Projeto de estética negra combate a fome em SP e ampara mães e avós solo
O que nasceu como um projeto de amparo a mulheres negras em processo de transição capilar se transformou em um importante trabalho de combate à fome em São Paulo. Com a pandemia do novo coronavírus, a parte de cursos e estética foi interrompida e ajudar na alimentação das famílias da comunidade se tornou o foco deste grupo.
O projeto TrançAmor distribui 1.500 marmitas orgânicas e 50 cestas básicas ao mês na zona sul de São Paulo, priorizando o atendimento de mães e avós solos.
A coordenadora do projeto, Evelyn Daisy de Carvalho, explicou que o trabalho do TrançAmor começou em 2017, quando um grupo de mulheres profissionais da área da beleza, liderado por ela, identificou a necessidade de amparar mulheres que estavam passando pelo processo de transição capilar e de profissionalizar mulheres negras, mães solos e pessoas trans. A intenção era deixá-las à frente de suas finanças.
Para algumas, uma renda extra, para outras, trabalho principal. A transição capilar, explica Evelyn, é um processo bem delicado para as mulheres pretas. Por esse motivo, o programa oferecia cuidados estéticos com as tranças, dias de princesa e também terapia.
"Com o tempo, percebemos que essas mulheres e suas famílias tinham outras necessidades mais urgentes, como a alimentação. Então o programa de terapia foi estendido para famílias e iniciamos o programa de segurança alimentar", disse.
Curso, feira e café da manhã
A coordenadora lembra que todas as ações privilegiam mães e avós solo, alguns atendem somente elas, como os cursos, a feira gratuita de orgânicos e o café da manhã. Já as marmitas são distribuídas para todas as pessoas em situação de insegurança alimentar.
"As marmitas são preparadas em nossa cozinha social, no bairro de Chácara Santana, três vezes por semana. Temos 13 voluntários fixos para essa produção. As verduras, legumes, raízes e temperos frescos são de agricultura orgânica familiar. São 900 pessoas auxiliadas por mês, além de mães e avós solos, famílias da periferia, de ocupações, casas de recuperação para dependentes químicos e pessoas em situação de rua", destacou.
Segundo a coordenadora, é comum as atendidas compartilharem que, devido ao TrançAmor suprir o básico ou o que chamam de grosso, elas podem comprar misturas e até mimos para os filhos.
"Isso é comum escutar delas. É comum também as voluntárias da cozinha compartilharem que após começarem a trabalhar em nosso projeto social diminuíram muito a depressão que tinham, eu me sinto privilegiada por estar contribuindo para a melhora do nosso entorno", disse.
A intenção agora é ampliar o programa para que as ações atendam mais famílias e cresçam gradativamente. Para isso, o projeto conta com doações. "Nosso sonho é que nosso curso de gastronomia atenda mais zonas de São Paulo e outros municípios também, e que nossas voluntárias passem a ser trabalhadoras remuneradas e formadas em gastronomia. Queremos ter nossa sede própria, pois a que temos é temporária", disse.
o perfil do Instagram. Doações em dinheiro podem ser feita por PIX: 11962969306 (chave-celular)
Conheça mais sobre o TrançAmor acessando
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