Produtora do 'Mano a Mano' quer mais pretos no topo das empresas: 'Missão'
Aos 53 anos, a empresária Gilvana Viana quer dar protagonismo a líderes pretos no mundo da cultura.
Produtora executiva do premiado podcast 'Mano a Mano', ela lidera empreendimentos buscando uma maior equidade cultural no segmento, além de promover palestras sobre inclusão e diversidade para todo o mercado criativo.
Mãe, esposa, economista, especialista em marketing e empresária, Gil Viana, como é conhecida, encara o desafio de consolidar sua vida entre Portugal, para cuidar dos três filhos, e o Brasil, onde faz a gestão de suas três empresas, Punks S/A, filial brasileira da provedora e licenciadora de conteúdo musical, Mugshot, produtora de áudio e estúdio criativo de trilhas sonoras para grandes artistas e marcas, e Casablack, um hub de cultura negra.
Ocupando posições de liderança em ambas as empresas, como sócia-fundadora e CEO, Gilvana acredita que é preciso desenvolver novas lideranças. E essa é a tônica do 'Mano a Mano', um dos podcasts mais ouvidos do país, um original Spotify com produção sonora da Mugshot Music e apresentado por Mano Brown.
"Estamos no levante de conteúdos mais democráticos e potentes, desde a escolha de profissionais até a efetivação do projeto. O 'Mano a Mano' é um projeto realizado por uma equipe majoritariamente preta, que mapeia e produz esse material trazendo os dois lados da informação e as sensibilidades das pautas que nos contemplam. É assim que a transformação vem acontecendo, na prática.", diz Gilvana.
'Não basta enxergar, é necessário agir'
A empresária também deu um passo à frente nas redes, com a missão de empoderar e inspirar por meio de conteúdos, informações, experiências e relacionamentos em seu novo hub de cultura negra, a Casablack.
Com o sócio Alê Garcia, um dos 20 creators pretos mais inovadores do país segundo a Forbes, a dupla leva adiante uma multiplataforma poderosa para auxiliar outras pessoas a crescerem juntas, potencializadas pelas diversas expertises da cultura negra, como cinema, literatura, música, moda, empreendedorismo, gastronomia, artes e estética, entre outras verticais da empresa.
Hoje uma referência para muitas pessoas, a empresária luta para eliminar os muitos obstáculos à ascensão profissional de pretos no Brasil.
"É difícil digerir que 'preconceito' e o verbo 'normalizado' ocupam a mesma frase, mas é exatamente assim que funciona, e já é hora da sociedade entender isso. Não basta enxergar, é necessário agir, e o mundo corporativo precisa dessa consciência", explica Gil.
'Transformar profissionais pretos em líderes potentes'
Com um maior espaço para dialogar com outras corporações, ela vê uma abertura promissora das empresas para a expansão de ações afirmativas de combate ao racismo institucional.
Propor medidas em prol de um mercado mais igualitário é, aliás, um dos objetivos das palestras de inclusão e diversidade que Gilvana pretende seguir neste ano.
"Estamos na atividade constante para transformar, ainda mais, profissionais pretos em líderes potentes, garantir oportunidades para a nova geração e para quem ainda está na luta pelo reconhecimento profissional. Nós, que já conquistamos essa posição e ocupamos o mercado criativo, temos a missão de usar o poder da comunicação, através da arte, para trazer um novo enredo para a luta racial: o de abrir espaços. Mas com o privilégio de ser escrito e protagonizado por nós", conclui a empresária.
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