Qual a função do Ibama? Influencer entrega capivara Filó para o Instituto
O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) voltou a ser assunto após multar o influencer Agenor Tupinambá em R$ 17.030, por "práticas relacionadas à exploração indevida de animais silvestres para a geração de conteúdo em redes sociais".
O tiktoker também teve que entregar a capivara Filó para o Instituto.
Mas, afinal, qual a função do Ibama?
Por ser um Instituto, o Ibama tem uma gestão integrada das questões ambientais do país, entre elas:
Exercer o poder de polícia ambiental;
Executar ações relativas ao licenciamento ambiental e ao controle da qualidade ambiental;
Autorizar e fiscalizar o uso dos recursos naturais;
- Realizar monitoramento e controle ambiental
Já o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) fica responsável por direcionar as ações do Ibama, como, por exemplo, definir as normas de licenciamento ambiental que serão fiscalizadas pelo Ibama.
No entanto, o Ibama tem autonomia para regulamentar normas relativas às suas próprias atribuições, tal como o Regulamento Interno da Fiscalização Ambiental.
A criação do Ibama
Antes, eram quatro os órgãos responsáveis pela preservação e restauração ambiental no Brasil: a Secretaria do Meio Ambiente (Sema), a Superintendência da Borracha (Sudhevea), a Superintendência da Pesca (Sudepe) e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF). Todos encarregados da atribuição de assegurar o uso sustentável dos recursos naturais.
Em 1989, a Lei 7.735 criou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Em 1992, o Ministério do Meio Ambiente (atualmente Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima) foi criado e o Ibama, uma autarquia, foi vinculada a ele.
A fusão dos órgãos ambientais no Ibama, na avaliação de Flávia do Amaral Vieira, pesquisadora sênior da plataforma CIPÓ e doutora em Direito, "demonstrou o interesse pelo fortalecimento da política ambiental".
Quais foram os principais marcos do Ibama?
Nesses 33 anos de existência do Ibama, sua atuação foi marcada por momentos importantes para a política ambiental brasileira.
Para Flávia, alguns exemplos são as operações de combate ao crime ambiental como Operações Madeira Limpa e Arquimedes.
Essas atividades, explica, "desvendaram redes de crime que fraudavam documentos sobre a comercialização de madeira extraída na Amazônia de modo ilegal, destinada a exportação".
O Ibama, nos casos mencionados, iniciou a fiscalização e percebeu indícios dos crimes, e as operações foram realizadas em parceria com outros órgãos como Ministério Público Federal, Polícia Federal e Receita Federal.
"Outro fato que se destaca é a negativa de licença para grandes empreendimentos de alto potencial de geração de impacto ambiental, como a negativa de licença para extração de petróleo para a multinacional francesa Total na Foz do Rio Amazonas", exemplifica.
Quais os desafios do Ibama no governo Lula?
Uma série de reportagens da Folha de São Paulo destrinchou, em 2022, a atuação do governo Bolsonaro na política ambiental, demonstrando um desmonte no Ibama, com cortes expressivos de verba no combate à fiscalização ambiental e gestão negligente durante as queimadas na Amazônia em 2021. Com isso, o governo Lula enfrentará desafios já bastante debatidos e conhecidos na gestão climática.
De acordo com Flávia, os principais desafios são a retomada da fiscalização e o monitoramento ambiental exercidos pelo Ibama, atividades essas que "demandam investimento em equipamentos e recursos, assim como articulação com outros órgãos de comando e controle".
Além disso, a pesquisadora considera importante a recomposição do quadro de servidores, "com abertura de concursos públicos para vagas, a partir de estudos sobre a demanda de cada setor, com a contratação de corpo técnico para dar conta de todo o passivo interno parado nestes anos".
Por fim, pontua a relevância do aprimoramento dos sistemas internos de fiscalização "com uso de tecnologia de dados, digitalização de documentos, imagens via satélite, cruzamento de dados com outros órgãos", com o objetivo de facilitar o trabalho dos técnicos, a fim de agilizar o andamento dos processos.
Somado a isso, a revisão, atualização e revogação das normas que ocasionaram o desmonte da política ambiental dos últimos quatro anos.
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