Pet shop não é luxo: empresa cuida e salva seu doguinho a preços populares
Em 2021, após sair de uma carreira corporativa em grandes empresas como Coca-Cola e Nestlé, o mineiro de Belo Horizonte Matheus Gonzaga decidiu que era hora de empreender.
Analisou um estudo que apontava crescimento no segmento de animais de estimação se uniu a amigos e criou uma loja pet e uma clínica veterinária com preços acessíveis para as classes C e D. A ideia era oferecer serviços veterinários e de pet store à população de baixa renda, combatendo problemas como abandono de animais e maus-tratos.
Percebemos que as novas empresas de pets estavam focando nos grupos de média e alta renda, deixando um vácuo para uma empresa que atendesse o público de menor renda. Matheus Gonzaga, Pet de Todos.
Em abril de 2022, escolheram o bairro de São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo, como lugar da primeira sede. Nascia a Pet de Todos. A unidade conta com centro de estética, banho e tosa, salas para consultas e bloco cirúrgico.
"A gente conhecia o potencial econômico da zona leste da cidade, por isso optamos por começar em São Miguel Paulista", afirma Matheus. Além de Gonzaga, a empresa foi criada pelos sócios Diego Vilar, Igor Almeida, Cassio Guieiro, Guilherme Guieiro, Paulo Fischer e Alexandre Veras.
Preços abaixo do mercado
Com preços bem abaixo do mercado, os assinantes pagam R$ 24,90 por mês - assinatura que cobre até quatro animais, cães ou gatos - e têm acesso a banho e tosa por R $9,90 e consultas por R$ 34,90. Quem não é assinante pode pagar R$ 49,90 e R$ 89,90, respectivamente, por tais serviços. Os produtos da loja também ficam de 30% a 70% mais baratos para assinantes, se comparado com a média do mercado.
"Nossas pesquisas mostravam que mais famílias de classe C e D estavam adotando animais, mas a oferta de clínicas veterinárias para esse público estava baixa e eles ainda cobravam muito caro.", diz Matheus.
Mais de mil clientes
A Pet de Todos já tem mil clientes com assinaturas recorrentes, contemplando mais de dois mil animais atendidos. A maioria dos clientes (75%) é mulher, com atendimento mais de cachorros (90%) do que gatos (10%).
Pet shop não é luxo, deveria ser acessível e comum., Matheus Gonzaga, Pet de Todos.
O sucesso da start up, em São Paulo, rendeu frutos. Em outubro, a empresa inaugurou a sua segunda unidade, em Belo Horizonte, e prepara o lançamento de mais duas unidades de franquia, uma delas em Campinas (SP).
Por enquanto, o investimento da empresa foi de quase R$ 3 milhões, número que deverá crescer com o plano de abrir vinte novas unidades. Segundo levantamento divulgado pelo Instituto Pet Brasil (IPB), o mercado pet cresceu 27% em 2021, puxado pelo segmento de pet food.
Não gostamos daquela imagem caricata da madame com o cachorrinho no colo. Temos muitos clientes que estão usando um serviço de tosa e banho, por exemplo, pela primeira vez. Matheus Gonzaga, Pet de Todos.
Uma mulher, 24 gatos
Sueli de Almeida Fernandes, 57, é uma das clientes da Pet de Todos. A professora de São Miguel Paulista conheceu a empresa através de um amigo, que sabia que ela procurava um plano de saúde para seus animais a um preço acessível.
"Tenho 24 gatos, que cuido com muito amor. Quando um deles, o Pitico, ficou doente, acabei indo à Pet de Todos. Na clínica, fui muito bem tratada e meu Pitico teve o diagnóstico rápido do problema urinário que o acometeu, além de fazer a cirurgia e o pós-cirúrgico lá mesmo", conta Sueli.
A Pet de Todos também investe em campanhas de adoção para conscientizar a população sobre abandono de animais e sobre responsabilidades e cuidados. Todos os meses, a empresa faz uma parceria com alguma ONG de animais e organiza uma feira de adoção, além de entregar os animais já com check-up feito e oferecendo condições especiais para vacinação.
Uma pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), revelou que gastos com pets podem chegar a 24% da renda mensal de famílias das classes C e D, porcentagem muito alta do orçamento familiar.
"Antes da Pet de Todos, conhecemos muitas histórias de pessoas que falaram que perderam um animal por falta de cuidados. A pessoa não tinha R$ 300 sobrando para pagar um tratamento", diz Matheus.
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