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Brasil não reconhece racismo e o trata como doença isolada, diz sociólogo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

20/11/2024 14h21

Após dados da Datafolha apontarem que 59% dos brasileiros acreditam que a maioria do país é racista, o sociólogo Tulio Custódio disse em entrevista ao UOL News desta quarta-feira (20) que o Brasil não quer reconhecer que há racismo no país e trata a questão como se fosse uma doença isolada.

O ponto é esse desencaixe, esse desencontro, que aparece desde a pesquisa de 95. O racismo existe no Brasil, mas eu não sou racista ou eu não conheço pessoas racistas. Isso responde muito à dinâmica do racismo brasileiro, que é um racismo que não quer se reconhecer em si. Porque no fundo, apesar de falar que existe racismo, o que seriam as condições normais de temperatura e pressão da sociedade brasileira?

Seria a democracia racial, e aí vai para um lugar onde o racismo existe, mas existe como um elemento patogênico, ou seja, é como se fosse uma doença isolada onde de alguma forma eu sei que ele existe, mas se eliminar as laranjas podres, talvez a gente consiga resolver o problema do racismo.

Então, ele está aí, em algum lugar, de uma maneira etérea, mas eu, nem os meus, nem os familiares, vizinhos, amigos, pessoas que eu convivo, são pessoas racistas, o que dificulta muito o reconhecimento dos estruturais que o racismo apresenta.
Tulio Custódio, sociólogo e curador de conhecimento na Inesplorato

De acordo com a pesquisa, 59% dos entrevistados disseram que a maioria do país é racista, enquanto outros 5% dizem que todos são racistas. Para 30%, uma menor parte da população é racista e, para 4%, ninguém o é.

O levantamento realizado pelo Datafolha ouviu 2.004 pessoas em 113 municípios, incluindo regiões metropolitanas e cidades do interior de todas as regiões do Brasil, entre os dias 5 e 7 de novembro.

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h com apresentação de Fabíola Cidral e às 17h com Diego Sarza. O programa é sempre ao vivo.

Quando: De segunda a sexta, às 10h e 17h. Aos sábados às 11h e 17h, e aos domingos às 17h.

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Veja a íntegra do programa:

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