Canteiro virou classe: Escola pública dá aulas para crianças em horta no ES
Alunos de uma escola pública do Espírito Santo estão, literalmente, colocando a mão na terra para aprender matemática e língua portuguesa. É que a unidade de ensino juntou as matérias da grade curricular ao exercício de entender a importância de alimentos saudáveis e de preservar o meio ambiente.
O projeto surgiu em 2020, quando os funcionários do Cmei (Centro Municipal de Educação Infantil) Joana Batista Chagas, localizado no Vale do Sol, na cidade de Viana, se uniram para criar uma "horta-estudo" no colégio.
Roberta Geana Ferreira Silva, diretora da unidade de ensino, explica que, durante a pandemia da covid-19, os alunos tinham uma escala de aulas presenciais. Buscando um ensinamento criativo com interação entre eles e, também, ensinar ao ar livre, resolveram iniciar um trabalho com a horta.
"Foi uma ação de todos os profissionais da escola e dos familiares das crianças. Esse é um projeto da secretaria municipal de Educação que gostamos muito de realizar e que vemos os frutos. O intuito é que plantando e colhendo, os alunos aprendem a ter carinho e cuidado com o meio ambiente. E é melhor ainda quando vemos que a comunidade de Vale do Sol abraçou o projeto: as mães nos mandam fotos das crianças com os alimentos", contou a Ecoa.
No período, todos os profissionais da escola se uniram para criar a horta durante o turno de preparação de aulas, para suprir a falta que os alunos faziam à escola.
"Os professores promovem um ensino inovador com o projeto. Os canteiros se transformam em classe e as atividades ultrapassam os saberes sobre ciências, matemática, português e artes em contato com hortaliças e frutas", destaca a educadora.
Mas como esse experimento pode ajudar no aprendizado? A gestora detalha que o manejo pode ser utilizado também como aulas de matemática e português. E acontece da seguinte maneira:
Na matemática, os alunos têm a possibilidade de aprender a contar e identificar os numerais identificados nas plaquinhas de cada planta.
Em seguida, vem a leitura e o momento de conhecer as letras, formar as sílabas, aprender a escrever o nome de cada plantinha e ler.
Dessa forma, aprendem brincando sobre a importância de realizar do processo de plantio além das quatro paredes da sala de aula.
"São 250 alunos de 12 turmas. Eles estão nos anos iniciais da escola e têm de 3 a 6 anos. A colheita vai para o complemento da alimentação escolar e as crianças também levam os produtos para casa. Foi o caso da coleta do rabanete, que o Bernardo colheu. Ele levou hortaliças para casa, depois mandou foto mostrando a salada que fez para o jantar. E a turminha já está de olho nas cenouras que estão quase em ponto de colheita", conta.
Bernardo Pereira tem 6 anos e participou de todos os encontros na horta escolar. O pequeno conta que adorou a metodologia e que foi ainda mais legal poder sair da sala e sentir o cheiro dos vegetais.
"Aprendemos que precisa regar constantemente as plantas e não podemos jogar lixo nas ruas. Aprendemos português, matemática e artes. Também aprendemos como os vegetais que plantamos fazem bem a nossa saúde", diz.
Segundo a diretora, a partir do experimento, crianças desenvolveram de maneira rápida e objetiva a forma de aprender português, matemática básica e ainda preservar a natureza. Além de conhecer os nomes e características das verduras e vegetais, ressalta a educadora, elas viram que para aprender não é preciso estar em sala de aula. Brincar também pode ser uma forma de aprender.
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