'Cota é um processo transitório para acertar desigualdade', diz dona do Magazine Luiza
Luiza Trajano é conhecida por ter transformado uma discreta rede de lojas de rua no interior de São Paulo em um império de tecnologia com mais de 27 mil funcionários, 1.200 lojas, lucro líquido em alta de 600% nos últimos três anos e um dos papéis mais cobiçados da bolsa de valores de São Paulo.
Desde 2013, no entanto, boa parte da energia da empresária de 68 anos tem sido focada na construção de um grupo formado exclusivamente por mulheres que, com pouco alarde, hoje reúne 35 mil brasileiras em mais de 50 cidades em 14 países.
Em visita a Londres em meados de outubro, para se reunir com representantes do braço inglês do projeto filantrópico, Luiza chegou à redação da BBC News Brasil depois de caminhar pelas lojas da Oxford Street, principal corredor comercial da capital inglesa.
"Hoje, o Brasil tem 7% de mulheres nos conselhos de empresas abertas", diz Luiza. "Se tirar as donas e filhas de donas, como eu, cai para 3%."
Com nome simples e popular, à imagem de tudo o que a empreendedora assina, o "Mulheres do Brasil" se propõe a reduzir este abismo entre homens e mulheres em postos públicos e privados, além de lançar soluções para temas como violência doméstica, racismo, saúde e educação públicas por meio de comitês, grupos de estudos e interlocução com parlamentares - ela cita a deputada Tábata Amaral e a senadora Kátia Abreu, ambas do PDT.
"Nós não somos contra os homens, nós somos a favor das mulheres."
Discreta, a senhora de 68 anos, coque, unhas vermelhas, roupas pretas e tênis de estampa animal diz ter a missão de estabelecer "o maior grupo político apartidário do Brasil".
Como assim?
"A gente percebeu que precisava parar de reclamar e tomar medidas", diz. "O Brasil é nosso. Não adianta eu falar mal de uma coisa que é minha, nem de político. Porque ele está lá. A gente tem que aprender a estar junto para fazer uma coisa melhor", diz Luiza, que neste ano estreou no ranking de bilionários da revista Forbes. "Não gosto (do título). É muito papel, de repente vale, de repente não está valendo", diz.
À reportagem, a empresária conta que, há 20 anos, o hino nacional é tocado às segundas-feiras em todas as lojas do Magazine Luiza. "(Espero) Que paremos de ter essa divisão entre esquerda e direita e que a gente tenha um só partido, que é o Brasil", afirma, sem transparecer críticas ou elogios ao presidente Jair Bolsonaro durante toda a entrevista.
A postura a diferencia de Luciano Hang, o dono da Havan, um de seus principais concorrentes no setor do varejo e espécie de "garoto propaganda" do presidente desde as eleições. "Ele assumiu o que pensa. Posso dizer que ele é uma pessoa muito trabalhadora, que tem lojas muito boas e trabalha bastante", diz Luiza sobre Hang.
Faria igual? "Jamais tomaria essa posição", responde. "Eu não sou tão de um lado ou do outro, assim."
Em meio à ascensão dos chamados outsiders - estreantes na política muitas vezes oriundos do mercado, como Donald Trump ou João Doria - Luiza nega pretensões a cargos eletivos. "Eu me considero uma política, mas acho que estou conseguindo ajudar muito mais daqui do que pegar um partido e sair candidata", diz.
Então, nunca vai se candidatar? "Nunca é uma coisa que não se fala. Mas, hoje, eu te digo que nunca."
Leia os principais trechos da entrevista:
BBC News Brasil - No início de outubro, a FGV mostrou que o número de executivos que diziam estar mais otimistas com o Brasil em relação ao trimestre anterior caiu de 89%, em dezembro do ano passado, para 41%. A senhora compartilha da impressão dos colegas?
