Lula assina decreto que institui Estratégia Nacional de Economia Circular

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta quinta-feira (27) o decreto que institui a Estratégia Nacional de Economia Circular, com o objetivo promover a transição econômica do atual modelo linear para o circular.

Trata-se de um conceito baseado na ideia de evitar ao máximo o desperdício e aumentar o ciclo de uso de todo e qualquer material. Enquanto o modelo clássico linear se baseia em retirar da natureza, produzir e jogar fora, o circular tem o objetivo de fazer com que tudo retorne à cadeia de produção. Dessa forma, a extração de recursos naturais é reduzida, além de minimizar os gastos nos processos.

"Damos hoje mais um passo largo em direção à neoindustrialização, reforçando o papel do governo no fomento a uma indústria sob novos pilares, gerando inovação, novos negócios alinhados ao crescimento sustentável e responsável, criando empregos e reduzindo significativamente o impacto ambiental das atividades produtivas e de consumo", disse o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.

O decreto institui o Fórum Nacional de Economia Circular, órgão de governança que ficará responsável pela elaboração do Plano Nacional de Economia Circular, que conterá metas, padrões e indicadores para a implementação da economia circular no Brasil.

"A assinatura do decreto demonstra um compromisso do governo em direcionar o país a um desenvolvimento capaz de enfrentar as principais crises ambientais, como as mudanças climáticas, a perda de biodiversidade e a poluição", diz Luisa Santiago, diretora executiva para a América Latina na Fundação Ellen MacArthur.

Como funciona a economia circular

Pense em um produto simples que faça parte do seu dia a dia. Um par de calçados, por exemplo. Desde que nasceu, você provavelmente já teve alguns e conhece bem seu ciclo de vida: são produzidos pelo fabricante com matérias-primas extraídas do meio ambiente, você os usa e os descarta quando ficam apertados ou gastos demais.

O problema é que vivemos tempos de mudanças climáticas e, agora, a conta desse modelo linear de produção não fecha mais: é impossível seguir extraindo recursos da natureza e descartando-os em lixões e oceanos.

"A economia circular estimula o uso consciente dos recursos naturais", diz Fernando Beltrame, presidente da consultoria de sustentabilidade Eccaplan. "É bom para a sociedade e é bom para as empresas, porque reduz custos."

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É o que acontece com a latinha de alumínio: há mais de uma década, mais de 95% de todas as embalagens do tipo produzidas no país são recicladas, em uma cadeia que conta com a participação da indústria, de catadores e do consumidor.

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