Picada mais dolorosa do mundo e matadora de baratas: 5 vespas assustadoras
Predadores fazem parte de todo o reino animal, e no mundo dos insetos e aracnídeos, não é diferente. Nesse ponto, as vespas talvez estejam quase no mesmo nível das aves de rapina: com voos rasantes ou espreitando entre folhas e ninhos, elas investem contra suas presas e põem fim em moscas, larvas e até baratas.
Apesar do aspecto assustador e das picadas dolorosas, as vespas são responsáveis pelo controle do ecossistema e reduzem ou eliminam pragas urbanas e das lavouras.
De acordo com Kayron Passos, biólogo e professor de biologia, todas as vespas conhecidas são predadoras de outros animais em algum estágio da vida, predominantemente na fase larval.
"A dieta das vespas é baseada, principalmente, em proteínas, que normalmente vêm de outros invertebrados como insetos, aracnídeos, miriápodes (centopeias e lacraias), moluscos (lesmas) e minhocas", explica o biólogo.
Passos ainda lembra que, em alguns casos, suas larvas podem crescer comendo restos de animais maiores, acelerando a ciclagem de nutrientes e impulsionando a cadeia alimentar.
"Quando crescem, podem se tornar animais herbívoros que se alimentam de néctar, polpa e fibra vegetal", aponta.
Espécies de vespas no Brasil
1. Vigilância com sistema de alarme por odor: marimbondo-caboclo (Polistes canadensis):
É muito conhecido no Brasil por se adaptar bem em vários ambientes. Eles vivem numa sociedade matriarcal, com uma rainha reprodutiva, fêmeas operárias e machos que vigiam o ninho por fora, como vigilantes atentos.
São ariscos e têm ninho aberto. Usam um sistema de alarme com cheiro que serve para juntar os membros para se defenderem ou para abandonar o ninho.
2. A encantadora de baratas: vespa-joia (Ampulex compressa)
Com um corpo colorido e brilhante, essa vespa é capaz de usar o seu ferrão para controlar e "zumbificar" baratas e outros animais, que são controlados por ela até um local escondido e lá se tornam alimento para suas larvas.
"Ela pega bichos maiores tipo lagartas, casulos. Às vezes agarra essas presas em pleno voo é impressionante", diz o biólogo.
3. Picada mais dolorosa do mundo e matadora de aranhas: as vespas-cavalo-do-cão (gênero Pepsini)
Têm a picada mais dolorosa do mundo, classificada como 4 na escala Schmidt - o máximo no "ranking" que faz medições do tipo.
"A expansão da dor se assemelha a uma descarga elétrica, ainda assim o veneno não é letal para humanos", diz o biólogo.
Conhecida também como tarantula hawk - algo próximo a - falcão de tarântula - em tradução livre. Isso porque elas são capazes de caçar e matar grandes aracnídeos, onde incubam seus ovos, que viram larvas e comem as aranhas ou outras presas capturadas, que podem variar de lagartas, lacraias até lesmas.
4. Ninho fofinho, mas picada perigosa: marimbondo-de-chapeu (Apoica pallida)
É uma vespa que vive em ninhos em formato de um chápeu. Tem hábitos noturnos.
Sua picada é dolorosa e pode causar reações alérgicas até mesmo em quem não apresenta histórico de alergia, de acordo com o biólogo. São polinizadoras e se alimentam de néctar.
5. Dedetizadora de baratas: vespas-bandeira (Evaniidae):
As vespas dessa família lembram grilinhos, têm o abdômen encurtado e longas patas traseiras, mas são aladas e podem voar.
Medrosas e sem ferrão, elas evitam o conflito, mas são verdadeiras "destruidoras" de ninhos de baratas e colocam seus ovos dentro dos ovos das baratas, que se transformam em larvas e comem o que viria a um dia ser uma barata.
O que fazer ao se deparar com uma vespa ou com seu ninho?
De acordo com Passos, ao se deparar com uma vespa a melhor maneira de agir é manter a calma e deixar uma "rota de fuga" para que ela possa sair por onde entrou.
"Tentar matar pode torná-las agressivas. Além disso, elas são importantes para controlar a população de insetos e ajudam na polinização. Se isso não basta, há leis que protegem algumas espécies e é considerado crime ambiental queimar seus ninhos", lembra o biólogo.
No caso de encontrar ninhos dentro de casa ou na janela, o biólogo alerta que a melhor saída é chamar o corpo de bombeiros e nunca tentar derrubar ou movê-los de lugar por conta própria.
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