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Nike ajudará a plantar 200 campos de futebol em árvores na Amazônia

Empresa se une a SOS Amazônia e Onçafari para replantar 400 mil árvores nativas e proteger a onça-pintada na Amazônia - iStock
Empresa se une a SOS Amazônia e Onçafari para replantar 400 mil árvores nativas e proteger a onça-pintada na Amazônia Imagem: iStock

Camilla Freitas

De Ecoa, em São Paulo (SP)

14/07/2022 06h00

Dá para unir esporte e preservação do meio ambiente. É isso que propõe a Nike em sua nova parceria com três organizações: SOS Amazônia, Onçafari e Instituto Esporte e Educação (IEE). A ideia da empresa é a preservação ambiental por meio do cuidado com as onças, o incentivo ao esporte e o plantio do equivalente a 200 campos de futebol, tudo com foco na Amazônia.

A escolha do local não foi acaso. O maior bioma brasileiro que concentra a maior floresta tropical do mundo tem sofrido diversos impactos negativos. Em junho deste ano, a floresta perdeu uma área do tamanho da cidade do Rio de Janeiro de mata por desmatamento, 1.120 km² segundo o programa de monitoramento do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

"Quando a gente aborda um parceiro não é para inventar moda. Ou seja, nossa atuação junto a essas organizações é contribuir com iniciativas já tomadas por eles. A gente entende que a nossa contribuição é entender como podemos somar esforços", comenta Bruno Teixeira, gerente sênior de Propósito da FISIA, distribuidora oficial da marca no Brasil.

Centenas de campos de futebol

A parceria que a Nike firmou com a SOS Amazônia prevê que, até 2025, seja restaurada uma área de 200 hectares (o que equivale a 200 campos de futebol) no Acre por meio do plantio de 400 mil árvores nativas.

"A organização trabalha diretamente com o engajamento comunitário, o que é muito importante. Não se trata apenas do plantio, mas do envolvimento da comunidade local para esse plantio. Até mesmo a definição das árvores que serão plantadas passa por um diálogo com a comunidade para garantir que ela tenha a compreensão de que uma árvore em pé vale muito mais do que uma árvore derrubada", diz Teixeira. A ação deve envolver cerca de 200 famílias.

Onça-pintada, Xingu, encara fotógrafo ao beber água no Pantanal  - Reprodução/ Gustavo Figueirôa - Reprodução/ Gustavo Figueirôa
As parcerias fazem parte da área de propósito da Nike que possui três pilares que unem diversidade e inclusão, sustentabilidade ambiental e promoção de acesso ao esporte com foco em crianças.
Imagem: Reprodução/ Gustavo Figueirôa

Onça viva

Criada há 10 anos, a Associação Onçafari tem como o objetivo desenvolver o ecoturismo e preservar a biodiversidade com atenção à onça-pintada em biomas como Pantanal, Cerrado, Mata Atlântica e Amazônia. A parceria com a Nike vai viabilizar iniciativas de proteção ao animal por meio da intensificação de pesquisas e do monitoramento da espécie, também pelos próximos três anos.

A onça-pintada é considerada uma espécie "guarda-chuva", ou seja, precisam de uma área preservada para sobreviver, assim, protegendo as onças, se protege a floresta como um todo.

"Da mesma forma que uma árvore em pé vale mais que uma árvore derrubada, uma onça viva gera mais recurso para a comunidade local do que uma onça morta. E quando falamos de ecoturismo, as famílias também estão envolvidas para atuar nesse setor", diz o gerente de Propósito da FISIA.

Serão 95 câmeras fotográficas instaladas nos quatro biomas, uma equipe dedicada na Amazônia e a aplicação de colares de GPS em alguns animais para um monitoramento mais preciso.

Um golaço em dupla

O trabalho com as duas organizações ambientais se somará à parceria da Nike com o Instituto Esporte e Educação, fundado pela ex-jogadora de vôlei Ana Moser, que já tem um histórico de atuação com a empresa. Ambos atuam juntos no acesso de crianças ao esporte desde 2007.

Contudo, as atividades do IEE se dá em Lábrea, no sul do Amazonas, que é a quarta cidade de todo o Brasil que mais emite gases do efeito estufa, de acordo com dados do último SEEG Municípios. "Queríamos contribuir com o acesso ao esporte junto a comunidades da Amazônia e essa é uma oportunidade de proteger o futuro do planeta e o futuro do esporte", comenta Teixeira.

Vista aérea de desmatamento na Amazônia para expansão da pecuária, em Lábrea (AM) - Victor Moriyama/Amazônia em Chamas - Victor Moriyama/Amazônia em Chamas
Vista aérea de desmatamento na Amazônia para expansão da pecuária, em Lábrea (AM)
Imagem: Victor Moriyama/Amazônia em Chamas

Em Lábrea, a parceria vai atuar com parceiros locais para a criação de projetos de esporte em quatro escolas públicas, duas na zona urbana e duas em comunidades indígenas. A iniciativa, segundo a empresa, vai beneficiar cerca de 400 crianças por ano.

"Usamos o engajamento dentro do esporte para que mais pessoas tenham acesso a agenda ambiental. Com essas organizações podemos garantir que todos os torcedores apaixonados por esporte possam participar dessa conversa", diz Bruno Teixeira.