Luiza Trajano - Um país em desenvolvimento, diferente aqui da Inglaterra, vive de emprego, renda e crédito. O desemprego ainda está num nível muito alto. Em dezembro, quando foi feita essa pesquisa, se esperava que a resposta fosse mais rápida, que o desemprego já no segundo trimestre estivesse menor e que tivessem sido aprovadas coisas que demoraram mais que o esperado. O que a gente acredita é que, enquanto não se faz as reformas, os investidores não começam a investir. O dólar sobe, a bolsa cai, e isso é muito ruim. E as reformas precisam acontecer num ritmo mais rápido.
BBC News Brasil - No início do ano, a senhora foi incluída, junto a 18 outros brasileiros estreantes, na lista de bilionários da revista Forbes. Qual é a sensação?
Luiza Trajano - Olha a sensação é que eu não gosto. A minha família é muito voltada para emprego e para a empresa. Parece que estou falando por falar, mas eu nem sei, eu não olho isso muito. É muito papel, de repente vale, de repente não está valendo.
Eu posso estar aqui hoje falando que vale, de repente daqui a seis meses pode não estar. Eu fico mais feliz com o título que ganhei, pelo segundo ano, de líder de melhor reputação do Brasil, no meio de homens e tudo mais. É um título que realmente carrego com muita responsabilidade. Agora, esse outro, se está se não está, eu nem sei quem está em primeiro, quem está em segundo, não é o tipo de coisa que eu olho muito, não. Dinheiro depende de como está o mercado e tudo mais.
BBC News Brasil - A senhora entrou neste ranking prestigiado e bastante seleto ao mesmo tempo em que o Brasil enfrenta uma crise dura econômica, em que o desemprego continua alto.
Luiza Trajano - O Magazine continua fazendo aquilo que foi sua missão. Acho que depois da saúde, emprego é a melhor coisa que uma pessoa pode ter. Eu fico muito triste e luto como cidadã. Da nossa parte, continuamos gerando muito emprego. Os últimos dois anos foram a época em que nós geramos mais empregos.
BBC News Brasil - Que sugestão daria ao governo? Qual é o caminho para se gerar empregos a partir da sua experiência?
Luiza Trajano - A gente sempre enfrentou crises, trabalhou nas crises e fez as coisas certas antes do momento. Ninguém acreditava em loja física junto com digital. Todo mundo separava digital da loja física. Nós não fizemos isso, sofremos com o preço na Bolsa e continuamos.
Nós montamos laboratórios e digitalizamos a nossa equipe sem mandar ninguém embora. Hoje, um montador, a pessoa que monta os móveis e que não tem o segundo grau completo, vai na sua casa com o mobile na mão e faz tudo no mobile. Dois mil carreteiros no Brasil inteiro já vão para a sua casa com um mobile nosso. Tudo desenvolvido pelos nossos laboratórios com mais de 800 engenheiros.
A gente continuou acreditando, então o que respondo é que nós fizemos a lição certa e eu espero que o governo faça a lição certa e o que tem que ser feito. Que pare de ter essa divisão entre esquerda e direita e que a gente tenha um só partido, que é o Brasil. Um país tão lindo, tão maravilhoso. Precisa todo mundo pensar no Brasil e não pensar no seu partido, em reeleição e tudo mais. E não é só o governo, é todo mundo que está representando o povo no Congresso, nas Câmaras, em todos os lugares.
BBC News Brasil - Outra personalidade brasileira que entrou na lista da Forbes foi Luciano Hang, da Havan, um concorrente de vocês no varejo. Ele é uma figura bastante próxima do Governo Federal, uma espécie de garoto-propaganda do presidente Bolsonaro - fez campanha, está presente em grandes eventos e, com isso, conseguiu bastante visibilidade no último ano. Como vê a estratégia?
Luiza Trajano - Posso dizer que ele é uma pessoa muito trabalhadora, que tem lojas muito boas e trabalha bastante. Não vejo como... Para mim, ele foi uma pessoa que assumiu um lado dele, que sempre deve ter sido o lado dele. Foi corajoso e ao mesmo tempo teve uma visibilidade boa. Vejo como uma coragem, alguém que assumiu um papel.
BBC News Brasil - Se tivesse a mesma empatia com o presidente, também teria essa atuação mais política?
