O que é a 'amefricanidade' e por que ela é importante para a nossa história

O termo 'amefricanidade' foi criado pela intelectual e ativista Lélia Gonzalez nos anos 1980 para representar as ancestralidades do povo negro ligadas aos povos ameríndios e africanos. Lélia destaca em seus trabalhos as tentativas de apagamento e inferiorização dessas raízes ao longo da história da colonização na América Latina e a importância de resistir a isso.

O episódio 125 do podcast Papo Preto aprofunda essa temática em conversa com três mulheres que seguem o legado de Lélia em seus trabalhos e pesquisas. Elas explicam o significado deste termo e suas aplicações práticas no dia a dia.

A 'amefricanidade' é descrita por Lélia como uma categoria político cultural que busca um novo olhar sobre a formação do Brasil e da América Latina, considerando as contribuições dos povos negros e indígenas na construção cultural do continente.

"Mas eu penso que é ainda mais do que uma categoria, é uma experiência que foi, e ainda é, compartilhada por povos e identidades que foram sistematicamente apagadas no processo", diz Luciana Brauna, cientista social e educadora, a partir de 03:56 do arquivo acima.

Para ela, a 'amefricanidade' se coloca também como um espectro de possibilidade de luta potente. "O branco não é raça, ele é um sujeito universal. Nós, enquanto sujeitos racializados, que entendemos que somos todos racializados, sobretudo a branquitude, quando entendemos isso nos apropriamos dos espaços e vamos ter condições de entender que compartilhamos as mesmas experiências" (a partir de 05:40 do arquivo acima).

Papo Preto é um podcast produzido pelo Alma Preta, uma agência de jornalismo com temáticas sociais, em parceria com o UOL Plural, um projeto colaborativo entre o UOL, coletivos e veículos independentes. Novos episódios vão ao ar todas as quartas-feiras.

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