Inteligência artificial 'revive' animais extintos da Terra pelo ser humano
Hoje é o Dia Mundial do Meio Ambiente, mas não é uma data de celebração. É uma data para refletirmos sobre o impacto dos seres humanos no planeta que habitamos. Os seres humanos são responsáveis pela extinção de muitas espécies ao longo dos anos, seja pela destruição do habitat natural desses seres ou pela caça furtiva.
Mas como seria o mundo caso animais como o tigre-da-tasmânia, o mamute-lanoso, o leão-europeu e outras espécies extintas pelo homem fossem ressuscitados e inseridos de volta em seus ambientes naturais?
Ecoa usou o ChatGPT, um modelo de linguagem desenvolvido pela OpenAI, e o Midjourney, uma plataforma de geração de imagens baseada em inteligência artificial para criar uma simulação da Terra e revelar as mudanças causadas com a presença de animais extintos no ecossistema. Acompanhe a seguir.
Tigre-da-Tasmânia no topo da cadeia e competindo com humanos
Em uma densa floresta da Oceania, um tigre-da-tasmânia caça sua presa. Ao encontrar um grupo de cangurus, ele ataca com precisão e captura um deles. No entanto, a tranquilidade é interrompida pela chegada de fazendeiros armados, defendendo seu território e gado. Conflitos entre humanos e animais selvagens tornam-se iminentes, mostrando os desafios enfrentados na coexistência e conservação de espécies. Se o tigre-da-Tasmânia (Thylacinus cynocephalus) ainda existisse, ele continuaria habitando as florestas e pastagens da Austrália e da Tasmânia. Apesar do nome de felino, o tigre-da-Tasmânia foi um marsupial carnívoro
Benefícios: A presença dos tigres-da-tasmânia poderia ajudar a controlar a população de herbívoros, evitando o superpastejo e seus impactos negativos no ecossistema. Além disso, desempenhariam um papel importante como predadores topos de cadeia alimentar.
Desafios: A competição por recursos entre os tigres-da-tasmânia e outros predadores nativos, como os dingos, poderia ocorrer. Também poderiam surgir conflitos com fazendeiros, uma vez que esses marsupiais se alimentam de animais de criação.
Mamutes-lanosos: gigantes moldam vegetação, mas disputam território
O mamute-lanoso (Mammuthus primigenius), com sua aparência imponente, poderia ser reintroduzido nas estepes do norte da Eurásia e da América do Norte. A presença do mamute-lanoso teria um impacto significativo na moldagem da paisagem, é um fenômeno natural que ocorre quando herbívoros influenciam diretamente a estrutura e composição das plantas em um ecossistema.
Ao se alimentarem, eles removiam folhagens e galhos de determinadas áreas, o que poderia resultar em clareiras ou espaços abertos na vegetação. Essas clareiras permitiriam que a luz solar alcançasse o solo, estimulando o crescimento de plantas herbáceas e gramíneas e atrairia outros animais, como roedores e pequenos mamíferos, que encontrariam alimento e abrigo nesses espaços.
Benefícios: A presença dos mamutes-lanosos poderia ter um impacto positivo no ecossistema, uma vez que sua alimentação seletiva poderia moldar a paisagem e favorecer o crescimento de certas espécies vegetais. Além disso, suas presas curvadas poderiam ser importantes para a manutenção de pastagens abertas.
Desafios: A migração dos mamutes-lanosos em busca de alimentos poderia causar danos temporários em algumas áreas e entrar em conflito e "competição" com atividades humanas e de outros animais. A proteção contra a caça e a mitigação de possíveis conflitos entre humanos e mamutes seriam desafios cruciais a serem enfrentados para garantir a sobrevivência dessas espécies.
Baiji: beleza e raridade lutando contra a poluição
Ao longo das margens do rio Yangtzé, um grupo de turistas observa as águas calmas e a exuberante paisagem ao redor. O motivo de sua visita? O "revivido" baiji (Lipotes vexillifer), um golfinho de água doce único e raro que habita essas águas. A poluição do rio Yangtzé, no entanto, continuaria, representando um risco para a sobrevivência do baiji.
Benefícios: A presença dos baijis no ecossistema do rio Yangtzé poderia ter um impacto positivo, regulando a população de peixes e mantendo o equilíbrio da cadeia alimentar aquática. Eles também serviriam como um indicador da saúde do ecossistema fluvial.
Desafios: A poluição, a degradação do habitat e a pesca excessiva foram os principais fatores que levaram à extinção do baiji. A presença contínua desses golfinhos de água doce necessitaria de esforços de conservação para garantir sua sobrevivência.
Leão-europeu: o majestoso felino está de volta, mas é um voraz predador
Você sabia que leões já habitaram a Europa? Se voltasse a vida, o leão-europeu (Panthera leo europaea) despertaria fascínio e admiração, à medida que turistas testemunham sua grandiosidade em seu habitat natural, alimentando-se de cervos e javalis.
Benefícios: A presença dos leões-europeus poderia ter um impacto positivo no controle populacional de suas presas, evitando o superpastejo e mantendo o equilíbrio no ecossistema.
Desafios: A reintrodução desses grandes felinos poderia causar preocupações em relação à segurança humana e conflitos com atividades agrícolas ou de criação de animais.
Tigre-do-Cáspio convivência entre humanos e predador precisaria de cooperação
Se o tigre-do-Cáspio (Panthera tigris virgata) ainda existisse, ele continuaria habitando as regiões da Ásia Central, incluindo o Cáucaso, Irã e Turquia. Carnívoros, se alimentam de cervos e outros animais.
O retorno do felino traria um misto de entusiasmo e preocupação. A convivência com os tigres-do-Cáspio traria desafios, principalmente no que diz respeito à proteção do gado e à segurança das comunidades. Medidas de proteção seriam implementadas, como a construção de cercas e a criação de programas de compensação para perdas de gado.
Benefícios: A presença dos tigres-do-Cáspio poderia ter um impacto positivo no controle populacional de suas presas, ajudando a regular as populações de herbívoros.
Desafios: A reintrodução desses grandes felinos poderia enfrentar desafios, como conflitos com comunidades locais e o risco de retaliação devido à predação em animais domésticos.
Será que simulação da IA é fiel a um cenário real?
Apesar de baseada em dados reais, a simulação não é capaz de prever com exatidão um cenário de volta desses seres, que atravessariam questões ambientais, sociais e governamentais.
Ecoa consultou Kayron Passos, biólogo e professor de biologia, que analisou os resultados e apontou, que sobretudo em casos de predadores, é comum a competição com outras espécies e isso serve como forma de balanceamento do ecossistema. Além disso, fazenda e vilarejos, idealmente, deveriam estar afastadas do habitat desses animais, de acordo com o biólogo.
"As simulações são muito boas, pois mostram o papel ecológico desses seres. Mas há um equívoco em apontar que esses animais seriam um problema aos seres humanos, pois a humanidade tem problemas com quase todas as espécies", Kayron Passos, biólogo.
Reportagem Giacomo Vicenzo | Artes Rene Cardillo com Midjourney | Edição Fred Di Giacomo
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.