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Chuva caiu preta, rio ficou verde: crise climática muda as cores do mundo

Rio Pinheiros verde, sol laranja em Brasília e chuva preta no Rio Grande do Sul: crise climática muda a cor das paisagens Imagem: Jorge Silva/Reuters, Evaristo Sá/AFP e Reprodução/Instagram

Do UOL, em São Paulo

13/09/2024 05h30

Os eventos climáticos das últimas semanas alteraram as cores das paisagens em várias partes do planeta. E as consequências são graves para a saúde e a segurança da população.

Nesta semana, por exemplo, o Rio Grande do Sul registrou uma chuva preta decorrente da fuligem dos incêndios que assolam a América do Sul em um contexto de seca extrema. Em várias partes do país, o sol está há dias laranja por causa da fumaça.

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Enquanto isso, no sudeste asiático, a vegetação ganhou tons de bege por inundações provocadas por um tufão —fenômeno que deve ocorrer com cada vez mais intensidade devido às mudanças climáticas.

Veja as imagens:

Em meio à seca, chuva caiu preta

Moradores de cidades como Arroio Grande, Rio Grande e Pelotas, todas no Rio Grande do Sul, registraram água escura em baldes, poças e piscinas. As imagens foram publicadas em redes sociais após as chuvas de terça-feira (10). O fenômeno é decorrente da fuligem de incêndios.

Chuva preta foi registrada no Rio Grande do Sul Imagem: Izaura Plantikow/Débora Rodrigues/Carol Vianna/Reprodução RBSTV

Parece bonito, mas rio verde é um problema

O Rio Pinheiros, em São Paulo, geralmente de cor acinzentada, amanheceu verde na terça-feira. A mudança no tom aconteceu devido à alta proliferação de algas, decorrente da vazão baixa de seus afluentes e da alta concentração de nutrientes.

Rio Pinheiros, em São Paulo, com coloração verde Imagem: Danilo Verpa/Folhapress
Rio Pinheiros, em São Paulo, com coloração verde Imagem: Danilo Verpa/Folhapress

Para comparação, o rio antes do fenômeno

Rio Pinheiros em um dia de outubro de 2023; águas normalmente não têm cor verde Imagem: Adriano Vizoni/Folhapress

A 'paleta' é de deserto, mas na Amazônia

O Rio Madeira bateu a marca histórica de estiagem, chegando a apenas 91 centímetros de profundidade. É a primeira vez na história que as águas ficaram com menos de um metro —e a situação mudou a paisagem. Imagens mostram pessoas caminhando pelos bancos de areia do Madeira em busca de água, em um cenário bege que mais se parece com um deserto.

Rio Madeira seco, em Humaitá, no Amazonas Imagem: Michael Dantas/AFP
Pessoas carregam água potável ao longo de um banco de areia do Rio Madeira, em Humaitá (AM) Imagem: Michael Dantas/AFP
Rio Madeira seco devido à estiagem no Brasil Imagem: MICHAEL DANTAS/AFP

O que era verde ganhou cor de lama

Enquanto regiões do Brasil vivem secas extremas, outras partes do mundo estão inundadas. Um tufão no sudeste asiático causou mais de 200 mortes, atingido países como Filipinas, China, Vietnã, Laos, Tailândia e Mianmar.

Áreas antes verdejantes ficaram cobertas de lama. Os tufões da região ficaram mais intensos e próximos da costa como resultado das mudanças climáticas, mostrou a Folha de S.Paulo.

Plantação de peras no Vietnã submersa após enchente provocada pelo tufão Yagi, que já deixou mais de 200 mortos na Ásia Imagem: Nhac Nguyen/ AFP
Tufão Yagi varreu o sudeste asiático deixando centenas de pessoas desabrigadas no Vietnã Imagem: Nhac NGUYEN / AFP

Sol laranja e 'apocalíptico' há dias

De norte a sul do Brasil, devido à grande quantidade de partículas de poluição no céu, o sol apresenta tons de laranja e vermelho durante todo o dia e principalmente no pôr-do-sol.

Sol laranja em Brasília devido aos incêndios Imagem: Evaristo Sá/AFP
Sol avermelhado devido à poluição no Rio Grande do Sul Imagem: Reprodução/MetSul Meteorologia
Camada cinzenta por calor, estiagem e fumaça das queimadas deixa o sol laranja em Campo Mourão (PR) Imagem: Dirceu Portugal/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Um mar (de chamas)

Os incêndios florestais transformaram os diferentes biomas brasileiros em um mar de chamas. A suspeita é de que a grande maioria desse fogo seja provocada por ação humana.

4.set.2024 - Incêndios na Amazônia: fogo devasta área próxima à Rodovia Transamazônica em Lábrea, no Amazonas Imagem: Bruno Kelly/Reuters
Imagens registradas na zona rural de Rio Verde mostram gado correndo em meio ao fogo Imagem: Reprodução/Instagram
Incêndio de grandes proporções atinge o Pico das Cabras (SP) Imagem: LEANDRO FERREIRA/ESTADÃO CONTEÚDO
Incêndio em plantação de cana de açúcar em Dumont, SP, em 24 de agosto de 2024 Imagem: JOEL SILVA/REUTERS

Cinzas em mais de 50 tons

Milhares de focos de calor foram registrados em território brasileiro nas últimas semanas. O cenário é de cinzas cobrindo pastos e vegetações —e animais com sede em meio ao hábitat destruído.

A onça-pintada Kwara caminha após incêndio devastar região pantaneira entre Aquidauana e Miranda, em MS Imagem: Bruno Sartori
Fogo em vegetação perto de Ribeirão Preto, SP, em 24 de agosto de 2024 Imagem: JOEL SILVA/REUTERS
28.ago.2024 - Céu de Manaus amanhece encoberto por fumaça dos incêndios na Amazônia Imagem: Michael Dantas/AFP

Outras partes do mundo também registraram incêndios florestais, como os Estados Unidos. Os incêndios florestais são comuns na Califórnia e em outras partes do oeste do país nesta época do ano. No entanto, os de 2024 estão mais graves.

Área queimada do Bridge Fire em Pinon Hills, Califórnia, em 11 de setembro de 2024 Imagem: DAVID SWANSON/AFP
Casa sob fumaça após incêndio na Califórnia, em setembro Imagem: DAVID SWANSON / AFP

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