Até sanguessuga no olho: a saga de cientistas para encontrar mamífero raro
Pesquisadores da Universidade de Oxford (Reino Unido) conseguiram capturar imagens de um mamífero raro, que havia sido visto apenas uma vez em 1961. Acreditava-se, até então, que a equidna de bico longo de Attenborough (Zaglossus attenboroughi) estava extinta. Os pesquisadores enfrentaram uma verdadeira saga para localizar a equidna.
Onde o mamífero foi visto
Local onde imagens foram feitas, nas montanhas de Ciclope, na Indonésia, é muito perigoso. Durante a expedição, os cientistas enfrentaram um terremoto, que fez com que um dos membros da equipe quebrasse o braço em dois lugares.
Pesquisadores enfrentaram doenças e insetos. Um cientista contraiu malária e outro ficou com uma sanguessuga presa no olho por um dia e meio. Mosquitos, carrapatos, cobras e aranhas venenosas estão entre os animais perigosos que habitam o local.
Cientistas implantaram mais de 80 câmeras na floresta para tentar observar a equidna. Os equipamentos gravaram imagens por quatro semanas, mas o animal só apareceu no último dia.
Descoberta só foi possível devido à ajuda de uma ONG local e da população.
Uma das principais razões do nosso sucesso foi a relação que construímos com a comunidade de Yongsu Sapari, uma vila na costa norte das montanhas Ciclope. A confiança entre nós foi a base do nosso sucesso porque eles compartilharam conosco o conhecimento para navegar por essas montanhas traiçoeiras e até nos permitiram pesquisar em terras nunca antes visitadas.
James Kempton, pesquisador, em notícia divulgada pela Universidade de Oxford
Animal é tímido
A equidna de bico longo de Attenborough é do grupo dos mamíferos que botam ovos. Além dele, há apenas outras cinco espécies remanescentes desse tipo de animal (monotremados). O mais conhecido é o ornitorrinco.
São difíceis de encontrar porque tendem a ser muito tímidas. Além disso, elas têm hábitos noturnos e vivem em tocas. Esses animais não foram vistos em nenhum lugar além das montanhas Ciclope.
São conhecidas como "fósseis vivos". Acredita-se que esses mamíferos tenham surgido há 200 milhões de anos.
O que mais os cientistas descobriram
Os pesquisadores aproveitaram a oportunidade para estudar outras espécies que vivem na região. Laboratórios improvisados foram montados no meio da floresta, usando bancos e escrivaninhas feitos de galhos e cipós.
Eles reencontraram a ave Ptiloprora mayri, o comedor de mel de Mayr. A espécie não era vista desde 2008. Também foi identificado um tipo novo de camarão, que é terrestre e vive em árvores. As chuvas intensas que atingem a região, elevando a umidade, são uma das hipóteses para explicar a existência do camarão naquele local.
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Quero receber75 kg de amostras de rochas foram levadas pela equipe para análise geológica. O objetivo é esclarecer dúvidas sobre como e quando se formaram as montanhas Ciclope.
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