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Recusa a Trump e luta contra racismo: Rapinoe também é craque fora do campo

Megan Rapinoe - Getty Images
Megan Rapinoe Imagem: Getty Images

Caê Vasconcelos

Colaboração para Ecoa, de São Paulo (SP)

21/07/2023 06h00

Megan Anna Rapinoe, 38, é um dos principais nomes da história do futebol feminino no mundo. Vencedora do Bola de Ouro de 2019, é bicampeã do mundo e campeã olímpica pela seleção profissional dos Estados Unidos, que defende desde 2006. Em 2023, disputou a última Copa do Mundo de sua carreira.

Filha de um treinador de futebol dos Estados Unidos, Megan iniciou sua trajetória ainda criança. No ensino médio, jogou no Elk Grove Pride, ao invés do time de sua escola. Na universidade, defendeu o Portland Pilots. Em 2004, foi convocada para defender os EUA pela primeira vez, na Copa do Mundo Feminina sub-19.

Mas Rapinoe também é um dos maiores nomes do futebol fora de campo. Defensora dos direitos civis, especialmente da comunidade LGBTQIA+, a atacante, que é casada com a agora ex-jogadora de basquete Sue Bird, coleciona posicionamentos políticos em prol dos direitos humanos.

Rapinoe recebeu no ano passado a Medalha Presidencial da Liberdade, maior honraria dada a um civil no país, dada por Joe Biden. Nenhuma outra jogadora de futebol havia recebido essa honraria.

Luta por igualdade salarial

Rapinoe é uma das líderes pela igualdade salarial para times femininos e masculinos nos EUA. Em 2022, ela e Alex Morgan conseguiram um acordo de 24 milhões de dólares com a Federação de Futebol dos EUA após um processo por igualdade salarial com jogadores homens.

O processo havia sido aberto em 2016 por cinco então jogadoras (Hope Solo, Carli Lloyd, Becky Sauerbrunn, Alex Morgan e Megan Rapinoe) após uma queixa à Comissão de Oportunidades Iguais de Emprego sobre a diferença no salário e no tratamento.

O caso ganhou repercussão com a vitória do time feminino dos EUA na Copa do Mundo de 2019. Rapinoe foi a porta-voz oficial das atletas do "Equal Pay", que lutavam por melhores condições de trabalho.

Megan Rapinoe comemora o título da Copa do Mundo feminina - Christophe Simon/AFP - Christophe Simon/AFP
Megan Rapinoe comemora o título da Copa do Mundo feminina
Imagem: Christophe Simon/AFP

Protestos contra Trump

Em 2019, durante a Copa do Mundo, Rapinoe afirmou que se recusaria a visitar a Casa Branca e se encontrar com Trump em caso de título. Ela também se recusou a cantar o hino do país antes de uma das partidas.

Elas foram campeãs da Copa, Rapinoe foi eleita a melhor jogadora do torneio e a comemoração aconteceu em um desfile em Nova York, marcado por um discurso de Rapinoe exaltando a diversidade no elenco campeão mundial.

Megan Rapinoe no MET Gala 2021 - AFP - AFP
Megan Rapinoe no MET Gala 2021
Imagem: AFP

Luta pelos direitos LGBTQIAP+

Lésbica e ativista pelos direitos da comunidade LGBTQIAP+, Rapinoe é filantropa da GLSEN (Gays, Lesbians, & Straight Education Network), uma organização que busca combater a desigualdade e bullying nas escolas dos EUA.

Em 2016, ela ganhou manchetes ao ajoelhar durante o hino nacional estadunidense, em apoio ao ativista Colin Kaepernick, ex-quarterback do San Francisco 49ers, da NFL, que teve a carreira no futebol americano interrompida por conta de seus protestos em prol da comunidade LGBTQIAP+.

Rapinoe também é uma das defensoras da presença de atletas trans em eventos femininos. Ela e sua esposa, Sue Bird, estavam entre os 40 atletas profissionais a assinar uma carta aos legisladores dos EUA em abril, se opondo a um projeto de lei federal que proíbe atletas trans de praticarem esportes femininos.

No OL Reign de Seattle, Rapinoe joga ao lado de Quinn, primeira pessoa trans e não-binária a ganhar uma medalha olímpica e a estar em uma Copa do Mundo — jogando pelo Canadá.

Luta contra o racismo

Durante a premiação do Bola de Ouro de 2019, Rapinoe disse que atletas influentes, como Cristiano Ronaldo, Lionel Messi e Zlatan Ibrahimovic, poderiam fortalecer a luta contra o racismo e o sexismo no futebol.

Na ocasião, ela afirmou que "jogadores que não se indignam com o racismo são parte do problema". A atacante faz parte de movimentos sociais como o Black Lives Matter.

Megan Rapinoe na final da Copa do Mundo de 2019 - Marc Atkins/Getty Images - Marc Atkins/Getty Images
Megan Rapinoe na final da Copa do Mundo de 2019
Imagem: Marc Atkins/Getty Images

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