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Transição energética nos EUA: Trump nega, Kamala silencia

Kamala Harris em um evento na Pensilvânia e Donald Trump dando entrevista em Nova York Imagem: Jeff Swensen - 25.set.2024 /Getty Images via AFP e Angela Weiss - 26.set.2024/AFP

Felipe Gutierrez

Colaboração para Ecoa

16/10/2024 05h30

A transição para energias renováveis é um dos temas sensíveis da campanha presidencial dos Estados Unidos deste ano, em que o republicano Donald Trump enfrenta a democrata Kamala Harris.

Trump pretende priorizar painéis solares produzidos nos EUA e tem criticado as políticas do atual governo para incentivar a energia limpa. Já Kamala fala frequentemente sobre o clima, mas evita os temas de transição energética porque em alguns estados-chaves, como Pensilvânia, Michigan e Wisconsin, onde há indústrias ligadas aos combustíveis fósseis, o tema pode levar a perda de votos.

A matriz energética dos Estados Unidos é hoje dividida da seguinte forma: 60% são combustíveis fósseis; 18,6% provêm de energia nuclear, e outros 21,4% são fontes renováveis, de acordo com a EIA (U.S. Energy Information Administration).

Uma das vitrines da gestão de Joe Biden, no entanto, é justamente a política para aumentar a geração de energias renováveis. E o investimento previsto não é pequeno. O valor do orçamento previsto para o principal programa do governo dos EUA para infraestrutura, o Ato de Investimento em Infraestrutura e Empregos, é de U$ 1,2 trilhão e foi aprovado pelo Congresso em 2021. Esse dinheiro deverá ser desembolsado ao longo de um período de oito anos para modernizar a infraestrutura, inclusive a de energia. Há verba para grid elétrico, financiamento de uma rede para carros elétricos e pesquisa em geração limpa.

Além disso, U$ 800 bilhões em incentivos fiscais foram destinados para o programa de Redução da Inflação, um programa que inclui fabricantes de painéis solares, turbinas para energia eólica e carros elétricos.

O que Trump quer?

No documento com o programa de governo de um eventual governo Trump, o Programa 2025, divulgado pela campanha do republicano, um dos capítulos é sobre a geração de energia. O texto diz que o combate às mudanças climáticas foi usado "para criar uma escassez artificial de energia" e estima que esse artifício vai exigir trilhões de dólares em novos investimentos "para resolver um problema que foi criado pelo próprio governo e por grupos de interesse".

O programa afirma que vai "parar a guerra contra o petróleo e o gás natural". A equipe de Trump afirma também que pretende derrubar as ações para renovar a matriz elétrica do atual governo de Joe Biden e revogar leis já aprovadas. Segundo o texto, elas "estabelecem novos programas e estão dando centenas de bilhões de dólares a subsídios a desenvolvedores de energias renováveis, os investidores deles e grupos de interesse".

O Projeto 2025 afirma que um novo governo Trump deve rescindir os fundos que ainda não foram gastos nos programas de Biden. "A maior preocupação da atual administração é usar dinheiro dos contribuintes em geração eólica e solar, que são intermitentes, e acabar com o uso de fontes fósseis, que são garantidas", diz o texto.

E Kamala?

Segundo a agência de notícias Reuters, a campanha de Kamala ainda não foi clara em relação ao plano energético para seu eventual governo, mas há indicações de que a atual vice-presidente seguirá o caminho de Biden (ela apoiou as medidas do presidente durante a gestão), caso seja eleita.

Há, no entanto, uma questão incômoda para a candidata. Kamala já defendeu a proibição ao fracking (uma forma de retirar petróleo de campos não convencionais tida como controversa), mas em 2021 ela aderiu à política da atual gestão sobre o método, que é liberar, sob muitas regras para conter a emissão de metano (um dos gases que causam efeito estufa e que alta emissão durante o processo).

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