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Mamute e lobo-da-tasmânia: quais animais já foram extintos?

Em 2021, a espécie do pica pau bico de marfim, natural dos EUA e de Cuba, foi declarada extinta  - Canva
Em 2021, a espécie do pica pau bico de marfim, natural dos EUA e de Cuba, foi declarada extinta Imagem: Canva

Maiara Marinho

Colaboração para Ecoa, em São Paulo

21/12/2022 06h00

Quando visitou o Pantanal, o craque Richarlison, camisa 9 da seleção brasileira e um dos destaques da Copa 2022, 'adotou' uma onça. O felino, batizado de Acerola pelo atacante, vive sob os cuidados do Onçafari, ONG que por meio do turismo ecológico protege onças e a vegetação da região.

Mas por que o engajamento de Richarlison para proteger o maior felino das Américas é importante? Na avaliação da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), o animal estaria na categoria "quase ameaçada" de extinção.

Caça ilegal, desmatamento, mudanças climáticas e introdução de espécies invasoras são alguns dos motivos que levam à extinção de animais, e em todas elas há ação humana envolvida. É por isso que o trabalho de ONGs, como a Onçafari, é fundamentel.

Brasil: 1.249 espécies ameaçadas de extinção

Em 2022, o Ministério do Meio Ambiente publicou uma lista no Diário Oficial da União apontando 1.249 espécies e subespécies da fauna ameaçadas de extinção no Brasil.

Quando os relatórios são feitos e analisados pelos órgãos ambientais e cientistas, a promoção de ações para reverter a situação e preservar a biodiversidade local pode gerar impactos positivos.

Eventos como a Cúpula do Clima das Nações Unidas, que reúne lideranças mundiais, são um bom exemplo de espaço ideal para articular e promover políticas públicas para a preservação da fauna e da flora.

Apesar de algumas tentativas realizadas, diversas espécies já foram extintas. A extinção pode ser declarada para animais que estão desaparecidos de um habitat em que viviam, mas estão em outro lugar.

Também serve para os casos de animais que só existem em cativeiro, local geralmente utilizado por pesquisadores para reproduzir a espécie e reintroduzi-la ao ambiente natural. E quando não existem avistamentos de um animal há muito tempo em nenhum lugar.

O doutor em Ecologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e especialista em extinção de animais, Bernardo Araújo, contou a Ecoa algumas das causas de extinção de animais causadas pelo homem.

Pássaro Dodô

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Imagem: Commons

Dodô, o pássaro que não podia voar, foi uma ave que vivia na Ilha Maurício, no Oceano Índico, na região de Madagascar. Segundo Araújo, provavelmente a espécie desapareceu no século 17 por uma combinação de caça, destruição de habitat e, principalmente, introdução de espécies invasoras - macacos principalmente - nas Ilhas Maurício.

Há relatos de que a ave era muito mansa porque a ilha não tinha carnívoros predadores. Isso provavelmente a tornou uma presa muito fácil para os colonizadores - primeiro portugueses (em 1507) e depois os holandeses, que colonizaram o local a partir de 1598.

Lobo-da-tasmânia

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Casal de Lobos da Tasmânia vistos no Zoológico de Washington em 1904
Imagem: Commons

Nativo da Austrália e Nova Guiné, o lobo-da-tasmânia, também conhecido como tigre-da-tasmânia, foi extinto no século 20. O animal era item de caça com recompensa e, além disso, a invasão ao seu habitat foram motivos para a extinção da espécie que existiu até 1932 e foi declarada extinta em 1936.

Pica-Pau Bico de Marfim

Em 2021, a espécie do pica-pau bico de marfim, natural do sul dos Estados Unidos e de Cuba, foi declarada extinta após pesquisas apontarem possíveis avistamentos da ave, o que não acontecia desde 1944. Bernardo explica que a espécie desapareceu por destruição de habitat e caça por colecionadores.

Mamute

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Imagem: Canva

Astro de cinema, o mamute é quase um animal mítico que viveu durante a Idade do Gelo. Os últimos mamíferos da espécie morreram há 4 mil anos. Com cerca de 3 a 4 metros de altura, o animal vivia na Sibéria continental, localizada entre o oceano Pacífico e o oceano Ártico.

O motivo é uma combinação de caça pelas populações humanas e instabilidades climáticas geradas por períodos de resfriamento global.

Corvos Havaianos

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Imagem: Canva

O corvo do Havaí, como é conhecido, foi declarado extinto recentemente. Em 2002, os dois últimos corvos que existiam desapareceram no ambiente natural. Como já haviam alguns desses animais em cativeiros, alguns esforços foram realizados na tentativa de conservar a espécie, que logo se reproduziu e chegou a 100 indivíduos, em 2009. Quando foram reintroduzidos ao ambiente natural, não resistiram aos predadores.

Atualmente restam 5 corvos do Havaí, na Ilha de Maui, para reintrodução do animal futuramente. A destruição da floresta para agricultura e comércio ilegal de madeira e pecuária, além da caça, foram as principais causas da extinção.

Foca Monge do Caribe

Extintos - Zoo Madrid/Divulgação - Zoo Madrid/Divulgação
Imagem: Zoo Madrid/Divulgação

Nativa da América Central, sobretudo nas áreas do golfo do México, a foca monge do caribe teve um último avistamento registrado em 1952 e, segundo a pesquisadora norueguesa Dolly Jorgensen, nesse caso a própria ciência tem sua parcela de responsabilidade. Ela afirma que as práticas museológicas de coleta e exposição destas focas contribuíram diretamente para o seu desaparecimento.