Topo

Origens

As Histórias Que Nos Trouxeram Aqui: um resgate histórico da construção de identidade de pessoas negras


Gabi Oliveira realizou o sonho da maternidade como mãe solo e conta como é

Lucas Veloso

Colaboração para o UOL, de São Paulo

18/10/2022 15h51

A influencer Gabi Oliveira pensava que o momento certo para engravidar seria quando alcançasse segurança financeira e tivesse passado por todas as experiências que quisesse. Aos 30 anos, então, ela adotou, sozinha, duas crianças, de 9 e 4 anos. A chegada dos filhos também a provocou a compartilhar mais a rotina e os desafios da maternidade solo em suas redes sociais.

"A vida com eles é muita engraçada. Uma coisa estranha é que gosto de dormir com eles mesmo sendo muito ruim, eles me empurram, pegam minha coberta", conta. Uma das convidadas de "Origens - As histórias que nos trouxeram aqui", evento promovido por Ecoa nesta terça-feira (18), Gabi falou mais sobre como tem sido construir a família que sonhou para si.

Entrevistada pela jornalista Semayat Oliveira, Gabi também falou sobre como "a maternidade se tornou um plano" e como, depois da adoção, resolveu trocar mais com as pessoas sobre as descobertas e dicas do que aprendeu em todo o processo. Para ela, muitas pessoas têm preconceitos e atacam a adoção sem conhecer de fato como ela funciona ou pode transformar vidas. "Quis mostrar que não era tão complexo", diz.

Gabi Oliveira participa da quarta temporada de Origens e conta como foi adotar duas crianças. - Zô Guimarães/UOL - Zô Guimarães/UOL
Gabi Oliveira participa da quarta temporada de Origens e conta como foi adotar duas crianças.
Imagem: Zô Guimarães/UOL

QUARTA TEMPORADA

Promovido por Ecoa, Origens está em sua quarta temporada. O evento deste ano tem como mote "As histórias que nos trouxeram aqui", e acontece ao longo desta terça-feira (18), a partir das 14h, com transmissão online nas plataformas do UOL. Ao todo, serão seis painéis em que pessoas, entre celebridades e ilustres anônimos, contarão como buscaram respostas sobre o seu passado ou agiram para transformar, cada qual à sua maneira, seus núcleos familiares.

Os intervalos de cada painel terão apresentações de slam, conduzido pela poeta e compositora Bell Puã, e de stand up, liderado pela humorista e apresentadora dos programas Splash Show e Otalab, do UOL, Yas Fiorelo. A apresentação e mediação dos encontros fica por conta da jornalista Semayat Oliveira.

Confira a programação completa:

14h45 às 15h15 | PAINEL 1 - EM NOME DO PAI

O empresário Huanderson Marques Plínio da Silva só conheceu aos 57 anos o nome do pai que ele nunca conheceu. Além disso, soube que a família paterna, até então desconhecida, morava a apenas 7 km de distância de sua casa. A descoberta de tudo foi feita pela filha, a escritora e professora Andressa Marques da Silva, que promoveu uma verdadeira investigação em busca das origens do avô. Pouco tempo depois da descoberta, Huanderson ainda ganhou outro presente: encontrou a avó e outros parentes. Para sinalizar que agora tinha pai, o empresário mudou o nome para incluir o do pai, Plínio. No primeiro painel, Ecoa recebe pai e filha para contar como foi o processo de resgate da história da família.

15h25 às 15h55 | PAINEL 2 - OS FILHOS QUE A VIDA DÁ

Dizem que pai e mãe são as pessoas quem criam e se responsabilizam pela criança. Ou seja, não é preciso vínculo biológico para amar e ajudar no desenvolvimento dos filhos que se escolhe ou se ganha na vida. Disso a influenciadora Gabi Oliveira sabe bem. Ela adotou sozinha duas crianças, de 9 e 4 anos. Nas redes sociais, Gabi conta sobre a rotina e desafios de ser mãe, influencia outras mulheres e quebra muitos tabus sobre a adoção. No segundo painel, ela conta mais sobre a família e como pretende ressignificar a construção de um lar repleto de filhos que a vida lhe deu.

