Monogamia, fidelidade e muito sexo: como vivem os casais de araras-azuis
Quando a arara-azul fêmea está chocando o ovo de seu futuro filhote, é o macho da ninhada que sai para buscar alimento.
Assim que o macho chega e alimenta sua "esposa", eles embarcam em uma relação sexual ali mesmo.
"Ao longo do período reprodutivo, eles têm uma relação muito intensa. Mesmo que a fêmea esteja chocando o ovo, mesmo quando o filhote nasce, eles sempre fazem a cópula no dia a dia", conta Neiva Guedes, bióloga, integrante da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) e presidente do Instituto Arara-Azul.
As araras formam pares com seis ou sete anos, mas só se reproduzem dois ou três anos depois do "namoro". Esses casais vivem o tempo todo juntos, dividindo as tarefas nos ninhos, cuidando dos filhotes e procurando alimentos.
A estimativa é que, na natureza, elas vivam até 40 anos, o que significa que o casal de araras-azuis pode completar bodas de pérola, ou seja, os 30 anos de matrimônio.
A arara-azul tem chamado a atenção dos pesquisadores devido ao seu comportamento monogâmico. A monogamia não é regra sem exceção para todos os indivíduos da espécie, mas estudos de campo com araras-azuis revelaram que a maioria dos casais permanece fiel ao longo da vida.
Quando um dos parceiros morre, é possível que novos pares se formem, como já foi observado na natureza, mas há casos em que isso não acontece.
Mas a relação familiar intensa das araras-azuis não se reduz aos casais. Com os filhotes, o vínculo também é notável.
Diferentemente de algumas espécies de aves que abandonam os ovos ou filhotes quando perturbados, as araras azuis não abandonam seus ninhos, muito pelo contrário, elas são muito cuidadosas com suas crias.
As araras fazem um trabalho de limpeza das penas dos filhotes, que segundo a bióloga Neiva Guedes "é realmente um comportamento muito lindo de se ver e que a gente aprende bastante observando-o".
Mesmo em situações de perda, como incêndios ou inundações, os pais permanecem próximos do ninho, voando ao redor em busca de seus "herdeiros".
A presidente do Instituto Arara-Azul conta uma história sobre quando encontrou um filhote que caiu do ninho, o avaliou e depois de um dia foi devolvê-lo para o ninho perto de onde ele foi encontrado.
"Quando a gente chegou no local, havia várias araras-azuis voando procurando por esse filhote. Na hora que ele ouviu o grito dos pais, eles tiveram uma comunicação específica e esse filhote, no chão, foi andando em direção aos pais", conta a bióloga.
Eu acho que podemos aprender quase tudo com as araras. A questão da fidelidade entre os pares, o cuidado parental porque não é só a fêmea que cuida do filhote, o macho também, a divisão de tarefas, não fica uma sobrecarga só para um.
Neiva Guedes, bióloga, integrante da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) e presidente do Instituto Arara-Azul.
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