Luiza Trajano - Eu tenho uma atuação política. Sou muito do Brasil. Não que ele não seja. Eu respeito quem está eleito lá dentro. Eu respeito muito o que o povo pensa. Eu jamais tomaria essa posição, não porque eu sou contra a posição dele, mas porque a minha posição é um pouco diferente pelo que penso e sinto como brasileira. Eu não sou tão de um lado ou do outro, assim.
BBC News Brasil - A senhora simpatiza com o presidente Jair Bolsonaro?
Luiza Trajano - Não tenho nenhum contato com Jair Bolsonaro. Não tive durante muito tempo. Mas ele teve uma votação que eu tenho que respeitar.
BBC News Brasil - Quando a senhora realizou um debate com os candidatos, em 2018, o presidente não compareceu e depois, pelo Twitter, perguntou "quem é Luiza Trajano"...
Luiza Trajano - Foi um mal entendido. A gente queria que ele fosse, eu jamais ia querer que o primeiro lugar não fosse. Nós não falamos que não o queríamos, pelo contrário, queríamos até a última hora. Aí um jornalista colocou isso e as redes dele se sentiram ofendidas. Aí ele perguntou "quem é Luiza Helena" e ele tem razão, eu também não sou tão conhecida assim, como todo mundo acha.
BBC News Brasil - O grupo que a senhora lidera, o Mulheres do Brasil, lançou uma nota sobre o comentário do presidente em relação à aparência da primeira-dama francesa Brigitte Macron. A senhora participou desta resposta? Como viu o episódio?
Luiza Trajano - A gente tem um comitê de crise. Acho que nem foi uma resposta ao presidente, foi uma resposta ao que aconteceu. Elas telefonaram demais para o comitê de crise porque gostam muito da Brigitte. Então, a gente escreveu uma carta, não agredindo o presidente, mas dizendo que estamos solidários. Porque a mulher não pode ficar omissa quando acredita em uma mulher só porque ela é mais velha do que o homem. Foi muito revoltante para o nosso grupo em Brasília. Então, foi nesse sentido. Mas não teve nenhuma ofensa pessoal contra o governo.
BBC News Brasil - Pode explicar o que é este grupo?
Luiza Trajano - Foi em 2013. A gente não queria ser um grupo só de executivas. Eu saí procurando mulheres médias, inclusive meninas líderes de favelas. Eu achava que a gente teria que ter representatividade. Tinha presidentes de várias empresas, empreendedoras pequenas, médias e grandes, e todas queriam uma coisa só. A gente percebeu que aquele grupo queria muito o bem do Brasil. A gente se reuniu e foi muito bem.
Eu sou muito brasileira, o Magazine Luiza canta há 20 anos o Hino Nacional nas suas 1.200 lojas toda segunda-feira. Meus filhos conheceram o Brasil antes de vir para o exterior. Naquele dia, a gente percebeu que precisava parar de reclamar e tomar medidas. E começou a ver o que a gente não queria: não queríamos um grupo super partidário, A gente é muito rígida: em seu nome particular, você pode fazer o que for. Se você citar o grupo Mulheres do Brasil, você não pode dizer nada partidário, para lado nenhum.
BBC News Brasil - Por quê?
Luiza Trajano - Porque a gente não toma partido, o nosso partido é Brasil. Defendemos causas que sejam boas para o Brasil. Não importa se o partido A ou B está lançando algo. Importa se a coisa for boa. A gente conseguiu sair isento. Começamos com 40 pessoas, hoje temos 33 mil pessoas em 14 países, 50 cidades. E temos como missão ser o maior grupo político apartidário do Brasil.
