30 dias para a Copa do Mundo: Por que os jogos começarão em novembro?
Faltam apenas 30 dias para o juiz apitar e dar início a Copa do Mundo que, pela primeira vez na história, será realizada no Oriente Médio. E o ineditismo não para por aí. Essa também será a primeira vez que a Copa será realizada entre novembro e dezembro e não entre junho e julho como é o convencional. A resposta para essa mudança está no clima.
De junho a agosto, o Qatar costuma sofrer com temperaturas altíssimas. Para se ter uma ideia, no dia 21 de junho deste ano, que inaugurou o verão na região, os termômetros do país marcaram 44 graus no aeroporto da capital Doha. Já imaginou jogar futebol nesse calor todo? Além do solzão, nessa época do ano, a população do Qatar também sofre com tempestades de areia e baixa umidade do ar.
Para preservar a saúde dos atletas, a Fifa decidiu, portanto, postergar a data do Mundial. "O clima em novembro e dezembro no Qatar vai estar bem tranquilo, algo parecido com o do Brasil, na verdade, já que a temperatura deve ficar entre 15 e 30 graus. Até mesmo a umidade relativa do ar deve ficar entre 50% e 60%, índices bem apropriados para o torneio", explica Demerval Soares Moreira, pesquisador na área de meteorologia da Unesp (Universidade Estadual Paulista).
O desempenho dos atletas no calor
Essa não é a primeira vez, contudo, que as altas temperaturas viram pauta no mundial organizado pela FIFA. As Copas de 1970 e 1986, realizadas no México, e sobretudo a de 1994, realizada nos Estados Unidos, foram marcadas pelo calor. A última, inclusive, que selou o tetracampeonato do Brasil ficou marcada como a "mais quente da história".
Naquele ano, ainda na fase de grupos, Irlanda e México chegaram a jogar com 44 graus de temperatura no Camping World Stadium, em Orlando, na Flórida. Mas que mal pode se ter jogando nesse calor todo?
Como explica o relatório "Mais Longe do Pódio - Como as Mudanças Climáticas Afetarão o Esporte no Brasil", lançado pelo Observatório do Clima, ao enfrentar calor excessivo, o esportista pode se desidratar, o que o expõe a efeitos que vão desde a tontura até o risco de morte.
"No calor, o gasto enérgico é muito maior. O músculo se contrai, o corpo manda mais sangue para as áreas periféricas. Em casos mais extremos de desidratação, você tem problemas cognitivos momentâneos e pode ver a sua pressão cair, causando desmaios", complementa Paulo Roberto Santiago, professor de educação física da USP de Ribeirão Preto.
Se tratando do futuro, tendo em vista o aquecimento do planeta e as práticas esportivas, os especialistas ouvidos pela reportagem são unânimes: mesmo com os efeitos nocivos ao meio ambiente, o aquecimento global não deve afetar a prática do futebol. "Você só precisa ter os recursos financeiros para contornar os problemas gerados pelo clima", diz Demerval Soares.
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