Dia da mulher negra só foi reconhecido no Brasil 22 anos após a sua criação

No dia 25 de julho é celebrado o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, instituído em uma reunião feminista realizada na República Dominicana em 1992. No Brasil, no entanto, a data só foi reconhecida oficialmente em 2014, mais de 20 anos após a sua criação.

Neste episódio do podcast Papo Preto, a apresentadora Stela Diogo conversa com Inaldete Pinheiro, escritora e ativista negra que participou do encontro onde surgiu a ideia de instituir esta data em homenagem à mulher negra. No mesmo dia também se comemora o Dia de Tereza de Benguela.

Inaldete conta que o dia da mulher negra no final de um evento feminista realizado na República Dominicana, em 1992, por conta dos 500 anos do descobrimento das Américas. "Uma mulher negra dominicana sugeriu o evento e eu me candidatei para trazer para o Nordeste a discussão e assim começamos a articular o encontro em São Domingo, e no final veio a sugestão da data" (a partir de 03:08 do arquivo acima).

O dia 25 também passou a ser o Dia de Tereza de Benguela, uma importante figura da nossa história que viveu na fronteira entre Mato Grosso e Bolívia, no século 18. Ela liderou o Quilombo do Quariterê por cerca de 20 anos, após o seu companheiro ser morto por soldados portugueses. Sua liderança se destacou por uma espécie de parlamento e de um sistema de defesa para o quilombo. Em 1770 ela foi capturada e morta. Outra versão diz que ela cometeu suicídio como forma de resistência à sua captura.

Papo Preto é um podcast produzido pelo Alma Preta, uma agência de jornalismo com temáticas sociais, em parceria com o UOL Plural, um projeto colaborativo entre o UOL, coletivos e veículos independentes. Novos episódios vão ao ar todas as quartas-feiras.

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