Historiadora mostra como remontou a origem de sua família
Acostumada a comunicar de forma didática os desdobramentos da história brasileira a seus alunos, a professora de escola pública do Rio e doutora em história Lucimar Felisberto sentia falta de contar em detalhes uma história específica: a dela. Usando seus conhecimentos, ela então elaborou na unha a árvore genealógica da própria família.
Em sua pesquisa, Lucimar entendeu como seus antepassados saíram de Minas para se fixarem no Rio. O resultado desta busca pelo passado está na obra "A Saga dos Felisbertos: o deslocamento de uma família negra da Zona da Mata Mineira à Baixada Fluminense". Ela falou mais sobre a obra durante sua participação em "Origens - As histórias que nos trouxeram aqui", evento promovido por Ecoa nesta terça-feira (18).
Enquanto buscava mais detalhes sobre o passado da família, Lucimar visitou cidades, cartórios e conversou com dezenas de pessoas para entender como seus antepassados migraram de uma cidade a outra.
"Tive a possibilidade de voltar à Zona da Mata Mineira, conhecer a escola em que minha mãe estudava na década de 1950. Levava 4 horas para ir estudar! Uma vida muito pesada. Fui entender o cenário para entender o que eles estavam falando", diz.
"Ouvir minhas tias, minha mãe, falando do cotidiano foi o ponto alto. O que mais aguçou minha curiosidade era o cotidiano nas fazendas, como eram as relações familiares. Quando comecei a pesquisar, queria entender como os escravizados conseguiam economizar para comprar a si mesmos"
Lucimar Felisberto, historiadora
QUARTA TEMPORADA
Promovido por Ecoa, Origens está em sua quarta temporada. O evento deste ano tem como mote "As histórias que nos trouxeram aqui", e acontece ao longo desta terça-feira (18), a partir das 14h, com transmissão online nas plataformas do UOL. Ao todo, serão seis painéis em que pessoas, entre celebridades e ilustres anônimos, contarão como buscaram respostas sobre o seu passado ou agiram para transformar, cada qual à sua maneira, seus núcleos familiares.
Os intervalos de cada painel terão apresentações de slam, conduzido pela poeta e compositora Bell Puã, e de stand up, liderado pela humorista e apresentadora dos programas Splash Show e Otalab, do UOL, Yas Fiorelo. A apresentação e mediação dos encontros fica por conta da jornalista Semayat Oliveira.
Confira a programação completa:
14h45 às 15h15 | PAINEL 1 - EM NOME DO PAI
O empresário Huanderson Marques Plínio da Silva só conheceu aos 57 anos o nome do pai que ele nunca conheceu. Além disso, soube que a família paterna, até então desconhecida, morava a apenas 7 km de distância de sua casa. A descoberta de tudo foi feita pela filha, a escritora e professora Andressa Marques da Silva, que promoveu uma verdadeira investigação em busca das origens do avô. Pouco tempo depois da descoberta, Huanderson ainda ganhou outro presente: encontrou a avó e outros parentes. Para sinalizar que agora tinha pai, o empresário mudou o nome para incluir o do pai, Plínio. No primeiro painel, Ecoa recebe pai e filha para contar como foi o processo de resgate da história da família.
15h25 às 15h55 | PAINEL 2 - OS FILHOS QUE A VIDA DÁ
Dizem que pai e mãe são as pessoas quem criam e se responsabilizam pela criança. Ou seja, não é preciso vínculo biológico para amar e ajudar no desenvolvimento dos filhos que se escolhe ou se ganha na vida. Disso a influenciadora Gabi Oliveira sabe bem. Ela adotou sozinha duas crianças, de 9 e 4 anos. Nas redes sociais, Gabi conta sobre a rotina e desafios de ser mãe, influencia outras mulheres e quebra muitos tabus sobre a adoção. No segundo painel, ela conta mais sobre a família e como pretende ressignificar a construção de um lar repleto de filhos que a vida lhe deu.
16h05 às 16h35 | PAINEL 3 - DANDO ASAS A MUDANÇAS
O intercâmbio para estudar nos Estados Unidos deveria durar apenas um ano, mas Flávia Lloyd acabou ficando por lá. E isso já dura mais de duas décadas. Neste ínterim, a vida dela passou por uma reviravolta. Durante muito tempo, ela permaneceu em solo norte-americano de forma ilegal. Chegou a dormir em abrigo com o filho, na época, um recém-nascido. Trabalhou em todos os tipos de emprego e viveu abaixo da linha da pobreza. Driblando todas as dificuldades, ela se formou em direito e hoje ajuda brasileiros famosos e suas famílias a imigrarem para os EUA. Na lista, há Marco Pigossi, Virgínia e Neguinho da Beija Flor.
16h45 às 17h15 | PAINEL 4 - A HISTÓRIA QUE TRANSFORMA
Doutora em história, Lucimar Felisberto pesquisou os aspectos da mobilidade social de africanos e negros livros na segunda metade do século 19. Acostumada a comunicar de forma didática os desdobramentos da história brasileira a seus alunos, a professora de escola pública do Rio sentia falta de contar em detalhes uma história específica. A dela. Usando seus conhecimentos, ela elaborou na unha a árvore genealógica da própria família. Assim, entendeu como seus antepassados saíram de Minas para se fixarem no Rio. A história dava uma novela. Mas ela fez diferente. Escreveu um livro para narrar a saga do seu clã.
17h25 às 17h55 | PAINEL 5 - A CABEÇA DA FAMÍLIA NEGRA
Autora do livro "A união faz a força", a psicóloga e doutora em psicologia Reymi Solange Chagas se dedicou a estudar os mitos familiares que orientam crenças, fantasias e valores de famílias negras. Convidada do quinto painel de "Origens: as histórias que nos trouxeram aqui", ela explica quais e como traumas e condições estruturantes da família são centrais para pessoas negras.
18h05 às 18h35 | PAINEL 6 - FAMÍLIA REATADA PELA TECNOLOGIA
Dona Selma Aparecida Gomes Moura, a avó da analista contábil Ingrid Gregório, foi deixada dada para adoção quando tinha por volta de 5 anos de idade. Primeiro, tentaram um orfanato. Como estava cheio, deixaram-na com uma funcionária de uma escola em Belo Horizonte que já fechou. Muitas das perguntas que a matriarca tinha sobre seu passado só começaram a ser respondidas após os 70 anos. Isso só ocorreu graças a um teste genético feito pela neta. Graças ao exame, a avó encontrou uma prima do lado da família até então desconhecida. "Ela encontrou a vida dela. Descobriu porque era órfã, seu nome verdadeiro e por quê foi deixada em um orfanato. Foi o maior milagre que vivemos na vida", diz Ingrid. Ela e a avó, que passará a se chamar Maria das Graças de Assis, seu nome de registro, são as convidadas do último painel, que irá passear por esta busca pelo ancestral perdido.
Temporadas anteriores
O evento Origens: as histórias que nos trouxeram até aqui é a continuação do projeto "Origens: Quem Não Sabe de Onde Veio Não Sabe para Onde Vai", conteúdo publicado em Tilt, canal de tecnologia do UOL, entre abril e maio de 2021. O projeto consistiu na distribuição de testes de DNA para 20 personalidades negras para falar sobre o que elas sabiam da sua ancestralidade e na discussão de como o apagamento da humanidade de pessoas negras impediu que mais de metade do país soubesse sobre seu passado, sua história e suas origens. O trabalho rendeu um documentário, uma reportagem especial e 20 perfis especiais, além do primeiro lugar no prêmio "Respeito e Diversidade", realizado pelo CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), em setembro de 2021.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.