PP, PET, PE, PS, PVC... A sopa de letrinhas dos produtos plásticos
Os plásticos, elaborados a partir do petróleo, se dividem em três grandes famílias: os termoplásticos, mais comuns, maleáveis quando aquecidos; os elastômeros, deformáveis e com propriedades elásticas; e os termoestáveis, resinas que endurecem de forma irreversível.
Dentro de cada família, uma infinidade de polímeros se mistura frequentemente a uma ampla gama de aditivos, às vezes prejudiciais à saúde, que permitem alterar sua cor, prevenir o envelhecimento, torná-los flexíveis, aumentar sua resistência a impactos ou reduzir sua inflamabilidade.
Existem sete tipos principais de plástico. Para identificar o tipo, basta procurar o símbolo composto por um triângulo com três flechas girando no sentido horário. Os números de 1 a 7 no meio dos triângulos são códigos mundiais de identificação do tipo de resina e comunicam a partir de qual polímero o produto foi fabricado:
1 - PET (polietileno tereftalato)
É o tipo de plástico mais comumente reciclado no mundo: metade do PET é coletada para reciclagem, e 7% das garrafas viram outras garrafas. É usado na fabricação de garrafas, potes, embalagens de alimentos e bebidas, entre outros.
2 - PEAD (polietileno de alta densidade)
Derivado do etileno, foi inventado em 1933 pelos engenheiros ingleses E.W. Fawcett e R.O. Gibson, da empresa britânica ICI. É utilizado em brinquedos, garrafas, embalagens de xampu, baldes, tubulações, recipientes de óleo motor e todo tipo de utensílio doméstico.
3 - PVC (policloreto de vinila)
É usado sobretudo na construção civil em esquadrias de janelas, revestimentos de pisos, tubulações, como isolante para fiação, na fabricação de canos, mangueiras, embalagens, entre outros. Segundo a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), representa no total 11% dos usos de plástico. Também é o polímero plástico mais usado em dispositivos médicos (bolsas para perfusão, soluções de medicamentos, tubos de respiração ou de injeção).
4 - PEBD (polietileno de baixa densidade)
Desenvolvido a partir dos anos 1950, é usado na fabricação de sacos plásticos, películas para embalar alimentos, embalagens flexíveis, entre outros.
5 - PP (polipropileno)
É usado na fabricação de copos, tampas, pratos, embalagens de produtos alimentícios, entre outros. Plástico mais utilizado no mundo (16%), desenvolvido desde meados dos anos 1950, o PP é empregado em peças automotivas e embalagens de alimentos destinados ao armazenamento e ao reúso, mas também às vezes em bandejas descartáveis. Na medicina, é usado em seringas e fios de sutura. Apesar de ser formado por componentes recicláveis, a tecnologia disponível para reaproveitar esse resíduo não está disponível sistematicamente em todo o Brasil.
6 - PS (poliestireno)
Inventado em 1931 por IG Farben, representa 5% do total, sendo usado sobretudo para embalar alimentos, na fabricação de copos descartáveis, embalagens de alimentos e bebidas, entre outros. Na medicina, é usado em instrumentos de diagnóstico, material de laboratório descartável e pipetas.
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Essa categoria representa todos os outros plásticos que não se enquadram categorias anteriores, como o BOPP (polipropileno biorientado), utilizado em pacotes de salgadinhos e biscoitos. A reciclagem dos plásticos desta categoria depende de tecnologias e logística específicas.
O PUR (poliuretano), desenvolvido em 1937 por Otto Bayer, é encontrado em forma de espuma ou rígida, e representa 4% do plástico utilizado em escala mundial. É usado principalmente no isolamento de refrigeradores, na forma de espuma para tapeçaria em prédios ou colchões, em adesivos, revestimentos diversos, solas de sapatos e em painéis de madeira composta ou em pranchas de surfe.
Outras variedades de plástico que representam 22% do volume total incluem o ABS (acrilonitrila, butadieno, estireno), usado em pneus; o PBT (politereftalato de butileno), o PC (policarbonato), o PTFE (politetrafluoroetileno), e o PMMA, conhecido como plexiglas (acrílico ou polimetacrilato de metila).
Em pleno desenvolvimento, os plásticos de origem biológica são produzidos a partir da biomassa como a de milho, cana-de-açúcar, trigo ou outros resíduos, e não de produtos derivados do petróleo. Sua produção gera menos emissões de gases de efeito estufa do que os plásticos de origem fóssil. Seu volume está aumentando, embora não tão rápido quanto o de outros tipos de plásticos, segundo a OCDE.
As fibras de poliéster ou poliamida - ou misturas de diferentes polímeros - utilizadas na indústria têxtil representam 13% dos plásticos em escala mundial.
Outro desafio é o isopor, que é um resíduo reciclável, composto por 5% de plástico e 95% de ar. Apesar de existir tecnologia para reciclar, a atividade não é economicamente viável no Brasil. Os recicláveis são precificados por seu peso. Imagine uma tonelada de isopor. É difícil coletar uma quantidade que compense financeiramente para que a recicladora aceite a compra. Ou seja, o valor que se paga por esse resíduo inviabiliza sua coleta e comercialização. É por isso que nem todo plástico com o símbolo de reciclagem é aceito nos programas de reciclagem locais.
Por que a maior parte do plástico não pode ser reciclado?
A baixa reciclabilidade do plástico é um desafio para o setor. A cada ano, o mundo produz cerca de 400 milhões de toneladas de resíduos plásticos, muitos dos quais são descartados após apenas alguns minutos de uso. A estimativa das principais instituições ligadas ao meio ambiente é de que apenas 9% de todo o plástico produzido no mundo passe, de fato, pelo processo de reciclagem.
Nos Estados Unidos, de longe o maior poluidor de plásticos em todo o mundo, somente 5% das 50 milhões de toneladas de lixo desse material descartado pelas residências foram recicladas, afirma a ONG ambientalista Greenpeace. Os fatores econômicos são os principais causadores da baixa reciclagem do produto. Isso acontece porque o plástico virgem custa menos que o plástico reciclado.
As chamadas embalagens flexíveis de peso leve, descartáveis e compostas por multicamadas, como as utilizadas em pacotes que armazenam comidas como batatas chips ou barras de chocolate frescas, representam 40% das embalagens de plástico em todo o mundo. Parte do problema são as multicamadas que às vezes incluem uma película, o que encarece bastante separar os materiais em partes recicláveis. Essas embalagens são, normalmente, "supercontaminadas" com restos de alimentos desperdiçados, o que as torna impossíveis de reciclar.
*Com informações da AFP
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