Energia solar é a 2ª maior fonte energética do país: Como ter em casa?
A energia solar é a segunda maior fonte de energia no Brasil. Com 23,9 gigawatts (GW) em operação, fica atrás apenas da fonte hídrica e ultrapassou a eólica, segundo levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
O resultado foi obtido através da soma de usinas e sistemas próprios de geração de energia, como o uso doméstico, por exemplo. Com isso, em 2022 a energia solar teve um crescimento de 64% em relação a 2021.
Em 2023 o Brasil alcançou a marca de 1,6 milhão de sistemas instalados em todo o país e, destes, 79% são residenciais para autoconsumo local, explica Arthur Siqueira, Engenheiro Eletricista e Grupo de Pesquisa em Governança Energética da IEE/USP.
Hoje existem 75,2 milhões de residências aptas a adotarem energia solar no país, mas apenas 2,2% delas se beneficiam deste sistema.
O que é energia solar?
Energia solar, como o próprio nome diz, é uma fonte de energia. Nesse sistema, a luz do sol é captada e pode ser transformada em eletricidade, que é o caso da energia solar fotovoltaica, e em calor para aquecer água, chamada energia solar heliotérmica.
Ainda segundo a Absolar, estima-se que essa tecnologia pode diminuir em até 90% o valor da conta de luz.
Além de uma promessa econômica para o país, esse tipo de energia é renovável, que é considerada como limpa por utilizar recursos inesgotáveis, como o sol, para gerar eletricidade — ao contrário do petróleo, carvão mineral, entre outros, que são esgotáveis.
Como instalar energia solar em casa?
No caso da energia solar fotovoltaica, há instalação de painéis solares, que pode ser feita em qualquer lugar: seja em uma casa pequena ou grande, em uma empresa ou em um supermercado.
O número de placas instaladas vai depender da demanda de energia do local. Para fazer esse cálculo, a empresa responsável pela instalação soma todas as contas de energia dos últimos 12 meses e faz uma média de consumo. A partir daí, ela já vai saber quantas placas são necessárias para suprir a demanda de energia.
Para solicitar a instalação, existem mais de 30 mil empresas no país atendendo esse serviço. Segundo o presidente da Absolar, Ronaldo Koloszuk, a recomendação é fazer três orçamentos e, além de pedir referências das empresas, é importante também pesquisar a experiência e ter a garantia de que aquela empresa atuará no mercado ao longo do tempo de vida das placas, cerca de 30 anos, já que o consumidor pode precisar de alguma manutenção.
São dois os modelos que você pode escolher: o de abastecimento noturno feito por baterias que podem ser recarregadas e um ligado à empresa de energia responsável pela sua cidade.
Após feita a instalação, que dura entre 1 e 2 dias, o integrador, como chama o funcionário responsável pela instalação, solicitará a conexão e homologação do sistema à distribuidora de energia da cidade.
Feito isso, "é uma alegria só, porque você tem uma certa independência", comenta Ronaldo. Para ele, "a energia solar é versátil e democrática".
Energia solar: Quanto custa?
Arthur explica que "a grosso modo, para cada 100 reais que você paga em sua conta de energia elétrica, deve-se investir cerca de R$4 .500,00. Portanto, se você gastar R$ 300,00 de energia por mês, vai investir algo em torno de R$ 13.500,00".
Esse investimento nas placas pode ser compensado em menos de 5 anos. "É como o financiamento da casa própria, você paga por ela e depois nunca mais precisará pagar aluguel, é sua", compara Ronaldo.
Hoje, bancos privados já oferecem linhas de financiamento exclusivas para instalação de placas fotovoltaicas.
Após o valor investido, o sistema de geração solar conectado à distribuidora de energia da cidade será calculado através de um relógio bidirecional que irá computar a energia que entra e a que sai da residência.
Se mais energia é injetada do que consumida, créditos são acumulados. "Podemos criar uma poupança de créditos de energia", explica Arthur.
Outra alternativa para uso da energia solar é através de distribuição de energia por um sistema gerador próximo às unidades consumidoras.
No último dia 6 de janeiro foi encerrado o prazo para os consumidores brasileiros protocolarem o pedido de conexão do sistema fotovoltaico antes das mudanças de regras aprovadas pelo Congresso Nacional, que resultou na Lei 14300/2022.
Quem solicitar a instalação de placas solares após o prazo, terá uma cobrança gradual e escalonada sobre a energia injetada na rede elétrica.
Apesar de já ter sido aprovado pela Câmara, o Senado pode estabelecer um novo prazo ao retomar a discussão do tema no retorno do recesso parlamentar.
Quais os benefícios da energia solar?
Em estudo recente da Absolar, a associação estima benefícios para os consumidores pelos próximos 10 anos.
A expectativa é uma economia de R$ 34 bilhões nos cofres públicos com a diminuição de geração termelétrica fóssil.
Já os resultados apontam para mais de 600 mil empregos gerados na última década, com uma receita de R$ 35,5 bilhões em tributos e investimento de R$113,3 bilhões no setor.
Para Arthur, o principal benefício individual é a redução das despesas com energia elétrica e, para o coletivo da sociedade é reduzir a necessidade da queima de combustíveis fósseis e evitar a construção de barragens nos rios, preservando-os. Assim, consequentemente, a redução de emissão de gases de efeito estufa.
O engenheiro lembra que em 2021 a geração distribuída evitou um custo de R$ 13,6 bilhões durante a crise hídrica. "Se não fossem os sistemas solares dos próprios consumidores, esse custo teria sido de R$ 41,6 bilhões, cerca de 48,6% a mais na conta de luz", relata.
Além disso, os painéis solares têm um índice de reciclabilidade de 96%, o que contribui para o mercado de reciclagem, assim como para o meio ambiente
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.