Lula ganha conselheira canábica: conheça pioneira que foi para o Conselhão

O presidente Lula (PT) recriou o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, conhecido como Conselhão, e escalou 264 nomes dos diferentes setores para integrar o projeto, entre os quais está a empresária pioneira em cannabis no Brasil Viviane Sedola.

Quem é Sedola?

Empreendedora do setor canábico há alguns anos, Viviane Sedola criou um dos primeiros marketplaces do mercado, a Dr. Cannabis, que conecta médicos e pacientes em todo o país.

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A empresária começou a investir nessa área em 2018 ao criar o aplicativo. Em 2022, ela deu mais um passo no mercado ao capitanear a fusão do Dr. Cannabis com a Cannect, gerando assim o maior marketplace de cannabis de toda a América Latina.

A plataforma criada por Sedola não fabrica remédios à base da cannabis, mas permite que pacientes entrem em contato com médicos que prescrevem canabinoides e auxilia no processo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para a importação dos produtos — desde 201,9 o Brasil permite a aquisição de forma legal de remédio à base de canabidiol.

Viviane já foi eleita uma das 50 mulheres mais influentes do mercado de cannabis no mundo. pela revista "High Times" - publicação que é referência no setor. Antes de entrar para o ramo, ela já foi executiva do Groupon e foi uma das fundadoras da plataforma de financiamento coletivo Kickante.

Ao UOL, Sedola já contou que um dos principais motivos da criação da Dr Cannabis foi a luta de mães que têm filhos com condições raras. "Quando comecei a pesquisar, vi que no Brasil existia uma demanda, mas o tratamento era reprimido, muitas vezes por falta de conhecimento".

"A gente tem no Brasil cerca de 600 mil epilépticos refratários, aqueles que não conseguem controlar a crise. Na época, só mil pessoas podiam importar produtos com cannabis. Eu vi que podia ajudar a causa", declarou em entrevista ao UOL.

Conselhão

Criado pelo presidente Lula em seu primeiro governo, o chamado Conselhão reúne pessoas dos diversos setores da sociedade para auxiliar o governo federal na criação de políticas públicas. O projeto foi extinto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas relançado na semana passada.

Além de Viviane Sedola, integram o Conselhão 264 pessoas que compõem o setor empresarial, os movimentos sociais e a classe artística, entre outros. O grupo é supervisionado pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT).

Outros dois nomes indicados ao Conselhão, além de Viviane, também têm envolvimento com o mercado da cannabis no Brasil: Patrícia Villela Marino e Claudio Lottenberg.

Marino desenvolve trabalho em prol da reformulação da política de drogas e apoia startups do setor da cannabis. Lottenberg, por sua vez, é sócio de uma fabricante de produtos e medicamentos à base de maconha. A empresa da qual ele é sócio tem o aval da Anvisa para comercializar produtos derivados da cannabis nas farmácias do país.