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Jantar do G10 Favelas viabiliza 'Natal Solidário' para 100 mil famílias

Gilson Rodrigues do G10 Favelas - André Silva/Agência Cria Brasil
Gilson Rodrigues do G10 Favelas Imagem: André Silva/Agência Cria Brasil

Maiara Marinho

Colaboração para Ecoa, de São Paulo (SP)

24/11/2022 14h17

Na noite de ontem (23), uma festa beneficente reuniu mais de 400 pessoas no salão de festas do Hotel Rosewood, na região central de São Paulo. Organizado pela ONG G10 Favelas, o evento tinha como objetivo arrecadar fundos para a campanha 'Natal Solidário', que será realizada em todos os estados brasileiros e atenderá mais de 100 mil famílias.

O "Jantar Solidário", como foi chamado o evento, reuniu imprensa, empresários, entusiastas e diferentes organizações sociais em busca de reverberar as pautas que circundam a favela e, com isso, aproximar o empresariado de ações sociais.

Em janeiro deste ano, algumas cidades brasileiras sofreram com fortes chuvas, responsáveis por desalojar centenas de famílias. As enchentes que aconteceram nos estados de Pernambuco e da Bahia, por exemplo, resultaram na perda de moradia e de pertences e as pessoas atingidas ainda buscam algum tipo de reparação.

Gilson Rodrigues, presidente do G10 Favelas, conseguiu arrecadar geladeiras e fogões para serem doados durante a atividade do 'Natal Solidário'. Somente em Pernambuco as doações serão realizadas para mais de duas mil famílias. Nos demais estados serão distribuídas cestas básicas e kits de higiene. "A nossa ideia é distribuir essas cem mil cestas em dezesseis estados e trezentos e oitenta e nove favelas que nós estamos presentes", comenta.

3 milhões de impactados

Há 3 anos atuando em defesa de uma vida digna na favela e para combater o período de aumento de fome no país, o G10 Favela já impactou mais de 3 milhões de pessoas, mas Gilson explica que este ano, principalmente no período eleitoral, em que a atenção foi direcionada a isso, as doações caíram significativamente e agora é o momento de voltar a chamar as pessoas e retomar o movimento de solidariedade.

Nesse sentido, o evento recebeu pessoas de diferentes movimentos sociais e organizações da sociedade civil com a ideia de ampliar a rede entre empresas e mobilizadores sociais.

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A mestranda em Educação Aline Odara e a publicitária Fabiana Aguiar, idealizadoras do Fundo Agbara.
Imagem: Divulgação

Aline Odara e Fabiana Aguiar, do Fundo Agbara, que promove acesso a direitos econômicos a mulheres negras estavam presentes junto com Thelma Cristiana, uma sambista impactada por Agbara, que estava bastante animada em participar do evento. "O Gilson é incrível porque ele consegue unir a periferia e o asfalto. Eu nunca vi isso, a capacidade de colocar os dois mundos para dialogar dialogar", comenta Aline.

Mas estavam satisfeitos com o jantar beneficente também empresários e representantes comerciais. A empresa TecBan marcou presença e aproveitou para divulgar que está oferecendo bolsas de estudos para formação em programação e tecnologia, em parceria com a Mastertech, para residentes de território parceiro do G10 Favelas. As vagas ainda estão abertas e até o momento 7 foram preenchidas.

Ana Biguilin, diretora geral da unidade de negócios Neo Química, contou que conheceu a G10 Favelas através de outras empresas que já conheciam o trabalho da ONG. A partir daí, após ir até os locais onde o G10 atua, percebeu a potência do projeto e decidiu apoiar como uma das doadoras da noite.

Além do jantar, que contou com convidados novos para arrecadar fundos além dos que já haviam sido doados por algumas empresas e personalidades, a marca Costurando Sonhos, que capacita e certifica mulheres de Paraisópolis, em corte e costura pelo SENAI, fez um desfile com identidade e uma banda embalou a noite entre falas de pessoas importantes para aquele momento.

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Gilson Rodrigues, presidente do G10 Favelas, durante distribuição de kits congelados para o Natal em Paraisópolis, em São Paulo
Imagem: Ricardo Matsukawa/UOL

Entre os convidados, a presença de Jaqueline Amorim, CEO do banco digital do G10 Favela, foi recebida com entusiasmo e admiração. Mulher negra e moradora da favela, ela começou sua carreira como auxiliar de cozinha e, hoje, atua como gerente do banco.

Sou potente, consigo ver que tenho potencial, Jaqueline Amorim, CEO do banco digital do G10 Favela

O G10 Favelas ainda está recebendo doações para o 'Natal Solidário' e elas podem ser feitas através do site da ONG.