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Mudança climática: 2024 encerra 'década de calor mortal', diz ONU

Leito parcialmente seco do lago de Pátzcuaro, no México Imagem: Xinhua/Li Mengxin -25.abr.2024

De Ecoa

Em São Paulo

30/12/2024 18h52

O ano de 2024 deve entrar para a história como o mais quente já registrado, encerrando uma década marcada por temperaturas recordes impulsionadas pelas atividades humanas, segundo a OMM (Organização Meteorológica Mundial), da ONU. O aumento contínuo das emissões de gases de efeito estufa garante um futuro de calor ainda mais extremo.

"Hoje, posso afirmar oficialmente que acabamos de enfrentar uma década de calor mortal. Os dez anos mais quentes da história ocorreram nos últimos dez anos, incluindo 2024", declarou o secretário-geral da ONU, António Guterres, em sua mensagem de Ano Novo.

"Estamos vivendo o colapso climático em tempo real. Precisamos sair desse caminho para o desastre - e não há tempo a perder. Em 2025, os países devem tomar medidas drásticas para reduzir emissões e apoiar a transição para um futuro sustentável baseado em energias renováveis", acrescentou.

A OMM divulgará os dados globais consolidados de temperatura para 2024 em janeiro, e o relatório completo "Estado do Clima Global 2024" em março de 2025.

Impactos extremos e urgência de ação

"No meu primeiro ano como secretária-geral da OMM, emiti repetidos alertas vermelhos sobre o estado do clima", disse Celeste Saulo, secretária-geral da OMM.

Celeste destacou que cada fração de grau de aquecimento importa, aumentando extremos climáticos e riscos. "As temperaturas são apenas parte da equação. A mudança climática se manifesta diante de nossos olhos quase diariamente, com eventos climáticos extremos que se tornam mais frequentes e intensos", disse.

Entre os eventos extremos observados em 2024 estão chuvas recordes que causaram inundações devastadoras, ciclones tropicais com enormes custos humanos e econômicos, ondas de calor que ultrapassaram os 50°C e incêndios florestais que deixaram rastros de destruição em várias regiões.

Ao longo de 2024, diversos relatórios da comunidade científica vinculada à OMM expuseram a rapidez das mudanças climáticas e seus impactos abrangentes no desenvolvimento sustentável. Um estudo do grupo World Weather Attribution revelou que a crise climática intensificou 26 dos 29 eventos climáticos analisados, que resultaram na morte de pelo menos 3.700 pessoas e no deslocamento de milhões.

O relatório intitulado "Quando os Riscos se Tornam Realidade: Eventos Extremos em 2024" destacou que as mudanças climáticas adicionaram 41 dias de calor perigoso ao calendário do ano, afetando a saúde humana e os ecossistemas.

Diante do aumento das temperaturas globais e da frequência de eventos extremos, especialistas de 15 organizações internacionais, 12 países e diversas ONGs se reuniram na sede da OMM em dezembro para debater uma estrutura coordenada de enfrentamento ao calor extremo, em resposta ao chamado da ONU para ação urgente.

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