Prima do Besouro-Azul? Espécie de aranha azul-elétrica é descoberta na Ásia
Uma nova espécie de tarântula foi descoberta por pesquisadores tailandeses em expedição à província de Phang-Nga, no sul da Tailândia. A coloração "azul-elétrica" fascinante da aranha impressiona, assim como a cor do Besouro-Azul, filme da DC — e não, ambos não são primos, nem estão na mesma classe, já que um é aracnídeo e outro inseto.
O que aconteceu
"[Encontramos] uma nova espécie de tarântula que exibe uma tonalidade azul-violeta hipnotizante, que lembra faíscas azuis-elétricas", falou Narin Chomphuphuang, pesquisador do Departamento de Entomologia e Fitopatologia da Universidade de Khon Kaen, em entrevista à CNN.
Os pesquisadores encontraram exemplares da aranha em uma floresta de mangue junto com o youtuber de vida selvagem JoCho Sippawat. Ele também assina o artigo publicado em inglês detalhando a descoberta na revista científica ZooKeys, em 18 de setembro.
O nome
Além da aranha batizada de Chilobrachys natanicharum, outros membros da equipe também descobriram um tipo de tarântula desconhecida e que agora se chama Talsimus bambus. A nova espécie vive em caules ocos de plantas de bambu na Tailândia.
A equipe escolheu leiloar o direito de nomear as novas espécies para divulgar a descoberta e aumentar a conscientização, além de arrecadar fundos para o povo indígena Lahu, que Sippawat faz parte, localizado no norte da Tailândia. O valor arrecadado não foi divulgado, mas foi suficiente para ajudar ainda a Ban Muser School e pacientes carentes com câncer.
O nome Chilobrachys natanicharum vem dos nomes de dois executivos, Khun Natthakorn Jaengrew e Khun Nitchada Jaengrew, administradores do Grupo Nitchada Thani, que venceu o leilão da campanha de nomeação. Essa aranha é a 32ª espécie descoberta até hoje do seu gênero Chilobrachys.
Cor e características
Líder do estudo, o professor Chomphuphuang diz que o azul é uma das cores mais raras na natureza: "[Isso] torna a coloração azul nos animais particularmente fascinante".
A cor ocorre devido ao arranjo de "nanoestruturas fotônicas biológicas, e não pigmentos", ou seja, a cor violeta e azul metálica — ou ainda azul-elétrica — não vem da presença de pigmentação azul: "[Mas sim] da estrutura única de seu cabelo [as cerdas], que incorpora nanoestruturas que manipulam a luz para criar essa impressionante aparência azul", explicou Chomphuphuang.
A característica cor azul metálica e violeta está presente em diferentes partes do corpo da aranha: nas pernas, quelíceras (apêndices em forma de pinça na frente da boca) e na carapaça (concha superior).
O estudo ressalta que a coloração e outras características das aranhas encontradas variam conforme o sexo e a idade delas, por exemplo, fêmeas e machos jovens têm mais cerdas de cor violeta do que azuis metálicos.
Vivendo em ocos das árvores, a captura da aranha foi difícil e demandou caminhadas à tarde e noite durante a maré baixa, resultando em duas capturas. Eles estão no Museu de Entomologia da Universidade Khon Kaen, em Khon Kaen (Tailândia), e no Museu de História Natural do Museu de Ciência Nacional, em Pathum Thani (Tailândia).
O estudo diz que a aranha já havia sido vista no mercado comercial de tarântulas, mas sem informações de suas características ou hábitos naturais como a adaptabilidade em ambientes terrestres ou arbóreos.
A perda de percentual das florestas de mangue na Tailândia, causada também devido ao desmatamento, coloca em risco a nova espécie. O líder do estudo diz que ela é uma das tarântulas mais raras do mundo.
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