16h05 às 16h35 | PAINEL 3 - DANDO ASAS A MUDANÇAS

O intercâmbio para estudar nos Estados Unidos deveria durar apenas um ano, mas Flávia Lloyd acabou ficando por lá. E isso já dura mais de duas décadas. Neste ínterim, a vida dela passou por uma reviravolta. Durante muito tempo, ela permaneceu em solo norte-americano de forma ilegal. Chegou a dormir em abrigo com o filho, na época, um recém-nascido. Trabalhou em todos os tipos de emprego e viveu abaixo da linha da pobreza. Driblando todas as dificuldades, ela se formou em direito e hoje ajuda brasileiros famosos e suas famílias a imigrarem para os EUA. Na lista, há Marco Pigossi, Virgínia e Neguinho da Beija Flor.

16h45 às 17h15 | PAINEL 4 - A HISTÓRIA QUE TRANSFORMA

Doutora em história, Lucimar Felisberto pesquisou os aspectos da mobilidade social de africanos e negros livros na segunda metade do século 19. Acostumada a comunicar de forma didática os desdobramentos da história brasileira a seus alunos, a professora de escola pública do Rio sentia falta de contar em detalhes uma história específica. A dela. Usando seus conhecimentos, ela elaborou na unha a árvore genealógica da própria família. Assim, entendeu como seus antepassados saíram de Minas para se fixarem no Rio. A história dava uma novela. Mas ela fez diferente. Escreveu um livro para narrar a saga do seu clã.

17h25 às 17h55 | PAINEL 5 - A CABEÇA DA FAMÍLIA NEGRA

Autora do livro "A união faz a força", a psicóloga e doutora em psicologia Reymi Solange Chagas se dedicou a estudar os mitos familiares que orientam crenças, fantasias e valores de famílias negras. Convidada do quinto painel de "Origens: as histórias que nos trouxeram aqui", ela explica quais e como traumas e condições estruturantes da família são centrais para pessoas negras.

18h05 às 18h35 | PAINEL 6 - FAMÍLIA REATADA PELA TECNOLOGIA

Dona Selma Aparecida Gomes Moura, a avó da analista contábil Ingrid Gregório, foi deixada dada para adoção quando tinha por volta de 5 anos de idade. Primeiro, tentaram um orfanato. Como estava cheio, deixaram-na com uma funcionária de uma escola em Belo Horizonte que já fechou. Muitas das perguntas que a matriarca tinha sobre seu passado só começaram a ser respondidas após os 70 anos. Isso só ocorreu graças a um teste genético feito pela neta. Graças ao exame, a avó encontrou uma prima do lado da família até então desconhecida. "Ela encontrou a vida dela. Descobriu porque era órfã, seu nome verdadeiro e por quê foi deixada em um orfanato. Foi o maior milagre que vivemos na vida", diz Ingrid. Ela e a avó, que passará a se chamar Maria das Graças de Assis, seu nome de registro, são as convidadas do último painel, que irá passear por esta busca pelo ancestral perdido.

Temporadas anteriores

O evento Origens: as histórias que nos trouxeram até aqui é a continuação do projeto "Origens: Quem Não Sabe de Onde Veio Não Sabe para Onde Vai", conteúdo publicado em Tilt, canal de tecnologia do UOL, entre abril e maio de 2021. O projeto consistiu na distribuição de testes de DNA para 20 personalidades negras para falar sobre o que elas sabiam da sua ancestralidade e na discussão de como o apagamento da humanidade de pessoas negras impediu que mais de metade do país soubesse sobre seu passado, sua história e suas origens. O trabalho rendeu um documentário, uma reportagem especial e 20 perfis especiais, além do primeiro lugar no prêmio "Respeito e Diversidade", realizado pelo CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), em setembro de 2021.