Ganhador do Prêmio Sócrates: 5 coisas que Mané fez para ajudar o Senegal
Sadio Mané, ídolo dentro de campo e um dos jogadores responsáveis por levar Senegal à Copa do Mundo, venceu a primeira edição do Prêmio Sócrates. A premiação, que está inserida dentro do Bola de Ouro 2022 apresentado no Théâtre du Châtelet, em Paris, reconhece jogadores de futebol envolvidos positivamente em causas sociais, assim como foi o caso do jogador brasileiro Sócrates, que dá nome à premiação. Quem entregou o prêmio ao senegalês foi justamente o irmão de Sócrates, Raí.
E quem acompanha futebol já sabe que Sadio Mané é um craque com a bola nos pés. Caso você não o conheça, saiba que o senegalês, só no Liverpool, seu último clube, venceu a Liga dos Campeões - principal competição depois da Copa do Mundo - e o Campeonato Mundial de Clubes da Fifa, entre outros títulos. Só que o motivo da premiação não foi esse,
O jogador que hoje mora na Alemanha e joga no Bayern de Munique não deixou suas origens de lado. Nascido em Bambali, cidade com cerca de dois mil habitantes a 400 km de Dacar, capital do Senegal, Sadio Mané tem atuado com ações filantrópicas que priorizam saúde, educação e infraestrutura em sua terra natal.
Para que você conheça um pouco mais das ações do jogador, Ecoa fez uma lista com cinco momentos que Mané mostrou ser merecedor do primeiro Prêmio Sócrates.
Mané doa milhões para construção de hospital
Meses antes de estrear na Copa do Mundo da Fifa contra a Holanda, Senegal já era uma seleção campeã. Após vencer Egito por 4 a 2 nos pênaltis, depois de empate em 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação, Senegal conquistou a Copa das Nações Africanas pela primeira vez.
A imagem do principal jogador do time, Sadio Mané, por sua cidade natal exibindo o troféu rodou o mundo. Mas não foi só essa alegria que ele proporcionou aos seus conterrâneos. Cerca de um ano antes, o jogador se reuniu com o presidente do país e doou 500 mil euros - cerca de R$ 2,5 milhões - para a construção de um hospital em Bambali, onde o jogador nasceu.
"Como não havia hospital em Bambali, levaram meu pai a uma cidade próxima para ver se podiam salvá-lo quando ele adoeceu, mas não tiveram sucesso e ele morreu com isso. Lembro-me também que minha irmã nasceu em casa porque não havia hospital na nossa cidade, é uma situação muito triste para todos, mas não vai acontecer de novo", disse.
Parceria para levar energia para toda África
Em 2021, Mané fechou uma parceria com a empresa Oryx Energies com o intuito de levar eletricidade a lugares remotos de toda a África Subsariana, área que corresponde à maior parte do território do continente africano e que fica localizada ao sul do deserto do Saara.
O primeiro passo dessa parceria foi a instalação de um posto de gasolina em Bambali. "É importante para mim assegurar que o maior número de pessoas possível possa ter acesso à educação, saúde e agora à energia começando com um posto de gasolina na minha cidade natal", diz Sadio Mané.
Jogador ajuda no combate à covid-19
Durante os momentos mais agudos vividos pelo mundo devido a pandemia do coronavírus, Sadio Mané doou 41 mil libras - cerca de R$ 235 mil - ao comitê de combate ao vírus criado pelo governo do Senegal.
Ao todo, foram registrados, até o dia de publicação desta reportagem, 88.506 casos de Covid-19 no Senegal e 1.968 mortes.
Mané também constrói escolas
Com uma doação de mais de um milhão de reais, o jogador ajudou a construir uma escola secundária em sua cidade natal. Durante o anúncio da doação, em Bambali, seu tio, Sana Toure, leu um discurso do atleta que, entre outras coisas, dizia: "A educação é muito importante. É isso que vai permitir que você tenha uma boa carreira".
Embaixador pela igualdade de gênero
Enquanto jogador do Liverpool, Mané tornou- se Embaixador Global da ONG Right to Play que possui uma parceria com o clube. Durante a parceria, a organização criou seu primeiro projeto no Senegal.
Inaugurado em 2022, o projeto tem o intuito de capacitar meninas a se tornarem agentes de mudança em suas vidas e em suas comunidades através de atividades esportivas ao mesmo tempo que, para os meninos, as mesmas atividades possuem o intuito de incentivar uma masculinidade mais positiva.
Segundo informa a organização, 23% das mulheres e meninas de 15 a 49 anos já foram submetidas à mutilação genital feminina e, segundo dados de 2015, quase duas em cada cinco meninas no Senegal (38%) já estavam casadas aos 18 anos.
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