Redução no desmatamento e mais 3 boas notícias para o clima em 2024
O ano de 2024 viu uma série de acontecimentos nada bons para o clima e a saúde do planeta. No Brasil, o Rio Grande do Sul sofreu uma enchente histórica que resultou em 182 mortes. Em setembro, além da seca extrema, as queimadas devastaram áreas da Amazônia, do Cerrado e do Pantanal, batendo recordes e lançando nuvens de fumaça pelo país.
No cenário global, o ritmo da transição para uma economia de baixo carbono caminha a passos lentos demais. As conferências ambientais fracassaram, com valores para financiamento climático abaixo do esperado, e falta de consenso sobre como preservar a biodiversidade ou evitar a desertificação dos solos. Além disso, a adoção de um tratado mundial para evitar a poluição por plásticos foi adiada.
No entanto, em meio a tantas notícias (muito) negativas, também há motivos para comemorar.
Redução do desmatamento
No Brasil, a notícia da forte redução do desmatamento traz esperança. Os últimos dados oficiais, revelados em novembro pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), apontam para uma queda anual de 30,6% do desmate da Amazônia em relação ao período anterior, entre 2022 e 2023, na maior queda percentual em 15 anos. Já no Cerrado, a diminuição foi de 25,7%.
Vitória judicial inédita
Um grupo de idosas suíças decidiu cobrar na justiça que o pequeno país europeu faça mais para combater as mudanças do clima e teve uma vitória inédita. Em abril, a Suíça foi condenada por inação climática e violação dos direitos humanos pelo Tribunal Europeu de Direitos Humanos. A sentença gera jurisprudência e aumenta a pressão sobre os 46 Estados membros do Conselho da Europa.
Energia a carvão
Entre as economias ricas, o Reino Unido deu um exemplo importante ao fechar sua última usina de energia a carvão. A central de Ratcliffe-on-Soar será desmantelada antes do fim da década para dar lugar a um "centro de energia e tecnologia livre de carbono".
O fechamento é um passo fundamental para o cumprimento da promessa britânica de chegar em 2030 com 100% da energia neutra em emissões de CO2 e equivalentes, responsáveis pelo aumento anormal da temperatura na Terra.
Na cúpula do G7 deste ano, as sete economias mais desenvolvidas do globo se comprometeram a eliminar as usinas a carvão até 2035.
Outra boa notícia é que, na China, de longe a maior emissora de CO2 do planeta, mais de um quarto da energia consumida já é de fontes descarbonizadas - ou seja, renováveis e nuclear. Um relatório apresentado por Pequim informou que, na última década, estas fontes passaram de 15,5% para 26,4% do mix energético chinês. O país promete estabilizar ou começar a diminuir as suas emissões em 2030.
Na Índia, outro dos maiores emissores de CO2 no mundo, o carvão já não é a maior fonte de energia do país e a porcentagem de energia fornecida por ele caiu abaixo dos 50% primeira vez desde a década de 1960.
Camada de ozônio
Um novo estudo demonstrou que a concentração do gás HCFC, utilizado em aerossóis e na refrigeração, está baixando mais rapidamente do que os cientistas previam. Um relatório da universidade de Bristol, publicado na revista Nature Climate Change, mostrou o sucesso do Protocolo de Montreal assinado em 1987.
O caso ilustra o quanto a cooperação internacional é fundamental para a preservação da vida no planeta. Segundo as últimas estimativas do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), publicadas em 2023, a camada de ozônio, alvo do protocolo, deve se reconstituir plenamente nas próximas quatro décadas.
*Com informações da RFI
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