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Menino que teria um mês de vida consegue R$ 2 mi em doações para tratamento

Jean Lucas Paes Leme Jube tem tipo de câncer agressivo; Família conseguiu R$ 2 milhões de doações para o tratamento - Arquivo Pessoal
Jean Lucas Paes Leme Jube tem tipo de câncer agressivo; Família conseguiu R$ 2 milhões de doações para o tratamento Imagem: Arquivo Pessoal

Ed Rodrigues

Colaboração para Ecoa, do Recife

24/09/2022 06h00

A vida de Jean Lucas Paes Leme Jube, 9 anos, virou de cabeça para baixo quando recebeu um diagnóstico de câncer no início deste ano. Imediatamente, os pais do garoto suspenderam todas as suas atividades para pode dar total atenção ao problema.

Após exames, os médicos disseram que a vida de Jean só seria salva se a doença fosse tratada fora do país, ao custo de mais de R$ 2 milhões. Na corrida contra o tempo, a família apelou para a solidariedade das pessoas, criou uma vaquinha digital e, pasmem, deu certo. Em menos de uma semana, o montante foi arrecadado.

A família de Jean Lucas, que mora Aparecida de Goiânia, Goiás, precisou se mudar para Barretos, São Paulo, em busca melhor tratamento. Mas uma notícia inesperada tirou o chão de todos. O câncer de Jean é muito agressivo e, sem tratamento adequado, daria ao pequeno apenas um mês de vida.

O menino, segundo a família, foi diagnosticado com Linfoma de Burkitt refratário grau 3. A doença é rara, agressiva e ligado ao baço, intestino e bexiga. Para vencer a luta, Jean precisa ter acesso a um novo tratamento chamado CAR-T Cell. Após conseguir o valor, os pais do garoto agora estão decidindo para qual país levá-lo: Espanha ou Estados Unidos.

A Ecoa, o empresário Silvio Eurico Paes Leme Junior, 40, pai de Jean, contou sempre teve fé que eles conseguiriam pagar o tratamento. Perder Jean não era opção. Junto com outros familiares, ele movimentou as redes sociais em busca dos recursos.

"Quando a médica falou para a gente sobre o pouco tempo de vida dele e o valores do tratamento, pensei logo: vamos fazer uma vaquinha. Ainda teve umas pessoas que falaram assim: 'Nossa, um valor tão alto assim é impossível conseguir'. E eu devolvi dizendo que para Deus nada é impossível. E era verdade. Muitas pessoas ajudaram como puderam. Artistas se juntaram à causa, influencers digitais, atletas e ex-atletas também. E estamos aí nos últimos ajuste para embarca como ele", conta.

No Brasil, Jean Luca chegou a ser tratado com quimioterapia. No entanto, o tumor sempre retornou, o que inviabilizou um transplante de medula. De acordo com o pai do menino, o câncer dobra de tamanho a cada 24 horas e o tratamento no Brasil não conseguiu uma remissão.

"Ele precisa entrar em remissão (que é quando todas as células cancerígenas desaparecem) para poder fazer o transplante. Como os tratamento no Brasil não estavam fazendo o efeito desejado, os médicos disseram que ou ele se trata fora do país ou só teria um mês de vida. Seja em Barcelona ou na Califórnia, o tratamento vai primeiro buscar a remissão para depois ele poder fazer o transplante de medula", explicou o Sílvio.

O menino Jean Lucas, 9, há seis meses luta contra um tipo de câncer agressivo e agora precisa fazer um tratamento especial nos EUA - Reprodução/Redes Sociais - Reprodução/Redes Sociais
O menino Jean Lucas, 9, há seis meses luta contra um tipo de câncer agressivo e agora precisa fazer um tratamento especial nos EUA
Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Diagnóstico

Jean Lucas foi diagnosticado no início deste ano quando os pais notaram que ele estava diferente. Os primeiros exames foram na cidade onde residiam, em Goiás, mas o menino entrou em um quadro de piora muito rápido e o que levou os pais a buscarem novas opiniões médicas para fechar o diagnóstico.

"Durante o mês de março, a gente percebeu que ele estava com pouco apetite e ele é bom de apetite. Certo dia, ele começou a passar mal, passou tão mal que a gente levou na emergência. Ele saiu de casa vomitando muito. Uns médicos diziam que era virose, outros que era verme. A piora aumentou e ele precisou ficar internado. Realizou uma bateria de exames e pereceram uma massinha. Precisaram abrir ele para fazer uma biópsia", disse.

A equipe no hospital de Goiânia detectou o câncer, mas não conseguiu dizer com celeridade qual o tipo do câncer. Cirurgiado e muito fraco, Jean foi removido pelos pais para um hospital em Barretos. A família precisou alugar um avião para levar o menino porque, segundo o pai, ele não aguentaria uma viagem terrestre.

"O avião custou R$ 30 mil. Eu já estava pronto para fazer uma vaquinha para pagar UTI aérea só que no último momento saiu um documento do hospital falando que tinha vaga e o plano de saúde pagou. Chegando em Barretos, eles fizeram todos os exames que ele tinha feito em menos de 4 horas. Levaram ele para a mesa de cirurgia novamente. E dessa vez saiu o diagnóstico correto", relembrou.

Depois de todos esses procedimentos foi que a notícia do curto período que todos teriam para tentar salvar a vida do garoto. "Se ele não fizer o tratamento, talvez tenha até menos um mês de vida. Por isso, estamos com toda essa mobilização. Antes de viajar, eles vão fazer mais um ciclo de quimio aqui em Barretos, para ele ter mais tempo. Ele não pode ficar fazendo quimio por causa da toxidade porque danifica os outros órgãos, mas eles vão fazer mais um ciclo", explicou.

Embora tenha arrecadado os R$ 2 milhões, a família ainda conta com a ajuda de doadores e espera reunir o recurso para custear toda a viagem. "Porque teremos que pagar estadia, alimentação, remédios etc. Mas a pessoas do Brasil todo estão orando por Jean e ajudando com o que podem. Somos muito gratos a Deus e todas essas pessoas", disse.

Para contribuir com o tratamento de Jean basta acessar a vaquinha virtual, ou transferir qualquer valor pelo PIX:018.167.021-61 (chave-CPF), Dayanne Jubé Cardoso.

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