Sombreiro inteligente tem energia solar e protege ciclistas do calor em PE
O ano de 2024 deve ser o mais quente da história, prevê o relatório da Nooa (Administração Oceânica Atmosférica Nacional, dos Estados Unidos).
A temperatura elevada gera incômodos e dificulta a locomoção de muita gente, principalmente de quem costuma usar a bicicleta, seja por lazer, seja como meio de transporte.
O projeto Cicloshadow criou uma alternativa simples e sustentável para minimizar o problema. O sombreiro inteligente é uma espécie de "telhado" que pesa pouco mais de 2 kg e pode ser acoplado à bicicleta ou à cadeira de rodas. O produto tem várias versões e os modelos mais tecnológicos contam com GPS, inteligência artificial e energia solar, com conexão para carregar o smartphone.
O sombreiro foi criado em 2010, ano considerado o mais quente da história até então (2023 bateu esse recorde). Na época, o cenário de calor extremo levou os responsáveis pelo projeto a pensaram em uma solução sustentável para garantir o uso da bicicleta mesmo em dias de temperatura elevada, já que a bike é uma das formas de deslocamento que menos impacta o meio ambiente.
"Como as temperaturas estavam aumentando e muitas pessoas recorriam às bicicletas para evitar o trânsito caótico, pensamos que era importante criar uma solução para garantir qualidade de vida aos ciclistas", explica Márcio Verçoza, um dos fundadores do projeto.
Eles buscaram referências em dispositivos chineses para chegar ao sombreiro inteligente. O acessório possui canote universal e pode ser acoplado tanto em bicicletas como em cadeiras de rodas. O tubo de alumínio ajustável é ligado a um teto que produz sombra para o condutor.
O equipamento tem um aplicativo para smartphone que oferece informações como rotas com menos engarrafamento ao condutor e a quantidade de carbono que o ciclista deixou de emitir no meio ambiente ao trocar o carro pela bike. Em alguns modelos, enquanto o ciclista se desloca, o sol que incide sobre o teto do sombreiro armazena energia que pode ser utilizada no carregamento do celular, por exemplo.
Além de evitar que a pessoa se exponha aos intensos raios solares enquanto pedala, o equipamento aumenta a visibilidade e segurança do ciclista. "O teto chama a atenção dos motoristas e possui sinalizador para ajudar na comunicação no trânsito", explica Verçoza.
A iniciativa, além de sustentável, é inclusiva e já mostrou os seus primeiros resultados. Algumas unidades foram instaladas em bicicletas adaptadas do Bike Sem Barreiras. Em pontos específicos da cidade, esse projeto disponibiliza bikes para uso de pessoas com deficiência ou que possuem mobilidade reduzida. A iniciativa estimula a locomoção, o lazer e a prática de atividades física por essa população, que muitas vezes não sai de casa devido à dificuldade de locomoção.
"O projeto é muito importante, pois melhora a qualidade de vida das pessoas e tem baixo impacto ambiental. Com o aumento das ciclofaixas e ciclovias, o sombreiro estimula o uso mais frequente de bicicleta", avalia Verçoza.
Ele destaca que muitas pessoas com deficiência evitavam fazer percursos simples de cadeira de rodas devido ao sol forte e ao medo de atropelamento. Hoje, essas pessoas que adquiriram o sombreiro já se sentem mais seguras em realizar pequenos trajetos para resolver coisas básicas do dia a dia, como ir à farmácia ou ao supermercado.
Com os bons resultados, a dupla que organiza o projeto agora tem pela frente um novo desafio: captar recursos para aperfeiçoar a invenção e atingir mais pessoas. Nessa direção, a invenção foi selecionada para o Acelera HUB Salvador, um ecossistema promovido por uma parceria entre o Banco do Nordeste e a Darwin Startup, que apoia e divulga ações de impacto social baseadas em tecnologia e sustentabilidade.
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