Hortas em unidades de saúde auxiliam tratamentos psicológicos em Diadema
A intenção era montar um espaço que pudesse ser utilizado como terapia ocupacional. Como deu certo, fazemos isso até hoje", contou a Ecoa a psicóloga Sidnea Fernandes, idealizadora da primeira horta ocupacional de Diadema, em São Paulo.
A cidade está construindo hortas terapêuticas em postos de saúde, dez espaços já foram implantados em UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e Caps (Centros de Atenção Psicossocial) e tem obtido avanços nos tratamentos dos assistidos.
O plantio como ação ocupacional ou terapêutica é realizado por funcionários das unidades e por pacientes que fazem tratamento por razões emocionais e psíquicas.
A visão da psicóloga previu deixar os pacientes bem à vontade para se dedicar à terapia no tempo que estiverem disponíveis. Dessa forma, eles têm livre acesso ao espaço e o fazem com prazer, afirma a terapeuta.
"Hoje estão mais ativos. Aumentaram sua rede social. Eles fizeram amigos e passaram a participar de outras atividades que trazem benefícios a sua saúde física e emocional, como o grupo de caminhada, por exemplo. É gratificante ver que alguns replicam o que aprenderam em casa ou em outros espaços", explica Sidnea.
A atividade, ressalta a psicóloga, é ofertada por meio de demandas levantadas pelas equipes de saúde em reuniões mensais. Nessas reuniões, médico, enfermeiro, agente comunitário de saúde e psicóloga discutem a indicação e o projeto terapêutico para cada caso.
"Você melhora a qualidade de vida deles. Além de levarem para casa o que é produzido, houve uma melhora significativa no convívio social. Muitos ficavam em casa sozinhos, o que trazia sofrimento emocional", disse.
As hortas produzem alface, couve, quiabo, temperos e ervas para chá, como cidreira e erva-doce, e já produziu abóbora e mandioca, como forma de fazer o rodízio dos canteiros.
Segundo a secretária de Saúde do município, Rejane Calixto, as hortas nas UBSs foram surgindo, aos poucos, muito por causa da demanda do próprio território. A implantação de horta em serviço de saúde atende a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares.
A gestora classifica os espaços terapêuticos como ferramentas à disposição para "a promoção, prevenção e recuperação de saúde e contribuem para a criação de ambientes mais saudáveis e acolhedores, assim como para o desenvolvimento de habilidades pessoais, estímulo à autonomia e a economia solidária, ao convívio social e adoção de hábitos alimentares mais equilibrados e livre de agrotóxicos, além da melhoria da saúde mental nas comunidades".
De modo geral, a produção é compartilhada entre profissionais de saúde e usuários. Para participar, a pessoa interessada pode conversar com seu agente comunitário ou procurar os serviços de saúde que atualmente contam com hortas ocupacionais (UBS Eldorado, Inamar, Paineiras e São José, além do CAPS Norte).
"A ideia é que, em conjunto com a Secretaria de Segurança Alimentar, possamos expandir cada vez mais essa parceria. E vale reforçar que, para além das hortas nos serviços de saúde, Diadema também conta com outras hortas comunitárias espalhadas pela cidade", disse.
A agente de saúde Gildete de Oliveira é uma das responsáveis pelo plantio de hortaliças e ervas aromáticas. Dia sim, dia não, ela tem o cuidado de regar a plantação. Ela explica que a lida com terra a ensinou muito sobre compostagem com resíduos orgânicos.
"É gratificante mexer com a terra. Quando estou cuidando dos canteiros sinto que minha mente descansa e isso me faz um bem enorme. Comer o que plantamos é motivo de satisfação e é saudável", disse.
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