Papo Preto #122: o discurso de ódio é uma violência do nosso tempo

A pesquisa do Ecossistema de Informação (IEA) conduzida com a população negra LGBTQIA+ da cidade do Rio de Janeiro apontou que 82% da população consultada já teve contato com discurso de ódio. Para refletir sobre esse problema, este episódio do Papo Preto recebe Flávio Rocha, que é mestre em Ciências Sociais e um dos coordenadores da pesquisa.

Rocha diz que o discurso de ódio vem da ideia de aniquilar o diferente, a pessoa negra, a população LGBTQIA+, quem é de fora. "Temos, por um lado, o aumento desses discursos através das redes e também um incentivo a partir de atores políticos nos últimos anos", diz a partir de 05:23 do arquivo acima.

Ele explica que o discurso de ódio é geralmente estruturado a partir de uma hegemonia. "Historicamente sempre tivemos grupos hegemônicos, de classes, raciais, étnicos. Eles estabelecem uma relação de poder sobre outros por meio de uma ideia de superioridade" (a patir de 07:31 do arquivo acima).

A prática, ele diz, é uma violência do nosso tempo porque todo mundo consegue ser anônimo na internet, e cabe a nós encontrarmos meios para acabar com ele ou pelo menos mitigar.

"A regulação da mídia poderia ser benéfica, de certo modo, para inibir esse tipo de desinformação, a gente percebeu na pesquisa que essa excessiva exposição nas redes sociais é prejudicial às pessoas porque o tempo todo estão chegando notícias negativas e isso faz mal para a saúde mental. Esse não pode ser o papel da mídia" (a partir de 26:07 do arquivo acima).

Papo Preto é um podcast produzido pelo Alma Preta, uma agência de jornalismo com temáticas sociais, em parceria com o UOL Plural, um projeto colaborativo entre o UOL, coletivos e veículos independentes. Novos episódios vão ao ar todas as quartas-feiras.

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