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Camisas autografadas por CR7, Mbappé e Gabigol vão a leilão beneficente

Camisa que Gabigol usou em 2022, ano da conquista da Copa do Brasil e da Libertadores, assinada por todo o elenco do Flamengo, está em leilão - Reprodução/Play For a Cause
Camisa que Gabigol usou em 2022, ano da conquista da Copa do Brasil e da Libertadores, assinada por todo o elenco do Flamengo, está em leilão Imagem: Reprodução/Play For a Cause

Carolina Vaisman

Colaboração para Ecoa, no Rio de Janeiro (RJ)

17/07/2023 06h00

Tudo começou após uma partida do Barcelona no estádio Camp Nou, na Espanha. Naquele dia, em 2018, o que chamou a atenção do carioca André Georges não foi apenas a atuação do time catalão. Da arquibancada, ele notou quando o ídolo Andrés Iniesta bebeu água e jogou fora a garrafinha a caminho do vestiário. Imediatamente, torcedores ofereceram de 50 a 100 euros aos seguranças que estavam ali pela garrafa usada.

Na época com 25 anos, André cursava faculdade de engenharia naval, em Brest, cidade no oeste da França. O comportamento observado em Barcelona o fez perceber que havia pessoas dispostas a pagar por itens usados pelos ídolos. Além de um negócio, poderia surgir ali uma ação social.

Foi então que começou a sua empreitada. Bateu à porta do StadeBrestois 29, time da sua cidade que disputa a liga da primeira divisão francesa. O clube não aceitou doar itens usados, como calções e camisas, mas André descobriu que os uniformes pertenciam aos jogadores.

Após uma partida do clube, ele resolveu, então, abordar o zagueiro brasileiro Luciano Castán (atualmente no Cruzeiro), que topou doar seus itens. O leilão do kit com o uniforme do brasileiro em uma plataforma online arrecadou 400 euros.

Primeiro leilão foi para Malawi

A verba foi destinada à construção de casas no interior do Malawi, em um projeto social do projeto Fraternidade sem Fronteiras, do qual um amigo dele participava.

"Percebi que gerar impacto social custa menos do que a gente imagina e que sempre existem interessados nos itens, mesmo em condições adversas", conta André a Ecoa.

Camisa do Manchester United autografada por Cristiano Ronaldo - Reprodução/Instagram @playforacause - Reprodução/Instagram @playforacause
Camisa do Manchester United autografada por Cristiano Ronaldo
Imagem: Reprodução/Instagram @playforacause

Ali nascia a Football for a Cause, com o intuito de investir o dinheiro arrecadado com o leilão de itens usados por jogadores preferencialmente em projetos educacionais.

"No meio das oportunidades que eu tive existia um fator sorte que me deixava incomodado. Somente investindo em educação é que eliminamos o fator sorte. Foi isso que me fez chegar aonde cheguei e voltar ao Brasil", explica o empreendedor, que estudou em escola pública no Rio de Janeiro.

Para além do futebol

De volta ao Brasil, ainda em 2018, ele conheceu a estudante carioca Manuella Carvalho no Programa ProLíder, que seleciona e forma jovens de todo país ao lado de empresários e lideranças do terceiro setor.

Durante os seis meses de idas a São Paulo para o programa de formação, André contou para a colega sobre o projeto e, juntos, decidiram ampliar a ação e começaram a estruturar o que se tornaria a Play for a Cause (com o mesmo propósito, mas abrangendo também outros esportes).

play - Divulgação - Divulgação
Play for a Cause entrega cheque para a ONG Verdescola após ação em parceria com Corinthians e Santos
Imagem: Divulgação

"A ideia dele estava ligada a tudo o que eu era apaixonada: educação e esportes. Pensei que realmente tinha a ver com meu propósito de vida", conta Manuella, que na época tinha dezoito anos.

Inicialmente, os dois pensaram em firmar parcerias com clubes de futebol. Os primeiros itens conquistados foram uma camisa do atacante Edigar Junio, que atuava pelo Bahia, e uma usada pelo goleiro Júlio César, no 'Jogo das Estrelas', promovido por Zico.

Em 2019, se juntaram à Unicef, primeiro grande parceiro da empreitada, que conseguiu com a Federação Paulista de Futebol a bola da final do Paulistão e a doou para ser leiloada. A entidade também passou a ajudar com toda a estrutura de divulgação nas redes sociais.

A partir da plataforma de leilão criada, colecionadores e interessados começaram a movimentar o negócio, que foi ganhando corpo e credibilidade e foi se espalhando para outros esportes, como surfe e Stock Car.

Apoio de clubes e atletas

Hoje, o Play for a Cause é uma grande empresa, e tem uma rede de 87 ONGs atendidas e beneficiadas, em 18 estados do Brasil. De 2020 para cá, já destinou mais de R$ 1,8 milhão para a sua rede de instituições. Atualmente, as doações têm apoio de clubes de futebol, atletas, marcas e competições.

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Camisa do Cruzeiro, do Brasileirão 2022, autografada pelo elenco está em leilão
Imagem: Reprodução

O jogador Richarlison foi um dos primeiros a aderir às doações de itens usados. Em uma ação realizada durante a pandemia - que contou com a participação de 130 atletas de diferentes segmentos do esporte e do cantor Daniel -, foram levantados cerca de R$150 mil para instituições do Rio.

O valor foi utilizado para compra de 30 toneladas de alimentos e no apoio da construção da sede de uma das ONGs. Há itens memoráveis já leiloados, como uma camisa autografada por Pelé. E também alguns curiosos, como para-choques de carros da Stock Car. Tudo por uma boa causa.

Para acessar os leilões promovidos pela Play for a Cause e saber como ajudar, acesse o site da empresa ou o perfil nas redes sociais.

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