A gente estuda educação, trabalha varejo, atacado, ciência e tecnologia, empreendedorismo, violência contra a mulher, igualdade racial, inserção de pessoas deficientes e tem um comitê de políticas públicas também, onde a gente sabe de tudo que se passa no Congresso. A gente defende a posição da mulher. Hoje, a gente tem 7% nos conselhos de empresas abertas. Se tirar as donas e filhas de donas, como eu, cai para 3%. Então nós defendemos cotas para mulheres nos conselhos. Cotas são um processo transitório para acertar uma desigualdade. Queremos ter mais mulheres na política. Nós não somos contra os homens, nós somos a favor das mulheres. É um grupo que cresce 1.000 pessoas a cada 15 dias, porque não é um grupo que fala mal de um lado ou do outro. Somos um grupo que está lutando. O que for bom para esse governo, vamos apoiar. O Brasil precisa ser bom. Nós somos a favor da democracia, da liberdade de imprensa, de tudo isso. Tudo o que for contra essas premissas, nós vamos lutar junto, não é brigando.
BBC News Brasil - Estes pilares: liberdade de imprensa e democracia. Como os vê no Brasil neste momento?
Luiza Trajano - A gente não tem sofrido nenhum tipo de censura. A gente não está de um lado ou do outro, estamos do lado do Brasil. O Brasil é nosso, minha gente. Não adianta eu falar mal de uma coisa que é minha mesmo. Não adianta falar mal de um político porque ele está lá. A gente tem que aprender a estar junto para fazer uma coisa melhor.
BBC News Brasil - O Mulheres do Brasil quer também lançar candidatas a cargos eletivos?
Luiza Trajano - Não, ainda não. A gente não pensou nisso. A gente quer apoiar e está apoiando que haja mais mulheres na política. Porque à medida que a gente lançar candidato, você tem que ter um partido. Mas a gente acredita que pode ajudar muito mais tendo essa causa - ter mais mulheres na política, nos conselhos, nos cargos. A desigualdade racial ainda é uma coisa muito séria. Hoje nós só temos uma mulher negra presidente (de grande empresa) no Brasil.
BBC News Brasil - A senhora falou sobre a importância de mais mulheres na política. Na última eleição, mais mulheres conseguiram espaço no parlamento. Como vê essas figuras?
Luiza Trajano - Muito bem. A gente vê muito bem. Temos estado com muitas mulheres.
BBC News Brasil - Pode citar alguns nomes?
Luiza Trajano - A Tabata (Amaral) é uma. A senadora Kátia (Abreu) é outra. Não importa o partido. A gente está sempre com vereadoras, deputadas, entendendo o que elas estão pensando. E juntas.
BBC News Brasil - Se a pudesse citar 3 desafios para o varejo no Brasil, e coisas a serem melhoradas, quais seriam?
Luiza Trajano - Acho que a reforma administrativa. A burocracia ainda é muito grande e ninguém ganha com a burocracia, nem o governo, nem ninguém. Esse dinheiro não é para ninguém. Uma reforma administrativa geral, dentro do governo também. A reforma tributária também é muito complexa. Tem várias propostas e acho que vai ser difícil achar um acordo neste ano. Um amigo está propondo imposto único, que é o Flavio Rocha, tem a outra proposta do governo, e ainda não se chegou a um consenso.
BBC News Brasil - Sobre o discurso de se unir em torno do bem Brasil neste "maior grupo político apartidário" - a senhora é uma daquelas pessoas desencantadas com partidos?
Luiza Trajano - Não. Não sou desencantada, mas acho que tem muito partido no Brasil. Acho que eles também têm que se redesenhar. Como tudo na vida. A era digital deu informação muito rápida para o consumidor final, para o eleitor final. Eu nunca me inscrevi em nenhum partido, não sou contra partido, mas acho que tem partido demais.
BBC News Brasil - A gente vive um momento em que os chamados outsiders, figuras de fora da política têm ganhado muita visibilidade, muitos têm sido eleitos, e esse não é um fenômeno só do Brasil. A senhora é vista por várias pessoas como alguém que poderia entrar na política. Isso faz parte dos seus planos?
Luiza Trajano - Não, não faz parte dos meus planos. Eu me considero uma política, mas acho que estou conseguindo ajudar muito mais daqui do que pegar um partido e sair candidata. Agora, não tenho nada contra partidos. Sou contra esse "mundo" de partidos, acho que é muito difícil conviver com 39 partidos, em qualquer democracia não é fácil, mas eu não vou sair, não pretendo sair a nada.
