Brasil x Coreia do Sul marca o fim do estádio desmontável da Copa do Qatar
Parece um Lego gigante, mas é só o 974 Stadium. A partida do Brasil contra a Coreia do Sul é a última do estádio diferentão feito de containers, que agora será desmontado e poderá ser transformado em outras coisas.
Erguido na zona portuária de Ras Abu Abboud, 7 km do centro da capital Doha e às margens do Golfo, o estádio é uma homenagem ao comércio marítimo qatari. Ele foi construído com 974 containers - grandes caixas de metal usadas para transportar carga em navios - feitos de aço reciclável de acordo com o país sede.
Mas não é só por conta da reciclagem que o estádio é considerado o mais sustentável de todas as Copas.
O 974 Stadium — nome que também faz referência ao código telefônico do Qatar — foi o único estádio construído à beira-mar, o que, além de garantir um visual diferenciado dos outros localizados em meio ao deserto, também possibilita que ele seja o único que não possui ar-condicionado, já que a brisa natural alivia o intenso calor qatari.
Além disso, o 974 é o primeiro estádio "padrão Fifa", como garante a organizadora do evento, completamente desmontável, o que quer dizer que ele pode ser remontado em outro evento ou ter suas partes reutilizadas em outros projetos. E é isso mesmo o que promete o Qatar. O país anunciou que os assentos e o teto serão usados em parques populares.
A sustentabilidade é parte do legado da Copa também. Pensar no meio ambiente e não apenas construir elefantes brancos que não serão usados depois. Este estádio será usado em outro lugar no mundo.
Gianni Infantino, presidente da Fifa
O 974 tem capacidade para 44 mil torcedores durante o Mundial e, antes de ser desmontado, receberá, além de Brasil x Suíça, mais três jogos desta Copa: Polônia x Argentina, dia 30, Sérvia x Suíça, dia 2 de dezembro, e um duelo das oitavas de final, do Brasil (torcemos!) dia 5 de dezembro.
Sustentabilidade também é trabalho digno
Apesar de tudo isso, vale ressaltar que, não só o 974, mas todos os estádios da Copa do Mundo no Qatar foram palco de polêmicas envolvendo denúncias de trabalho análogo ao de escravo.
Uma reportagem do jornal britânico The Guardian revelou que 6.500 operários morreram desde que o país asiático recebeu o direito de sediar o evento em 2010. O governo contesta esse número.
Dados oficiais afirmam que 40 operários que trabalhavam na construção dos estádios da Copa morreram desde o início das obras. Desses, apenas três teriam morrido em razão do trabalho.
Em meio a essa situação, entidades internacionais e até seleções como a alemã, holandesa e norueguesa denunciaram as violações trabalhistas e de direitos humanos no país.
A seleção da Dinamarca, em sua estreia no jogo contra a Tunísia, entrou em campo com uma camisa toda vermelha, cor que tampava até o escudo do time, em protesto contra as condições dos trabalhadores que construíram os estádios do Mundial.
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