Pelé nunca mais estará em campo, mas deixa ciência para as criancinhas
Foi em 1969 que Pelé (Edson Arantes do Nascimento) carimbava o fundo da rede marcando o milésimo gol de sua carreira em uma cobrança de pênalti no Maracanã lotado.
Encarando o aglomerado de repórteres que buscavam uma declaração emocionada do feito, dedicou o gol para as criancinhas - "Vamos proteger as criancinhas necessitadas", disse na ocasião.
Taxado de demagogo, mais tarde, explicou em sua autobiografia "Pelé: Minha Vida em Imagens" (2009), que reivindicou atenção à educação de crianças, pois há alguns dias havia presenciado crianças tentando furtar um carro no Rio de Janeiro, e os repreendeu, mas refletiu sobre o acontecimento.
"Hoje, quando você anda pelo Brasil e vê os problemas que temos, com gente morando nas ruas e gangues em ação, elas também já foram crianças", declarou Pelé sua autobiografia.
Pesquisa científica em prol das criancinhas
Mas o seu envolvimento com crianças não parou na mera dedicação do milésimo gol, em 2005, o rei do futebol, apadrinhou e emprestou seu nome e imagem para apadrinhar o Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe - que tem como foco a pesquisa de doenças complexas da infância para prevenção, diagnóstico precoce e tratamentos mais assertivos.
O instituto pesquisa mais de sete áreas, entre elas a neurociências, e doenças complexas e oncogenéticas (que investiga síndromes de predisposição ao câncer).
Na medicina, a instituição também marcou golaços, e driblou a 'dificultosa zaga' que é fazer ciência no Brasil, contando com mais de uma centena de publicações - como na renomada revista científica Science.
Em 2013, a instituição foi uma das vencedoras da 8. edição do Prêmio Abril de Saúde na Categoria Saúde da Criança - por ter conduzido uma pesquisa inédita que ajuda a rastrear e detectar o tumor de córtex adrenal, uma doença rara, que mostrou poder ser detectada usando uma gota de sangue do já conhecido teste do pezinho, que é capaz de apontar uma mutação genética que está ligada ao possível desenvolvimento do câncer em crianças.
O instituto faz parte do Complexo Pequeno Príncipe, uma instituição privada sem fins lucrativos, que conta também com o Hospital Pequeno Príncipe (maior hospital pediátrico do Brasil) e as Faculdades Pequeno Príncipe - especializada em saúde.
Pelé nunca mais estará em campo balançando redes que fizeram adultos e crianças vibrarem, mas o seu legado e desejo de 'proteção às criancinhas' seguirá firme com seu nome e marcando pontos na ciência.
Como ajudar?
O instituto aceita doações de pessoas físicas e jurídicas, que podem ser feitas por meio do seu site oficial.
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