proprietários locais. Segundo dados da organização, mais de 800 ninhos naturais e artificiais já foram cadastrados em 65 propriedades e mais de 1.600 monitoramentos são realizados no Pantanal sul-mato-grossense e mato-grossense por ano, onde a população de arara-azul é de aproximadamente 5 mil indivíduos.
O instituto também estuda a biologia reprodutiva de outras espécies de aves que coabitam com a arara-azul no Pantanal e foi responsável pelo treinamento de mais de cem jovens para a conservação da biodiversidade.
Para a presidente do instituto, a bióloga Neiva Guedes, os principais resultados de sua atuação ao longo dos anos foram a diminuição do tráfico desses animais devido ao envolvimento da comunidade humana com a conservação, o aumento dos estudos ecológicos e da relação entre as espécies do bioma e o benefício direto de mais de 24 espécies através do manejo de ninhos e instalação de ninhos artificiais no Pantanal.
Isso levou à conquista de um dos principais objetivos da organização em 2014: retirar a arara-azul-grande da lista de animais ameaçados de extinção.
As queimadas de 2020 e a seca dos anos seguintes, porém, têm ameaçado colocar o trabalho de décadas a perder. O fogo significou perda de habitat e de alimento para as araras, que podem retornar à lista.
Para apoiar o trabalho do Instituto Arara Azul, é possível doar diretamente para a ONG, adquirir seus produtos ou participar das campanhas "Adote um ninho" e "Adote um filhote".
Doações diretas podem ser feitas em qualquer valor via Pix (05.910.537/0001-02), PayPal ou Pagseguro.
No caso das campanhas, é necessário entrar em contato com o Instituto pelo telefone (67) 3222-1205 ou pelo email contato@institutoararaazul.org.br.
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