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O que causa um ciclone igual ao que atingiu o Rio Grande do Sul?

Ciclone extratropical formado no Oceano Atlântico vai afetar a costa da Região Sul trazendo chuvas intensas e rajadas de ventos - Inmet
Ciclone extratropical formado no Oceano Atlântico vai afetar a costa da Região Sul trazendo chuvas intensas e rajadas de ventos Imagem: Inmet
Marcos Candido e Com Agências de notícias

16/06/2023 12h38

O ciclone extratropical formado no Rio Grande do Sul, nesta sexta (16), causou ventanias e alagamentos. O prefeito de Maquiné, João Marcos Bassani dos Santos, implorou para os moradores saírem de casa. O fenômeno que atingiu a pequena cidade, na verdade, é parte de um evento mundial com grandes proporções.

Como um ciclone é causado?

Em resumo, os ciclones extratropicais são formados pelo encontro entre ar quente e ar frio. Por exemplo: na Amazônia, o ar mais quente e úmido atravessa parte da América do Sul e encontra o ar frio e gelado da Antártica.

Durante esse encontro, o ar úmido e quente sobe para as camadas mais altas da atmosfera. O ar gelado, desce. Isso gera uma área de instabilidade, com ventos fortes, chuva e frio. Assim, pode se formar o gigante giratório com até 3 mil quilômetros de diâmetro.

Quais as causas?

Os ciclones são formações naturais, mas estão cada vez mais frequentes e violentos. A crise climática deixou a Antártica mais quente, o que tem alterado a dinâmica entre os ventos quentes e frios.

Segundo especialistas, a crise climática vai produzir ciclones em regiões onde não existiam, os tornarão mais frequentes e agressivos. Não à toa, a região Sul enfrentou ciclones violentos nos últimos anos, como o que afetou Santa Catarina em 2020 e deixou prejuízos bilionários.

O prefeito da cidade gaúcha de Maquiné, João Marcos Bassani dos Santos, alertou os moradores a saírem de casa. "Estou pedindo, implorando, saiam", disse nas redes sociais. O fenômeno que atinge a pequena cidade, na verdade, é parte de um evento mundial de grandes proporções.

Impactos no Rio Grande do Sul

Segundo a MetSul Metereologia, empresa de monitoramento do clima, algumas cidades registraram durante a madrugada um volume de chuva que chegou até 233 km/h, como foi o caso de Maquiné.

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul já havia alertado na quinta-feira, 15, para chuvas intensas e volumosas com risco de enxurrada nas regiões, com possibilidade de enchentes nos rios Caí e Sinos, no nordeste. Em Santo Antônio da Patrulha também houve enchentes causadas pelo ciclone.

A MetSul afirmou que estações registraram rajadas de vento ao redor de 70 km/h em Porto Alegre no começo desta sexta-feira. Pelas redes sociais, moradores, jornalistas e portais locais também relataram e publicaram vídeos de enchentes e fortes ventos em diversos pontos do estado durante a noite.

O governador Eduardo Leite (PSDB) se pronunciou pelo Twitter, e afirmou que as equipes da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar estavam mobilizadas para atender os lugares mais afetados. "Acompanho a situação junto a nossas forças de segurança", disse.