Papo Preto #100: O cinema pensado a partir de uma perspectiva afrocentrada

O cinema nasceu pensado para captar luz principalmente focada na pele branca. Da mesma forma, as narrativas dos cinemas hegemônicos, principalmente o hollywoodiano, criaram uma representação falsa da raça negra baseada na animalização. Essas são considerações de Gabriel Muniz, do coletivo Cinema Negro Sonoro.

Neste episódio de Papo Preto Muniz e Marise Urbano, os dois representantes do coletivo, falam sobre o trabalho que fazem em diversas áreas do audiovisual, pesquisando e produzindo narrativas afrocentradas.

"Que som estamos pensando para o cinema negro? A gente vem de uma reflexão sobre a representação e a representatividade dos corpos negros dentro da narrativa cinematográfica, pensando em roteiristas e diretores. Depois começamos a pensar a fotografia, que fotografia é essa para corpos pretos? Que luz é essa? E aí chegamos na discussão sobre o som. Que som é esse pensado para narrativas pretas?", indaga Marise a partir de 06:05 do arquivo acima.

Gabriel Muniz diz que as respostas devem partir de uma reflexão sobre as suas próprias origens e de um resgate em suas ancestralidades. "O primeiro desafio é a questão da colonialidade, de como a gente, nesse contexto de diáspora, sempre acaba influenciado pelo processo de colonização. Temos buscado descolonizar as práticas em que a gente enfatiza o falar em vez de escutar, o primeiro exercício é observar isso em nós mesmos" (a partir de 25:54 do arquivo acima).

Papo Preto é um podcast produzido pelo Alma Preta, uma agência de jornalismo com temáticas sociais, em parceria com o UOL Plural, um projeto colaborativo entre o UOL, coletivos e veículos independentes. Novos episódios vão ao ar todas as quartas-feiras.

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