Pilhas e baterias: como fazer o descarte correto e evitar riscos?
Na hora de escolher onde colocar pilhas e baterias após o uso, é preciso levar em consideração o impacto desses materiais para o meio ambiente.
Muitas pessoas não sabem que tipo de lixo é a pilha. Ela é considerada um resíduo doméstico perigoso por conter metais pesados, como cádmio, chumbo e mercúrio.
O lixo eletrônico pode resultar em diversas complicações, como contaminação do solo e da água e doenças que podem afetar quem entrar em contato com um local de descarte.
"Tudo o que cai na natureza e contamina água e terreno volta para o ser humano. O descarte incorreto danifica o meio ambiente e, posteriormente, contamina as pessoas", explica Tereza Cristina Carvalho, 64 anos, coordenadora do CEDIR-USP (Centro de Descarte e Reuso de Resíduos de Informática).
Com o aumento do uso de invenções tecnológicas, todos os anos mais de 53 milhões de toneladas de lixo eletrônico são descartadas em todo o mundo, de acordo com o The Global E-waste Monitor.
O Brasil ocupa o quinto lugar no ranking de maior produtor de lixo no mundo, com 2,1 mil toneladas de eletrônicos descartados anualmente. No entanto, a reciclagem equivale apenas a 3% do total descartado.
Veja onde colocar pilhas e baterias usadas
Existem diferentes formas de realizar a destinação correta do lixo eletrônico. Para realizar o descarte correto de pilhas e baterias é necessário separar esses materiais do restante do lixo da casa ou da empresa. Eles devem ser armazenados em uma embalagem seca, bem ventilada e que não receba diretamente a luz solar.
Depois de recolher os itens, basta consultar quais são os postos de recolhimento mais próximos para descartar os resíduos corretamente.
Em algumas cidades, as secretarias de Meio Ambiente disponibilizam ecopontos em parques e praças. Assistências técnicas autorizadas também recebem lixo eletrônico e encaminham para as empresas que realizam o descarte responsável.
Apesar da legislação brasileira (Art.33 da Política Nacional de Resíduos Sólidos) obrigar a empresa fabricante a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, os consumidores também são responsáveis pela destinação correta desses produtos.
No caso do recolhimento realizado diretamente pelas companhias que vendem os produtos, as informações para o procedimento estão descritas nas embalagens dos próprios itens. Nesses casos, o lixo é recolhido por corporações especializadas e sem custo para os clientes.
Quais os problemas ambientais que as pilhas provocam na natureza?
Já parou para pensar no que acontece com a pilha no lixo? Apesar de não oferecerem riscos quando estão em funcionamento, esses materiais passam por deformações na cápsula protetora quando são esmagados e perfurados durante a coleta e o processamento do lixo.
Quando isso acontece, um líquido tóxico é vazado, podendo contaminar o solo e os lençóis freáticos.
As 'pilhas comuns' são compostas por mercúrio, chumbo e cádmio. Elas recebem o nome de Leclanché em homenagem ao seu inventor, o químico francês George Leclanché. O modelo também é chamado de 'pilha seca' por ser a primeira versão que não utilizava soluções aquosas, como a Pilha de Daniell.
Já a versão de lítio pode provocar chamas e causar incêndios. No caso das baterias, a de chumbo pode contaminar a atmosfera com óxidos de enxofre (SOx) e a de níquel prejudica o local em que ela é armazenada.
O contato com essas substâncias prejudicam o organismo humano, provocando doenças no sistema nervoso, rins, ossos, podendo, até mesmo, causar câncer.
"O chumbo é um metal pesado que é bastante maléfico para o sistema nervoso e sanguíneo do ser humano. Outro metal presente nas pilhas é o mercúrio, que causa danos cerebrais e ao fígado", ressalta Tereza Cristina.
"Muito comum em baterias de notebooks, o cádmio causa envenenamento, danos aos ossos, rins e pulmões. E, uma vez que você absorve o metal pesado, não consegue mais eliminar".
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