O que é insegurança alimentar, que atinge 33 milhões de brasileiros?
Divulgada hoje, a segunda etapa do Inquérito Nacional sobre Segurança Alimentar no Contexto da Pandemia (Vigisan), mostra que 37,8% das famílias brasileiras com crianças com menos de dez anos passam fome ou têm alimentação insuficiente.
Para se ter ideia, só no Nordeste, 49,4% das pessoas não têm o que comer. São 12,1 milhões de famintos. É como se quase a cidade inteira de São Paulo passasse fome. O estado paulista, aliás, possui o maior contingente de população em insegurança alimentar (com 6,8 milhões).
"Fica claro que, quanto maior a quantidade de crianças em uma casa, maior a chance de ter insegurança alimentar, mais fome. Há uma relação direta porque a demanda das crianças é maior", afirmou ao UOL Rosana Salles Costa, do Instituto de Nutrição da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e pesquisadora da rede Penssan.
Afinal, o que é insegurança alimentar?
Insegurança alimentar não é uma expressão nova — "gourmetizada", como dito nas redes — para a fome. De acordo com a Oxfam Brasil, a expressão "segurança alimentar" começou a ser usada pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) logo após a Segunda Guerra Mundial.
Na época, tratava-se de um termo militar. Para um país ser forte internacionalmente, ele precisava ser autossuficiente tanto em armas quanto na capacidade agrícola de abastecer a própria população.
A partir da Conferência Mundial da Alimentação, promovida pela Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO), em 1974, a expressão passou a ser usada para explicar o fenômeno social da falta de acesso a comida no mundo, levando em conta todos os problemas de abastecimento, disponibilidade e inflação dos preços dos alimentos.
Atualmente, o quadro de insegurança alimentar diz respeito ao indivíduo que não possui acesso físico, econômico e social a alimentos saudáveis e de físico, econômico e social a alimentos saudáveis e de qualidade para fazer todas as refeições necessárias.
Hoje, apenas 41,3% dos brasileiros se encontram em situação de segurança alimentar — ou seja, possuem acesso regular e permanente a uma dieta saudável, com mesa farta e geladeira cheia.
Quais os diferentes tipos de insegurança alimentar?
Alcança 41,3% dos brasileiros. É quando a família tem acesso regular e permanente a alimentos de qualidade e em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais
Atinge 28% dos brasileiros. É quando a família tem preocupação ou incerteza quanto ao acesso aos alimentos no futuro, com qualidade inadequada resultante de estratégias que visam não comprometer a quantidade de alimentos
Atinge 15,2% dos brasileiros. É quando há redução quantitativa de alimentos entre os adultos e/ou ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos
Atinge 15,5% dos brasileiros. É quando há redução quantitativa de alimentos entre as crianças e/ou ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos
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