BBC News Brasil - Dá para dizer que a senhora nunca vai se candidatar?
Luiza Trajano - Nunca é uma coisa que não se fala. Mas hoje eu te digo que nunca. Hoje, tá certo? Nem me passa pela cabeça. Lógico, muita gente fala isso, mas eu teria que ter todo um processo para isso e nunca fiz.
BBC News Brasil - A violência contra a mulher é uma bandeira importante do grupo. O que exatamente vocês têm feito na área?
Luiza Trajano - Tudo o que você pensar. Eu fui para as redes sociais, o Magazine lancou o filme "Vamos meter a colher, sim", vendemos uma colher a R$ 1,80 e vendemos 30 mil colheres, agora colocamos no nosso aplicativo de vendas um botão para quem for violentada. Apoiamos todos os órgãos de violência contra a mulher. Apoiamos a Avon que está fazendo. (Estamos) trabalhando muito as periferias, a mulher negra que é mais machucada. Nós não podemos aceitar que a cada 2 horas uma mulher seja morta no Brasil. E aqui também está muito sério. O homem tem o direito de se separar e o que for, mas está na Constituição brasileira que ele não pode matar.
BBC News Brasil - Vê-se nas estatísticas, como no 'Mapa da Violência', que mulheres negras são as mais vulneráveis e as principais vítimas de violência e estão na lanterna em quase todos os indicadores...
Luiza Trajano - Nós temos feito muita coisa. Temos um acelerador de carreiras para meninas negras que já estão na carreira, com coachs nos fins de semana para que acelerem as carreiras com monitoramento. Temos feito trabalho com crianças na escola sobre igualdade racial, levando pelo lado lúdico. Temos levado para as empresas isso. E agora a nossa luta é que tenha mulher negra diretora, mulher negra presidente. Mulheres, mas também um olhar para a negra e para o negro também terem mais cargos dentro das empresas.
BBC News Brasil - A senhora também citou violência sexual e esse é um assunto que gera bastante debate no Brasil em relação à educação sexual de meninas e adolescentes. O governo se coloca de maneira resistente ao tema, grupos mais conservadores também. Como vê a educação sexual para crianças e adolescentes com o objetivo de reduzir a violência?
Luiza Trajano - Acho que não pode ser nem de um lado, nem do outro. Tem que ser uma coisa normal, como eu fui criada pela família. Eu acho que tudo muito em evidência não está certo. Temos um grupo agora estudando isso sem paixão para um lado ou para o outro. Acho que nada pode ser escondido, porque se for é pior. Então tem mulheres que são favor das cartilhas, outras são contra. Enquanto não temos unanimidade, não saímos exigindo porque aceitamos a democracia.
BBC News Brasil - Corrupção, na avaliação da senhora, é um dos problemas estruturais do Brasil?
Luiza Trajano - Eu acho, mas acho que não só do Brasil. O Brasil com a Lava Jato trouxe à tona. E o que a gente tem falado é para o cidadão não se corromper. À medida em que ele compra sem nota, ele se corrompe, quando vende sem nota, se corrompe, quando compra mais barato falsificado, está se corrompendo. Corrupção é muito mais coisa, ser ético não é tão fácil. Acho que o Brasil trouxe à tona algo que ainda estava muito debaixo do tapete e isso mexeu muito com as estruturas, inclusive políticas, do país.
BBC News Brasil - A Lava Jato vem sendo questionada. Surgiram...
Luiza Trajano - Não, mas acho que ela já existiu. Como tudo, teve coisas positivas ou negativas, mas não vai ser apagada. Pode ser questionada, pode ser redirecionada, mas já foi um episódio forte. Se fizeram bem feito ou mal feito, ela foi legal e trouxe à tona coisas verdadeiras. Empresas que davam e tudo mais. Atingiu todo mundo.
BBC News Brasil - O saldo é positivo, na opinião da senhora.
Luiza Trajano - Acho que tudo que traz à tona, se torna positivo, mesmo que algumas coisas no caminho não tenham sido bem feitas.
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