'Forno solar, você ainda vai ter um': invento dispensa gás e eletricidade
Já pensou em fazer um almoço delicioso sem gastar um centavo com gás ou eletricidade? De quebra, você cozinha sem poluir o ambiente ou contribuir com o efeito estufa que aquece a Terra. Se a ideia te parece boa, saiba que uma família cearense viralizou nas redes sociais ao produzir uma série de fornos solares, equipamentos que dispensam a utilização de gás ou eletricidade.
O princípio físico do forno solar é muito simples: uma caixa que deixa a luz do sol entrar, mas não deixa o calor interno sair. Tudo o que for feito para aumentar a incidência da luz solar dentro do invento, transmitindo o calor para dentro da panela, e evitar a perda de calor interno, vai melhorar sua eficiência.
O sucesso do forno surgiu de posts do casal de designers Marina Rosa e Michel Icart. O forno foi projetado pelo pai de Marina, Pedro Humberto. A Ecoa, ele contou que aprendeu sobre o forno solar com um amigo fotógrafo aposentado de Fortaleza. Pedro gostou da ideia e passou a produzir os próprios fornos.
"Meu amigo José Albano tem o blog 'Forno solar - Você ainda vai ter o seu', onde pode-se encontrar muitas informações sobre o forno solar, inclusive um passo a passo para que a pessoa interessada construa seu próprio forno. É preciso deixar claro que nem eu nem o José Albano inventamos o forno solar. No blog tem um histórico onde está informado: 'Inventado na Suíça, em 1767, pelo naturalista Horace de Saussure'. O forno solar levou séculos para ser difundido pelo mundo", disse.
Pedro conta que utilizou alguns materiais recicláveis, como papelão, papel, chapas metálicas, madeira, vidro, e outros necessários para montar o forno, como cola, folhas de alumínio e plástico. A escolha desses elementos se deu por uma questão de praticidade e para dar uso a alguns materiais que poderiam ser descartados no ambiente.
O equipamento impressiona, mas não é possível fazer todo tipo de alimento nele, pois seu aquecimento é lento.
"Alimentos que necessitem de cozimento rápido ou frituras não podem ser feitos no forno solar. Colocamos o forno no sol, já com a panela e os alimentos a serem cozidos, às 7h e deixamos sob o sol até a hora do almoço. Se tiver sol, vai funcionar bem. E ninguém precisa ficar cuidando. Não tem perigo de queimar ou causar acidentes, não tem fogo", explicou.
Forno pode ajudar famílias com dificuldade para pagar a contar de gás?
A família não pensa em produção industrial. Segundo Pedro Humberto, a intenção é divulgar a ideia para que mais pessoas possam produzir seus próprios fornos e, dessa maneira, contribuir também com o meio ambiente. No Brasil, aponta ele, o forno solar é pouco conhecido. No entanto, se alguma entidade tiver interesse em divulgar a ideia e fazer o forno solar chegar às pessoas que tenham dificuldade de acesso ao gás ou outro tipo de combustível, como álcool, carvão, lenha, Pedro Humberto ficaria feliz em ajudar.
"Eu não tenho dificuldade para pagar a conta de eletricidade ou comprar o gás. O forno é uma opção por paixão. A utilização da energia solar para cozinhar é tão interessante que eu a adotei sem pensar na questão econômica. Além de resultar em um alimento saudável e apetitoso, a utilização de materiais recicláveis e o não uso de combustíveis fósseis dá uma sensação de colaborar para um mundo melhor.", diz.
Marina Rosa, filha de Pedro Humberto, e seu companheiro Michel Icart têm uma conexão forte com o mar, já que moraram em veleiros por anos. O casal contribui para as causas ambientais, com ações vão desde eventos de limpezas de praias à divulgação e acompanhamento de expedições marítimas de projetos e ONGs ambientalistas.
"Estamos desenvolvendo nosso próprio projeto: um catamarã elétrico e inteligente, onde tecnologia e inovação agem a favor da sustentabilidade e trazem facilidades para o dia a dia. Nós vamos construí-lo e compartilhar tudo nas redes sociais, com o intuito de que sirva de inspiração para que mais pessoas possam se utilizar das soluções em suas próprias casas. Tem muito mais de onde veio o forno solar. Ele é apenas um dos sistemas que estamos estudando", diz Marina.
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