No meio do mato, teatro democratiza música clássica: 'não é elitista'
De longe já é possível ver: uma construção quase oval desponta no meio de um trecho de Mata Atlântica em Ilhabela (SP). Por dentro, arquibancadas circulam o palco central, formando um anfiteatro com capacidade para mais de mil pessoas.
É ali, no Centro Cultura Baía dos Vermelhos, que a música e a natureza se encontram. Desde 2015, o projeto sem fins lucrativos tem promovido espetáculos a preços populares (muitas vezes até gratuitos) para a comunidade da ilha, além de dar residências e aulas artísticas. Os ingressos costumam girar entre 10 e 30 reais. Para 2023, eles já definiram a meta: formar novos músicos de orquestra.
"A ideia era criar um teatro, mas pela estrutura do projeto, precisava fazer algo maior, então foi criado o centro cultural, que oferece residência artística não só para música, mas também para artes plásticas e outros tipos de artes", conta Samuel Mac Dowell, diretor e idealizador espaço.
O principal programa de educação musical, o "Grupos Musicais", está previsto para iniciar em 2023, e selecionará alunos da rede básica de ensino para terem cursos e oficinas de instrumentos de sopro, percussão e corda.
A escolha por ensinar música erudita também não é mero acaso. Samuel quer acabar com a falsa ideia de que esse tipo de ritmo é apenas para uma elite. Quer popularizar a música de orquestra, tornando-a cada vez mais presente na vida das novas gerações.
"Queremos estar longe do elitismo. A música erudita não é elitista. Não pode estar restrita à elite", afirma o diretor.
Apesar de promissor, o idealizador conta que ainda tem dificuldades para emplacar o projeto e precisa de financiamentos para colocar a ideia em prática. O mecenas gastou aproximadamente 3 milhões de reais do próprio bolso na construção do teatro.
Construção que respeita a natureza
Mesmo em um trecho de Mata Atlântica, a construção do Centro Cultural Baía dos Vermelhos respeita a natureza e a geografia original do terreno. Ou seja, não foram usados recursos de terraplenagem, aproveitando a topografia local e se adequando a ele.
"Escolhemos um local onde ainda não houve interferência na natureza, a parte do anfiteatro foi feita em uma depressão em que só haviam pedras, dessa forma não foi preciso escavar", afirma Samuel.
Sem paredes em um dos palcos, o contato com a natureza é ampliado e evita o uso de mais alvenaria.
"A ideia de não ter paredes é ter um contato total com a mata. Ao fazer isso, se coloca a natureza em primeiro plano e chamando as pessoas para percepção sensorial. Isso resulta numa conscientização sobre aquele espaço", acredita o idealizador.
Concertos de Ano Novo
Na sua programação de Concertos de Ano Novo, o Vermelhos trará, no dia 27 de dezembro, show com Seu Jorge e Daniel Jobim.
No dia dia 29 de dezembro, acontece um concerto sinfônico regido pelo maestro Roberto Minczuk.
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